CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Mídia

Lelê Teles: "Bolsonaro é um necrarca, um senhor da morte"

Para o jornalista, que também é colunista do Brasil 247, “Bolsonaro é genocida porque usa a sua política econômica para matar pobres, em sua maioria, pretos, pardos e indígenas”. Ele também acha que o interesse de Bolsonaro “com a morte é financeiro”. Assista sua entrevista na TV 247. Assista

Lelê Teles e Jair Bolsonaro (Foto: Reprodução/Facebook | Alan Santos/PR)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247 - Autor do texto “Lázaro, o leproso”, sobre o caso Lázaro Barbosa, o homicida de Goiânia, que motivou ataques da extrema direita, o jornalista, publicitário e roteirista Lelê Teles foi o convidado de Ricardo Nêggo Tom nesta edição do programa “Um Tom de resistência” na TV 247. Sobre a polêmica causada pelo artigo entre os Bolsonaros, ele avalia que “eles não conseguiram compreender nada” do que escreveu. “Eles tentaram imputar à esquerda a defesa de bandidos. O que eu fiz foi uma análise sobre um assunto que estava sendo tratado de forma espetacularizada e fora de contexto. O Lázaro que usei como analogia não é o mesmo que foi ressuscitado por Jesus Cristo. Eu me referi ao Lázaro, o leproso, o mendigo que ficava às portas de um milionário, sentado na escada recebendo as migalhas que caíam da mesa desse homem rico. Nessa época, os leprosos eram excluídos da sociedade. Só os cães iam lamber as suas feridas. E eu quis mostrar as chagas e as feridas que o Lázaro Barbosa queria mostrar para a sociedade”, explica.

Lelê lembra a infância e o passado conturbados que Lázaro viveu, e identifica as “feridas” que o transformaram num homem. “A sua mãe o teve com apenas 17 anos de idade, os pais eram desajustados, brigavam o tempo todo. Ele trabalhava pesado na zona rural, e a grana que ele levava para casa o pai usava para comprar bebida e, sob o efeito delas, bater nos filhos. Lázaro acabou cometendo crime e admitiu isso. Só que ele foi preso por um crime de estupro que ele não havia cometido, e na cadeia ele foi estuprado com um cabo de vassoura por um policial. Isso gerou nele vários traumas. Provou-se mais tarde que Lázaro não era um serial killer, mas sim um jagunço contratado por fazendeiros para matar pessoas”, descreveu. Ele também fez uma comparação entre os serviços que Lázaro prestava aos fazendeiros e a atuação de milicianos nas áreas urbanas da cidade. “O carrasco parece que é o assassino do bem. Esses bolsonaristas andam armados e pregam o uso de armas. E uma arma não serve para se defender, serve para atacar. Eu não sei a quem eles tanto temem para terem que se defender.”

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

O roteirista critica o aumento nas vendas de armas de fogo sob o governo Bolsonaro. “Vendeu-se mais de dois milhões de armas no Brasil desde que Bolsonaro assumiu o poder. O próprio Bolsonaro fala que tem que matar pessoas. É ‘matar pelo menos uns 30 mil’, é ‘metralhar a petralhada’, os caras falam em morte o tempo inteiro, elogia quando a polícia mata e depois criticam e condenam o assassino pobre. É uma leitura enviesada da realidade. Porque o bolsonarismo não se caracteriza apenas por negar a realidade. Eles querem reconstruir a realidade, criando uma realidade paralela e dizendo que a realidade é mentira, e que a mentira é a realidade”. As políticas adotadas pelo governo Bolsonaro foram alvo de críticas por parte de Lelê Teles. Perguntado se Bolsonaro pode ser considerado um genocida, ele respondeu que “sim e não”. “Se formos categorizá-lo como genocida, por conta da pandemia de Covid-19, eu acho que o termo é incorreto. Por isso que eu o chamo de necrarca. Um senhor da morte.”

Lelê explica a diferença avaliando que “o genocídio se caracteriza pelo assassinato deliberado de um grupo étnico, social ou religioso. É a morte com foco. A Covid já matou amigos do Bolsonaro, inclusive pastores evangélicos que o apoiavam, o seu ‘gado’ anda sem máscara nas ruas e muita gente de várias classes sociais já morreram. Então, nesse quesito não podemos chamá-lo de genocida, e sim de necrarca. Porque ele é responsável pela maioria dessas mortes. Agora, se formos às questões econômicas do seu governo, podemos chamá-lo de genocida. Quando ele usa a sua política econômica para matar pobres, ele está sendo genocida, porque ele está matando pretos e pardos especificamente. Quando ele usou uma política indigenista que permite a ocupação de terreiros para garimpagem, ele está sendo genocida, por estar atacando distintamente a uma etnia, a um povo específico. Quanto à gestão da pandemia, ele está sendo um necrarca. Porque para ele, quanto mais pessoas morrerem, mais haverá necessidade de remédios, mais caros os remédios vão ficando, mais fácil fica a propina. O seu interesse com a morte é financeiro. A família Bolsonaro se alimenta da morte, porque ela faz com que eles continuem vivos. Eles ganham dinheiro com a morte. São senhores da morte.”

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Inscreva-se na TV 247, seja membro e assista à íntegra do programa:

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO