Serrano sobre caso Suzy: Globo se escondeu atrás de Drauzio Varella por seus erros
“A Globo se utilizou da figura humanitária que o doutor Drauzio representa para se esconder. Se houve falha, foi uma falha do jornalismo da Globo”, disse à TV o professor Pedro Serrano, sobre a entrevista da presidiária transexual Suzy no Fantástico. Assista
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247 - O professor e jurista Pedro Serrano comentou na TV 247 a polêmica do início da semana sobre a entrevista dada pela presidiária transexual Suzy ao doutor Drauzio Varella no Fantástico, exibido no domingo (1º) pela Rede Globo. Serrano criticou a emissora por, segundo ele, ter escondido seus possíveis erros jornalísticos atrás da figura de Varella.
Ele também defendeu o médico, que em nada tem a ver com os crimes cometidos pela detenta, de acordo com suas palavras. “O primeiro elemento relevante é como a Rede Globo de Televisão se escudou na figura do doutor Drauzio, que é uma figura simpaticíssima para todo mundo, para querer esconder seu eventual equívoco. Doutor Drauzio é médico, ele não tem que ficar perguntando para as pessoas dentro da cadeia que crime elas cometeram, isso não tem sentido. Um médico independentemente do que elas fizeram”.
Para Pedro Serrano, se houve algum erro na reportagem que retratava a vida de Suzy, o erro é da emissora de televisão. “A Globo se utilizou da figura humanitária que o doutor Drauzio representa para se esconder. Se houve falha, foi uma falha do jornalismo da Globo, que não trouxe para as pessoas em um primeiro momento a informação de que crime aquela pessoa tinha cometido. Houve falha da Globo, a função da matéria não era ficar descrevendo crimes da pessoa, queria se pura e simplesmente o seguinte: como é a vida dentro da cadeia do transexual. Para retratar isso, a melhor pessoa para ser entrevistada é a que está há longo tempo convivendo ali, e a pessoa para estar há longo tempo ali é porque cometeu crime grave, não tem jeito”.
O jurista ainda justificou o repúdio de certa parcela da população à reportagem, que abordou os dramas da detenta transexual sob o olhar da empatia. “É um tema que acompanha a humanidade: como você olha, enxerga a pessoa que cometeu um crime gravíssimo desse contra uma criança? Acho que é natural o mal estar em relação a isso, é óbvio que isso envolve preconceito contra a transexualidade, é evidente que envolve uma certa falta de empatia, que envolve esse momento de autoritarismo líquido punitivo que a gente tem na sociedade e todos esses elementos negativos, mas é natural que esses elementos negativos no âmbito político e moral se desenvolvem a partir de um mal estar que é um pouco próprio da vida incomum do ser humano. Não se trata de uma transgressão qualquer, mas de uma transgressão violenta e muito radical a valores mínimos de convivência social”.
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