CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Mundo

Nelly, de 91 anos, militante argentina: “Aborto sempre existiu, mas agora saiu do armário”

Uma ativista argentina de 91 anos, Nelly Minyersky, é como um símbolo da luta das mulheres do país pelo direito ao aborto, finalmente aprovado na madrugada desta quarta-feira pelo Senado

Nelly Minyersky (Foto: Nelly Minyersky)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

247 com Fórum - A militante feminista Nelly Minyersky, de 91 anos, diretora de mestrado da Faculdade de Direito da Universidade de Buenos Aires, afirmou em entrevista à BBC Brasil que o debate sobre o aborto na Argentina “saiu do armário” recentemente, mas a prática sempre existiu.

“O aborto saiu do armário. Ele sempre existiu, mas o debate permitiu que esta realidade clandestina e que castiga as mulheres viesse à tona”, disse a ativista.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Ela se convenceu da necessidade de descriminalizar e legalizar o aborto nos vários anos em que trabalhou como advogada dos direitos da família.

"Foi com meu trabalho que fui vendo a importância da liberdade para as mulheres, a liberdade para escolher o próprio caminho. E o direito ao aborto é parte disso", disse.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Desde 2012 ela trabalhou na comissão que redigiu os projetos no Congresso. "É uma batalha longa. Em 2019, apresentamos o projeto número oito. Mas agora minha expectativa é que, finalmente, será lei", disse.

Nelly foi uma das milhares de mulheres que acompanharam por horas o debate na tribuna da Câmara dos Deputados no último dia 11. Naquele dia, a Câmara aprovou o projeto de lei do presidente Alberto Fernández que legaliza o aborto gratuito e voluntário no país. Na madrugada desta quarta-feira (30), o Senado ratificou a decisão dos deputados por 38 votos a 29 e o aborto passou a ser legal na Argentina.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Por normas de segurança da Câmara, Minyersky, convidada pelos parlamentares que apoiam a medida, fez um teste de PCR que deu negativo para o novo coronavírus, o que a permitiu acompanhar o que chamou de "sessão histórica" na casa.

Mãe de dois filhos, avó de três netos e com dois bisnetos, Minyersky costuma usar um lenço verde, que simboliza a campanha pela legalização do aborto, no pescoço, no pulso ou na bolsa. A imagem no seu perfil no WhatsApp é a do símbolo da campanha que diz: 'Yo voto por el derecho a decidir. #Que sea ley' ('Eu voto pelo direito a decidir. #Que seja lei').

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Quando já tinha quase 90 anos, antes da pandemia, ela participou de passeatas e atos pela medida em 2018, quando foi aprovada na Câmara e rejeitada no Senado. "Em 2018, foi um movimento maravilhoso, com a mobilização de mais de um milhão de pessoas e, apesar de não termos conseguido a sanção da lei no Senado, conseguimos um despertar para a importância da legalização do aborto", disse a ativista à jornalista Márcia Carmo.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO