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Meio Ambiente

Reflorestar a Amazônia é mais produtivo do que criar gado, diz o economista José Alexandre Scheinkman

Scheinkman afirmou ainda que "o custo do governo Bolsonaro para o meio ambiente foi alto. A reputação do Brasil como destino para investimentos foi manchada"

José Alexandre Scheinkman (Foto: Reprodução/YouTube | Reuters/Ueslei Marcelino)
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247 - O economista José Alexandre Scheinkman, em entrevista à Folha de S. Paulo, afirmou que reflorestar a Amazônia é um caminho mais produtivo para o país do que a derrubada da floresta para a criação de gado, atividade classificada por ele como "de muito baixa produtividade".

"Nos cálculos preliminares que fiz com o [professor da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro] Juliano Assunção e com o [Nobel de Economia, da Universidade de Chicago] Lars Hansen, é bem provável que se o Brasil fosse compensado em US$ 20 por tonelada de carbono, muito da atividade econômica da Amazônia deixaria de se pagar —seria melhor reflorestar do que mantê-las. Grande parte da terra desmatada é para criação de gado, de muito baixa produtividade e que não resolve os problemas da população local. Os trabalhadores nesse setor, de grande maioria informal, ganham 85% de um salário mínimo, na média, de acordo com a Pnad [Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios, do IBGE]. A produtividade é tão baixa, que um quinto da área desmatada é abandonada. Tomar terra pública ou território indígena é também uma tentativa de especulação imobiliária. O sujeito espera o governo dar uma anistia e legalizar a situação dele e pensa que daqui a pouco vai chegar uma estrada ali ou surgir uma cidade. Como toda especulação, muitas vezes não dá certo. Dá para reflorestar essas áreas e também as legais, que ainda não foram abandonadas, compensando as pessoas que estão legalmente lá", explicou.

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Segundo Scheinkman, o governo brasileiro precisa combater o desmatamento na Amazônia e remanejar as profissões da população local para atividades que não prejudiquem o meio ambiente. "O papel do governo é combater o desmatamento, fazer o reflorestamento e permitir que certas atividades que não trazem danos à floresta não sejam pensadas como atividades ilegais. Não é dizer que as pessoas que estão vivendo hoje na Amazônia terão de se mudar para outro lugar, elas apenas vão ter de trabalhar em atividades diferentes".

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Por falar em governo, o economista também deu um panorama sobre os prejuízos causados por Jair Bolsonaro (PL) à imagem do Brasil. "O custo do governo Bolsonaro para o meio ambiente foi alto. Conseguiram fazer com que o Brasil fosse considerado, como eles mesmos diziam orgulhosamente, um ‘pária’. Isso se reflete na questão dos investimentos: os grandes financiadores hoje em dia são de dinheiro delegado, por fundos enormes que foram acumulados em pensões nos Estados Unidos e na Europa. Essas pessoas são muito sensíveis ao noticiário. Faço parte da Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos, que tem recursos para investir e ter retornos para as nossas atividades, mas os fundos têm a política de só aportar recursos onde não há impacto no clima. A reputação do Brasil como destino para investimentos foi manchada".

Ele afirmou, no entanto, que o governo Lula (PT), com o Ministério do Meio Ambiente chefiado por Marina Silva, "emite sinais de que o Brasil de hoje não é igual ao de ontem". "Mudou, mas é preciso solidificar as intenções, há no Congresso a proposta de uma nova anistia para invasores de terras e confio que o governo irá negociar para que essa proposta não prospere".

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