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Nuzman é denunciado por corrupção na eleição para Olimpíada

O Ministério Público Federal apresentou denúncia nesta quarta-feira contra o ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) Carlos Arthur Nuzman por corrupção, organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas; também foram denunciados o ex-diretor de marketing do COB Leonardo Gryner, por corrupção e organização criminosa, e o ex-governador Sérgio Cabral, o empresário Arthur Soares e os senegaleses Papa Massata Diack e Lamine Diack, por corrupção

Nuzman é levado para a prisão no Rio de Janeiro 5/10/2017 REUTERS/Bruno Kelly (Foto: Gisele Federicce)
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RIO DE JANEIRO (Reuters) - O Ministério Público Federal (MPF) apresentou denúncia nesta quarta-feira contra o ex-presidente do Comitê Olímpico do Brasil (COB) Carlos Arthur Nuzman por corrupção, organização criminosa, lavagem de dinheiro e evasão de divisas por suspeita de compra de votos na eleição que escolheu o Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016.

Além de Nuzman, também foram denunciados o ex-diretor de marketing do COB Leonardo Gryner, por corrupção e organização criminosa, e o ex-governador Sérgio Cabral, o empresário Arthur Soares e os senegaleses Papa Massata Diack e Lamine Diack, por corrupção, informou o MPF.

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Nuzman foi preso pela Polícia Federal em 5 de outubro acusado de intermediar a compra de votos de dirigentes africanos, por meio dos Diack, na eleição realizada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) em 2009, com dinheiro proveniente do esquema de corrupção liderado pelo então governador Cabral, que também está preso.

Nuzman renunciou à presidência do COB, que comandava há 22 anos, após a prisão. Gryner também foi preso pela PF na mesma operação, mas recebeu direito à liberdado posteriormente.

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Segundo a denúncia, os dirigentes esportivos e o então governador viabilizaram pagamento de 2 milhões de dólares do empresário Soares aos senegaleses para garantir a vitória do Rio de Janeiro.

O Rio foi eleito sede dos Jogos Olímpicos em uma votação em que derrotou Chicago, Tóquio e Madri. Na votação final, contra a cidade espanhola, a candidatura carioca obteve um triunfo com margem folgada, 66 votos a 32.

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Para o MPF, Nuzman e Gryner são equiparados a funcionários públicos, porque tanto o COB como o Comitê Rio 2016, responsável pela organização dos Jogos, eram gestores de verbas públicas recebidas pelas instituições e exerciam atividade típica de Estado, o esporte.

"A despeito de tratar-se de uma 'pessoa jurídica de direito privado', o Comitê Olímpico do Brasil, por meio de seus dirigentes, representa a República Federativa do Brasil em eventos esportivos internacionais, recebe verba pública (que representa a maior parte de seu orçamento) e, ainda, exerce uma atividade típica da Administração Pública Federal ao fomentar e organizar as atividades desportivas olímpicas no Brasil", disseram os procuradores do MPF na denúncia.

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"Onde existe verba pública, existe dever de probidade e existe a responsabilidade daqueles que a gerem, podendo, portanto, ser responsabilizados quando atuarem em contrariedade ao que determina a lei."

Procurada, a defesa de Nuzman não tinha um posicionamento de imediato sobre a apresentação da denúncia. Não foi possível fazer contato com representantes dos outros denunciados.

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Nuzman, que também foi o presidente do Comitê Rio 2016, teve bens bloqueados pela Justiça Federal e foi proibido de sair do país até a conclusão das investigações da chamada operação Unfair Play, que resultou em bloqueio de ativos de suspeitos no total de 1 bilhão de reais.

Com o avanço das investigações, os procuradores descobriram que Nuzman mantinha recursos ocultos no exterior e só os declarou à Receita Federal após a deflagração da ação no mês passado, incluindo 16 barras de ouro, de 1 quilo cada, depositadas na Suíça. Segundo o MPF, o valor atual das barras de ouro seria equivalente a cerca de 1,5 milhão de reais.

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De acordo com o MPF, não há confirmação até o momento de propinas pagas a Nuzman, mas foi identificado um aumento patrimonial do dirigente de 416 por cento entre 2006 e 2016.

Reportagem de Rodrigo Viga Gaier e Pedro Fonseca

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