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Fernando Brito: quebrada a institucionalidade, a PGR vira uma rinha

O jornalista Fernando Brito afirma que "o Ministério Público é um caso claro de autodestruição de sua institucionalidade. Quis entrar na política e, agora, dentro dele, a política o está demolindo"

Augusto Aras (Foto: Roberto Jayme/Ascom/TSE)
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Por Fernando Brito, no Tijolaço - A indicação de Augusto Aras não é, por si só, o pior dos mundos para a Procuradoria Geral da República, tamanho eram os disparates que se apontava como possíveis escolhas de Jair Bolsonaro, com alguns nomes que tinham a marca de uma extrema direita terrível.

De fora, parece que são três as questões essenciais.

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A primeira, a de quais, quanto e em que profundidade têm os compromissos que assumiu com Jair Bolsonaro. A derrocada da tradição da lista tríplice deixou ao mais completo arbítrio presidencial a escolha do PGR e, com isso, a mais completa politicagem no processo.

São preocupantes não só as notícias de dos movimentos de Augusto junto aos filhos do presidente e, também, de um suposto convite ao procurador Ailton Benedito, um daqueles extremistas, para compor sua equipe.

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Quase que certamente a área dos Direitos Humanos será entregue a alguém que tenha por eles o mesmo desprezo que tem Bolsonaro.

Há o risco de que se tenha, talvez, uma ressurreição da figura do “Engavetador Geral da República” que Geraldo Brindeiro encarnou no Governo Fernando Henrique Cardoso.

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Não creio que vá poder ser completamente assim, porque há um quadro bem diferente agora com um presidente que não tem a imagem pública que tinha FHC, e 20 anos de descompressão aumentaram muito a liberdade de movimentos dos procuradores.

O segundo e mais delicado ponto é saber qual o destino do “lavajatismo” na nova PGR.

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Muito embora Augusto Aras tenha um ponto de contato com Moro e a República de Curitiba no primo Vladimir Aras, nada indica que Augusto pudesse ser o candidato in pectore da Lava Jato.

Não só pelo seu histórico de críticas à operação – mais recentemente suavizado por razões políticas – como por outros motivos, entre eles, até, a diferença geracional que tem – aos 60 anos e ingresso no MP (em 1987) na fase áurea da instituição, na Constituinte – em relação aos pósyuppies, na faixa dos 40, que formam a turma de Curitiba.

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Ademais, quando tira de Sérgio Moro o Coaf e o comando da Polícia Federal, parece difícil crer que Bolsonaro fosse dar a ele um Procurador Geral da República afinado com suas pretensões políticas.

As reações iniciais, da Associação Nacional dos Procuradores da República e de procuradores ligados à Lava Jato de fato revelam essa reação da ala “furiosa” do MP.

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Nos próximos dias o ambiente entre os procuradores será o de uma rinha, com bicadas e esporões sobre Aras.

Claro que as primeiras reações de Aras serão de contemporização e de “apoio total” àa Lava Jato, até para pacificar sua aprovação no Senado.

Depois, são outros 500.

O MP é um caso claro de autodestruição de sua institucionalidade. Quis entrar na política e, agora, dentro dele, a política o está demolindo.

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