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Congressistas indianos levantam questões sobre acordo da Covaxin com o Brasil e pedem investigação

Porta-voz do congresso indiano, Suprya Shrinate cobrou do governo de seu país um posicionamento sobre as suspeitas expostas na CPI da Covid-19. Ela quer explicações sobre o acordo para o fornecimento da Covaxin e exigiu uma investigação sobre as acusações de sobrepreço e a obscuridade do negócio

(Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado)
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Por Denise Assis para o 247 - A porta-voz do congresso indiano, em Nova Delhi, Suprya Shrinate, em entrevista ao site “The Wire”, no dia 3 de julho, cobrou do governo de seu país um posicionamento sobre as suspeitas expostas na CPI da Covid-19, no Brasil. Ela quer explicações sobre o acordo para o fornecimento da vacina contra o coronavírus, a Covaxin, e exigiu que o primeiro-ministro e o governo ordenassem uma investigação sobre as acusações de sobrepreço e a obscuridade do negócio. Ela também questionou o governo sobre a “lentidão” da vacinação em seu país.

Shrinate disse que o seu governo precisa esclarecer o acordo com o Brasil, já que o Covaxin foi desenvolvido pela Bharat Biotech, em parceria com o Conselho Indiano de Pesquisa Médica (ICMR) e o dinheiro dos contribuintes foi usado para isso. Disse, ainda, que há sérias alegações levantadas por outro país (o Brasil), que não trazem polêmica apenas à Bharat Biotech, mas também seu co-desenvolvedor e co-parceiros. Para a porta-voz, o silêncio obsequioso do governo indiano leva a muito mais desconfianças.

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“Gostaríamos de levantar algumas questões muito importantes, porque isso traz descrédito e mácula a toda a indústria farmacêutica, que tem sido motivo de muito orgulho para a Índia”, disse. E quis saber: “por que o governo indiano e o primeiro-ministro estão silenciosos sobre as alegações de preços inflacionados pelo parceiro da Bharat Biotech – e a Madison Biotech de Cingapura -, que está no cerne da conspiração criminosa?”.

Segundo ela, as suspeitas, agora em domínio público, exigem uma investigação séria por parte do Serious Fraud Investigation Office (SFIO), visto que isso aparentemente envolve desvio de fundos e lavagem de dinheiro.

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“Por que o governo fica quieto, quando o status de uma entidade para a qual os lucros podem ter sido desviados, não é conhecido? O que o governo tem a dizer a respeito? Acho que ele precisa acordar e responder às perguntas”, disse, acrescentando:

“O governo precisa responder a algumas perguntas muito sérias, precisa se posicionar sobre suspeitas muito sérias e precisa confessar, porque o dinheiro dos contribuintes está envolvido no desenvolvimento do Covaxin e temos o direito de saber o que está acontecendo com esse dinheiro”, reagiu.

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Shrinate apontou que vê problemas no silêncio da Bharat Biotech, enquanto o Brasil abre duas investigações criminais sobre o escândalo, que já está conhecido como:  'CovaxinGate'

A líder do Congresso alegou que, de acordo com as acusações já levantadas pela CPI, no Brasil, a Bharat Biotech deu um preço mais baixo para a vacina, mas depois aumentou a taxa, desviando a negociação das vacinas a preço mais baixo para sua subsidiária em Cingapura, a Madison Biotech.

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A Bharat Biotech tinha um acordo com a Precisa Medicamentos do Brasil para fornecimento de 20 milhões de doses de Covaxin. Isso, alegou Shrinate, leva a desvios de fundos e resulta em um caso de lavagem de dinheiro. Não houve reação da Bharat Biotech ou do governo sobre as acusações.

Ela cobrou também o fato de, no Brasil,  o caso ter sido motivo de uma investigação criminal e uma investigação parlamentar, sobre o contrato, enquanto na Índia pairam suspeitas e silêncio.

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“Por que o governo indiano está silencioso? Porque diz respeito ao dinheiro dos contribuintes, sobre investimentos públicos e como lucrar com isso?”, ela perguntou. A porta-voz aproveitou também para cobrar o ritmo da vacinação em seu país. Segundo informou, apenas um pouco mais de seis milhões de indianos foram totalmente vacinados até agora.

Ela disse que os indianos têm o direito de serem os primeiros a se beneficiarem das vacinas fabricadas em seu país, e o governo precisa responder à pergunta de como alguns negócios de exportação estão sendo feitos e por que continuam, enquanto lá, faltam vacinas.

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As críticas da parlamentar se estenderam a alguns ministros que dão de ombros para aqueles que fazem perguntas sobre o ritmo lento da vacinação, em vez de responder a perguntas, principalmente sobre o acordo da Covaxin com o Brasil.

Shrinate quer saber, ainda,  “por que agora que as denúncias já são de domínio público, não há uma investigação séria por parte do Serious Fraud Investigation Office (SFIO), visto que isso aparentemente envolve desvio de fundos e lavagem de dinheiro? O governo não deveria fazer alguma coisa a respeito? Acho que o governo precisa acordar e responder às perguntas”, exigiu.

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