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PT debate se Lula deve ser afirmativo ou mais cuidadoso com 'pautas identitárias'

Opinião sobre aborto, defesa de pressão direta sobre congressistas e anúncio de demissão de militares estão sendo usados contra o ex-presidente

Lula (Foto: Reprodução)
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Agenda do Poder - Num país tido como conservador e contra um adversário principal considerado ainda mais conservador do que o próprio país, não convém arriscar-se em declarações polêmicas, que fujam do senso comum ou que sejam marcadamente 'identitárias'.

É mais ou menos isto que alguns petistas mais experientes com as emboscadas das campanhas eleitorais, e que tiverem coragem de falar com Lula, dirão a ele, quando puderem e, talvez, quando não tiver ninguém por perto.

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Ainda que tenha tomado os cuidados necessários, Lula propôs que os sindicalistas da CUT formem grupos de 50 militantes e se encaminhem para a frente das casas de congressistas para pressioná-los a tomar posições políticas mais progressistas.

Desde então, bolsonaristas furiosos, e armados, passaram a ameaçar atirar em quem quer que se aproxime de suas casas para se manifestar, com ou sem boné da CUT.

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Ainda que tenha evitado posições taxativas, Lula defendeu o direito da mulher ao aborto. E os evangélicos, aquele grupo social que o PT precisa agradar, passou a ser insuflado pelos seus pastores contra o PT.

No primeiro caso, Lula foi vítima de sua própria empolgação, por estar diante da companheirada sindical. No segundo, caiu num tipo de armadilha a qual será submetido durante toda a campanha: aborto, liberação de drogas etc.

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Lula podia ter dito, diante da pergunta maliciosa, que para começar o Brasil deve passar a cumprir a lei que autoriza o aborto a mulheres e meninas vítimas de estupro, inclusive dentro de casa, e que o governo fascista de Bolsonaro até isso tenta impedir. A maioria dos brasileiros aprova esta leis, que incluiu casos de má formação fetal.

Nenhum candidato precisa defender o aborto. Trata-se de assunto de deliberação exclusiva do Congresso Nacional e caberá ao presidente da República, quando for o caso, sancionar ou vetar uma lei aprovada neste sentido. E o mais provável, até, é que tal decisão seja tomada pela população, diretamente, por meio de um plebiscito.

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Entrar nesta polêmica agora, seis meses antes da eleição, e tendo como adversário Bolsonaro, é buscar sarna para se coçar.

Lula ou qualquer candidato tem todo o direito de não responder perempetoriamente a uma pergunta, sobretudo perguntas sobre assuntos cuja decisão não lhe dirá respeito, diretamente, na presidência da República.

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A colunista do Globo Bela Megale publica hoje uma nota sobre estas questões. Embora escorregue num típico preconceito, provavelmente é verdade que sua especulação faça mesmo parte do atual debate interno do PT.

Leia:

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As declarações polêmicas dadas por Lula nos últimos dias geraram uma série de apelos de aliados junto ao petista para que ele se prepare mais para fazer falas públicas. Com uma agenda intensa de eventos e entrevistas, o ex-presidente tem feito declarações, praticamente, só de improviso. Petistas que têm mais intimidade com Lula pedem que ele “fale menos e ouça mais”. 

O grupo defende que Lula debata temas com especialistas antes de levá-los a público, em especial, questões polêmicas. A defesa que ele fez do aborto como questão de saúde pública e a fala sobre a demissão de 8 mil militares foram colocadas como exemplos de temas que Lula abordou sem qualquer preparação ou debate interno prévio. 

A avaliação de petistas e aliados de outras siglas é que o ex-presidente deve retomar conversas que vinha tendo com especialistas antes de abordar temas que trataria publicamente. O objetivo é que ele elabore as ideias previamente e, assim, evite desgastes como o que enfrenta agora.      

Dentro do PT e no entorno de Lula a sensação é de que a pré-campanha está “desarrumada” e que essa confusão na comunicação exemplifica isso. Lula vem sendo aconselhado a definir logo seu time e anunciá-lo para delegar a outras pessoas que também falem sobre seu projeto como presidente.

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