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Eletrodos no cérebro. Para melhorar a capacidade de atenção

A Aeronáutica dos Estados Unidos desenvolve testes para um programa de incremento da capacidade de atenção de pilotos através de estímulos elétricos enviados por eletrodos colocados sobre áreas específicas sobre a cabeça.  

Eletrodos no cérebro. Para melhorar a capacidade de atenção
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Por: Pauline Fréour – Le Figaro

 

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Mais forte, mais resistente, mais inteligente. O homem aumentado é um antigo fantasma perseguido pela ciência. E os militares norte-americanos não são os primeiros – nem serão os últimos – a se interessar pelos recursos oferecidos pela tecnologia para esticar os limites das capacidades humanas. Dá provas disso um estudo desenvolvido pela Força Aérea norte-americana que visa testar a eficácia da estimulação elétrica transcraniana (TDCS) em voluntários gozando de boa saúde. O desafio? Possibilitar a pessoas submetidas a diversas tarefas simultâneas um nível de atenção mais elevado.

Cerca de vinte militares com idade ao redor de trinta anos da base aérea de Wright-Patterson, em Ohio, foram equipados com um eletrodo implantado na cabeça, ao nível do córtex pré-frontal dorsolateral esquerdo, região do cérebro que participa das tomadas de decisão, da memória de trabalho e da atenção. A metade desses militares recebia uma corrente de baixa intensidade (2 miliamperes) durante 30 minutos, ao mesmo tempo em que se submetiam às complexidades do trabalho de um piloto de avião ou de drone que deve simultaneamente seguir um sinal, escutar mensagens, estar atento àquilo que se passa no exterior e tomar iniciativas. O outro grupo recebia apenas uma estimulação elétrica de 30 segundo no início do teste, e depois nada mais.

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No início da experiência, os membros do primeiro grupo viam sua capacidade de tratar várias informações simultâneas melhorar significativamente em relação ao outro grupo, confirmam os autores da pesquisa em artigo publicado na revista Frontiers in Human Neuroscience .

O efeito é durável?

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“Esses resultados concordam com experiências feitas anteriormente que mostram uma melhora das performances cognitivas quando existe uma estimulação dessa região cerebral”, analisa o professor Emmanuel Haffen, da Universidade da Franche-Comté. Os mecanismos são conhecidos. “A corrente elétrica ativa de maneira mais importante a rede de neurônios implicada na faculdade da atenção, o que permite inibir outras faculdades que poderiam se constituir em fatores de perturbação. Um pouco como se suprimíssemos um barulho de fundo para permitir a alguém se concentrar melhor”.

Algumas perguntas,  o entanto, permanecem. “Além do número de voluntários que se submetem à experiência ser muito reduzido - o que reduz a força estatística das conclusões – o estudo não permite saber se o efeito observado será durável após a estimulação. Os mesmos benefícios ainda estarão lá cinco minutos ou três dias depois?”, interroga o professor Emmanuel Poulet (Hospital Central Universitário de Lyon). E a longo prazo? “Globalmente, a TDCS parece não produzir efeitos indesejáveis notáveis”, indica o professor Haffen. Mas suas observações são feitas a partir de ensaios terapêuticos feitos com pessoas doentes, nos quais a exposição aos estímulos elétricos é muito reduzida (no máximo duas sessões ao dia, em séries limitadas). De qualquer forma, hoje, a TDCS é objeto de investigações em várias aéreas prometedoras: a depressão, a esquizofrenia, alguns transtornos alimentares e relativos ao uso de drogas, a recuperação após um acidente vascular cerebral.

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Mas esses eletrodos, fáceis de produzir, a ponto de possibilitar a qualquer pessoas fazê-los por conta própria, também são utilizados já há alguns anos por pessoas privadas para melhorar suas performances na escola ou o desempenho nos videogames. E nestes casos, o uso, tanto em termos de intensidade quanto de duração, não é minimamente controlado e regulado. “Melhor, portanto, manter a prudência em relação a essa tecnologia”, conclui Emmanuel Poulet.

 

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