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Meio Ambiente

Lula propõe aliança entre Brasil, Indonésia e Congo por financiamento à proteção de florestas

Segundo Aloizio Mercadante, a ideia é sugerir "uma aliança estratégica para abordar a questão do financiamento na COP no Egito". O evento será em novembro deste ano

Floresta Amazônica ao fundo e, no círculo, o candidato à Presidência da República Luiz Inácio Lula da Silva e o coordenador do programa de governo do PT, Aloizio Mercadante (gravata vermelha) (Foto: Ricardo Lima/Reuters | PT/Divulgação)
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Brasília, 31 de agosto (Reuters) - Assessores do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva estão chegando à Indonésia e à República Democrática do Congo para formar uma frente unida de países com mais florestas tropicais nas negociações climáticas da ONU deste ano, se a esquerda vencer um novo termo.

A Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, ou COP27, será realizada em novembro em Sharm El Sheikh, Egito. Lula é o favorito nas pesquisas de opinião antes das eleições de outubro no Brasil.

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A ideia de Lula é construir uma aliança - que mais tarde poderá ser expandida - para pressionar por resoluções para ajudar os países em desenvolvimento a preservar suas florestas e pressionar os países ricos a contribuir para o custo, disse um importante assessor de Lula.

Aloizio Mercadante, responsável pelo programa de campanha de Lula, disse que a equipe de políticas está especialmente focada nos detalhes de um mercado global de carbono e formas de financiar a conservação e o desenvolvimento sustentável em regiões de floresta tropical.

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"A proposta é estabelecer uma aliança estratégica para abordar a questão do financiamento na COP no Egito", disse Mercadante à Reuters.

Em campanha em Manaus na quarta-feira, Lula prometeu intensificar a conservação brasileira da floresta amazônica, reforçando a agência de proteção ambiental Ibama e aumentando a fiscalização, possivelmente com a ajuda dos militares, e o Brasil terá novamente uma voz alta nas negociações climáticas da ONU se ele Eu selecionei.

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"Queremos uma ONU mais forte, com maior poder de decisão, principalmente na questão climática, porque senão vamos continuar fazendo discursos e ninguém vai obedecer", disse Lula.

Sob o presidente de extrema-direita do Brasil, Jair Bolsonaro, que relaxou a proteção ambiental, o desmatamento aumentou junto com a extração ilegal de madeira e a mineração de ouro na Amazônia, despertando críticas internacionais ao seu governo.

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As florestas tropicais das bacias da Amazônia, Bornéu e Congo estão ameaçadas pela extração excessiva de madeira, que prejudica a biodiversidade e libera gases de efeito estufa que aceleram as mudanças climáticas.

Ao unirem-se, os três países podem liderar a pressão para pressionar os países ricos por ajuda com o custo de manter as florestas em pé, disse Mercadante.

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A proposta marca um forte contraste com Bolsonaro, que se irritou com os esforços estrangeiros de conservação na Amazônia e derrubou um Fundo Amazônia de bilhões de dólares apoiado pela Noruega e Alemanha depois de discordar das organizações envolvidas.

O Partido dos Trabalhadores de Lula criou um grupo de trabalho para se preparar para as negociações climáticas da ONU em novembro, incluindo propostas para um mercado global negociando compensações de carbono, disse Mercadante.

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Ele disse que os assessores de Lula fizeram contatos iniciais com os governos da Indonésia e da RDC. Uma reunião com um assessor do presidente do Congo deve ser marcada nas próximas semanas.

Tosi Mpanu-Mpanu, o principal negociador de mudanças climáticas da RDC, disse que a proposta, embora não seja nova, faz todo o sentido.

"Unir suas vozes traria mais peso diante das nações ocidentais dispostas a fornecer recursos para a proteção de suas florestas", disse ele à Reuters.

Em 2012, os três países iniciaram as negociações iniciais para ganhar mais força nas negociações internacionais que visam dar um verdadeiro valor aos seus recursos florestais.

A iniciativa não obteve muita força devido a diferenças políticas na Indonésia.

Mpanu-Mpanu disse que o desmatamento tem uma dinâmica diferente nos três países. No Brasil e na Indonésia, é principalmente impulsionado por políticas agroindustriais agressivas, como pecuária e produção de óleo de palma, enquanto na RDC é impulsionado principalmente pela pobreza, com extensas práticas agrícolas de corte e queima e necessidades de energia, disse ele.

A embaixada da Indonésia não respondeu a um pedido de comentário.

Mercadante disse que a aliança proposta pode eventualmente incluir outras nações com florestas tropicais significativas, como os vizinhos do Brasil na América do Sul e outras nações em desenvolvimento na África e Ásia.

O Partido dos Trabalhadores apresentou propostas nos últimos meses para reduzir o desmatamento e incentivar uma transição econômica verde por meio de crédito para agricultores, investimento em energia renovável e outros projetos para criar empregos e melhorar a conservação. 

Mas o partido quer ajuda com financiamento internacional.

Mercadante disse que é essencial acelerar a implementação de um mercado global de carbono, que foi aprovado na COP do ano passado em Glasgow, mas ainda não foi totalmente definido.

Essa foi uma das medidas discutidas com o economista Jeffrey Sachs, presidente da Rede de Soluções para o Desenvolvimento Sustentável da ONU, durante sua visita há duas semanas ao think tank do PT em São Paulo, a Fundação Perseu Abramo.

“Proteger a Amazônia e as florestas tropicais requer financiamento global”, disse Sachs na época.

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