“Bolsonaro tem o perfil do colonizador”, diz Maria Betânia Silva

247 - A procuradora Maria Betânia Silva, do Coletivo Transforma MP, comparou, em entrevista à TV 247, o governo Bolsonaro ao regime do Brasil colonial, que ocorreu entre os séculos XVI e XIX. Para ela, o chefe de governo e os colonos compartilham dos mesmos preconceitos, como o racismo, o machismo e a homofobia.

“Quando a gente fala de um país que tem uma história colonial como o Brasil, o que é o perfil do colonizador? É um homem que se refere a negros como se fossem pesados em arroubas, é um homem que acha que certas mulheres não merecem serem estupradas, é um homem que pensa na sua família como a família real. É a família real, a que define os destinos do território ocupado. É um homem que debocha da comunidade LGBTQI+ pelo preconceito de que não faz mais parte da família”, disse. 

“Então, esse homem tem um perfil colonizador. Tem um discurso de indicar para a Corte Suprema do país um ‘terrivelmente evangélico’, o que faz retornar a uma associação entre Estado e Igreja, que foi algo que deixou de existir no Brasil desde a Proclamação da República”, completou.

Golpe de 2016

Silva afirmou, ainda, que o golpe contra a presidente Dilma Rousseff, em 2016, e a Operação Lava Jato, que tornou Lula inelegível em 2018, deixaram “muito claro que não havia esse apreço pela democracia”. Além disso, o discurso de violência de Jair Bolsonaro, que exaltava torturadores enquanto deputado, foi fundamental para a derrocada democrática do país, segundo a procuradora. 

“Quem não entendeu 2016 como golpe na história do Brasil não entende o que a gente passa agora. E não se dá conta, e vai entrar em outro processo ilusório do que está por vir”, completou.

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