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Esporte

Em evento com atletas, Lula fala em fazer 'revolução' no esporte: "precisamos mudar a visão dos governantes"

"Se o Estado não intervir, não acontecerá. Nenhum empresário, por mais avançado que seja, vai investir em um atleta antes de esse atleta provar que pode dar retorno", afirmou

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Reprodução)
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247 - No evento 'Esporte pela Democracia', organizado com a presença de esportistas nesta terça-feira (27), o ex-presidente Lula (PT) falou sobre a importância do papel do Estado no financiamento da carreira de atletas e na implementação de estruturas que favoreçam a inclusão social nas mais diversas modalidades esportivas.

"É preciso que o Estado se coloque de acordo de que nós precisamos mudar o padrão para que a gente possa acreditar na prática do esporte. Se o Estado não intervir, não acontecerá. Nenhum empresário, por mais avançado, progressista que seja, não vai investir em um atleta antes de esse atleta provar que ele pode dar retorno financeiro. Por isso que criamos o Bolsa Atleta. Era para garantir que as pessoas que não são famosas, mas que têm qualidades esportivas, possam praticar. Como é que uma criança que mora em Heliópolis vai treinar natação? Como é que vai treinar basquete, vôlei, qualquer esporte? O que nós precisamos fazer é uma revolução, é mudar a visão da prática esportiva na cabeça dos governantes, a nível municipal, estadual e federal. E tem que ter dinheiro, porque se não tiver dinheiro não acontece", declarou o presidenciável petista.

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O candidato também aproveitou o espaço para desmistificar a ideia de que a carreira esportiva é sempre altamente lucrativa: "Quando a gente fala em jogador, a gente só pensa nos caras que estão na Seleção [Brasileira], nos caras que estão na Inglaterra, na Espanha, que estão ganhando muito dinheiro. A verdade nua e crua é que no Brasil inteiro, 90% dos jogadores de futebol ganham nada, os caras ganham no máximo um salário mínimo. Essa é a realidade do futebol brasileiro, da maioria."

Lula também falou em mudar o conceito de que aplicar dinheiro na estrutura das escolas para a prática de esportes é 'gasto'; para ele, isso é 'investimento': "Vocês (atletas) têm que aproveitar o fato, se eu ganhar as eleições, (...) é o momento de vocês dizerem o que tem que fazer. Precisamos mudar as nossas escolas, precisamos mudar a cabeça dos nossos prefeitos. O problema é que quando vai fazer o orçamento da prefeitura e você faz uma escola que tem uma piscina, duas quadras, mais não sei o quê. Sabe o que acontece? O secretário da Fazenda chega para você e fala: 'prefeito, não tem como fazer isso porque esse gasto a gente não pode fazer'. Ora, é só mudar o conceito. Em vez de colocar na rubrica de gastos, coloca na rubrica de investimento para saber se vai conseguir fazer ou não. O benefício que ganha a sociedade, a cidade, é muito grande. E você utiliza esse lugar para as pessoas da terceira idade andarem".

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"Não tem mais campo de futebol em quase lugar nenhum. Então a molecada está cerceada. Quem é que pode virar jogador de futebol? Aquele que tem um pai que pode pagar uma escolinha", analisou. "Quando a gente for construir uma proposta de esporte, a gente primeiro precisa pensar o esporte como um instrumento para cuidar da saúde de uma parte da nossa sociedade. Como uma coisa que garante a segurança e a formação do ser humano em vários outros esportes na idade escolar. Uma criança fica na escola, da creche ao ensino fundamental, dá quase 14 anos, é aí o lugar onde a gente tem que pensar na iniciação esportiva para todos os esportes. E aí vamos ter que mudar o conceito da nossa escola. É preciso fazer uma revoluação na arquitetura brasileira, porque todas as escolas têm padrão igual. É um monte de concreto, de preferência vertical, com uma quadrinha de basquete e futebol de salão sem rede. Então precisamos mudar o conceito. A escola tem que ser um instrumento de múltipla funcionalidade".

O presidenciável petista celebrou o esporte como forma de ascensão social e afirmou que o crescimento esportivo de um atleta deveria ser acompanhado por uma formação intelectual, carregada de consciência política: "A coisa que me dá mais orgulho é ver um menino pobre da periferia vencer na vida, e a coisa mais fantástica ainda é o cara que vence na vida e a primeira coisa que ele fala é que ele quer comprar uma casa para mãe. Qualquer jogador pobre, quando ele fica famoso e ganha dinheiro, quer comprar uma casa para mãe, dar conforto para a família. Uma coisa que eu acho que falta é um pouco de consciência política, para que eles passem a mensagem para o restante da sociedade brasileira."

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