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No "Sua Excelência, O Fato", da TV 247, Roberto Freire revelou a dificuldade dos golpistas para se reconciliarem com a História

Presidente do Cidadania quis impor sua visão sobre 1992, 2016 e o porquê de não ter havido impeachment de Jair Bolsonaro. Exposto a contradições, chiou

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Luís Costa Pinto, do 247 – Quando o Sua Excelência, O Fato foi criado, a ideia era pôr na prateleira de alternativas da mídia digital independente um programa jornalístico que jogasse luz em informações desconhecidas, disponibilizasse opiniões diversas e fizesse, afinal, com que fatos pudessem ser analisados sob todos os prismas. Corria o mês de novembro de 2020, o Brasil e o mundo estavam sob o impacto da pandemia por Covid-19, e o jornalismo se reinventava. Não à toa, o primeiro convidado do "Sua Excelência...” foi o ex-deputado José Genoíno, que até então evitava debates públicos e abertos e conservava uma reserva pessoal sem sentido nem para ele, nem para a Democracia. Resgatou-se a partir dali a contribuição gigantesca que a biografia de Genoíno representa para o processo democrático brasileiro e ele voltou aos debates.

Em 2020, o programa passou a ser reproduzido aos sábados de manhã pela TV 247 e, desde de janeiro de 2021, ganhou frequência de duas vezes por semana na grade de nosso canal. Por todo este período, em todas as edições, assistiu-se a debates jornalisticamente saudáveis e ideologicamente diversos no espaço democrático (como não poderia deixar de ser) que o Sua Excelência, O Fato soube cativar. Na manhã desta 5ª feira, 17 de fevereiro, infelizmente, o ex-deputado e ex-senador Roberto Freire, presidente do Cidadania, manchou a trajetória do programa e expôs a veia antidemocrática, pérfida e arrogante de personalidades que apoiaram o golpe do impeachment sem crime de responsabilidade de 2016 e agora se recusam a responder pela responsabilidade que têm na tragédia por que passa o Brasil.

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Personagem político que de alguma maneira encantou a esquerda nacional quando foi candidato a Presidente da República em 1989, pelo Partido Comunista Brasileiro, Freire esteve à proa da camarilha que a partir de 2015 tratou de inviabilizar politicamente o segundo mandato presidencial de Dilma Rousseff (PT) e pavimentou o caminho para o golpe jurídico/parlamentar/classista que a depôs. 

Aliados de Eduardo Cunha, presidente da Câmara à época, e de Michel Temer, então vice-presidente, golpistas como Freire solaparam a governabilidade, criaram as condições para a usurpação do poder por Temer, deram verniz de legitimidade a um impeachment ilegal e inconstitucional, abriram as portas do Palácio do Planalto para uma cleptocracia e para a remitalização da política brasileira. Enfim, deram as condições para a ascensão de um néscio como Jair Bolsonaro.

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No programa desta 5ª feira, Freire traçou similaridade e normalidade institucional na consumação dos impeachments de Fernando Collor, em 1992, e de Dilma Rousseff, em 2016. Deixou claro, é verdade, que Bolsonaro já cometeu muito mais crimes de responsabilidade do que Collor e que teria de sofrer impeachment também. Entretanto, não suportou ser contraditado em sua tese. Sequer admitiu escutar o contraditório. Tentou fantasiar a verdade dizendo que não tinha sido convidado para ouvir opiniões de “entrevistadores”. 

De maneira profissionalmente correta, o jornalista Eumano Silva, um dos integrantes da bancada fixa do Sua Excelência, O Fato, esforçou-se para apaziguar os ânimos. Freire, contudo, não admitia escutar opinião diversa da dele e nem estava aberto a analisar as diferenças entre os impeachments de Collor e de Dilma. Um, o de 1992, uniu o Brasil. O outro, dividiu-o no discurso de ódio que tragou até a trajetória política do ex-deputado e ex-senador.

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Por whatsapp, Freire seguiu na tentativa de impôr as teses e o fim do debate

Nos seis minutos finais do programa o presidente do Cidadania ouviu o agradecimento pela participação e foi informado que a bancada faria uma fala de encerramento. Ele, então, se recusou a abandonar o microfone e seguiu imprecando contra o debate e contra a lógica de que onde há debate, há ao menos dois lados. Foi um momento lamentável na ainda curta história do programa. Foi explicado aos telespectadores o que se passava, assentou-se a opinião do canal e alguns super chats terminaram por ser lidos.

Por whatsapp, Roberto Freire seguiu ofendendo os fatos e a História, crendo estar ofendendo apenas seu antagonista episódico (sempre no afã de “falar por último” e impor sua visão pessoal, ele já tinha protagonizado passagem semelhante na TV Democracia, com o jornalista Fábio Pannunzio), seguiu tentando dar de mote próprio o desfecho para o debate que interditou minutos antes. 

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“Não adianta você dizer que me respeita, pois foi covarde ao mentir sobre quem foi ou vai ser democrata”, escreveu-me pelo aplicativo. “Não irei responder a esse xingamento totalmente desprovido de razão. Sigo respeitando seu passado. Lamento que o presente seja o que é”, recebeu em resposta.

A TV 247 é um espaço democrático da mídia digital independente e seguirá assim, apesar de não ser do agrado do ex-deputado, ex-senador, ex-comunista, enfim, ex-Roberto Freire. Isso não tem importância ou relevância para nós, jornalistas e democratas. Neste espaço democrático, que se consolidou no antagonismo e na divergência ao golpe jurídico/parlamentar/classista de 2016, do qual Freire foi sócio no passado e que agora o envergonha, seguiremos abrigando visões divergentes e buscando a verdade dos fatos.

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Incapazes de encarar o doloroso dever da autocrítica, pois devem isso às suas histórias de vida, os cúmplices do impeachment sem crime de responsabilidade de 2016 se negam a admitir que a deposição de Dilma Rousseff desmontou a normalidade institucional da Democracia brasileira e tornou viável a chegada ao poder de uma criatura tão desumanamente impensável e imprestável como Jair Bolsonaro. 

Roberto Freire ainda tem tempo para mirar essa imagem, expiar os pecados para com a institucionalidade do País e reescrever algumas páginas de sua biografia política. Só não é crível esperar que tenha humildade e inteligência para fazê-lo.

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