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Jailton Andrade

Jailton Andrade é advogado, músico, dirigente sindical e do movimento negro e criador do Debate Petroleiro

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3R Petroleum tenta silenciar jornalista sobre privatização de campos da Petrobrás no Rio Grande do Norte

A petroleira, que tem à frente do CA o ex-presidente da Petrobrás, pede que justiça remova reportagens e uma indenização de R$ 500 mil

(Foto: Gerada por inteligência artificial)
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A 3R Petroleum, compradora de boa parte das áreas de exploração da Petrobras no país, acionou a Justiça do Rio de Janeiro contra o jornalista Angelo Girotto pela publicação de reportagens que revelam como a empresa comprou os ativos da estatal.

Nas matérias de agosto do ano passado, o jornalista havia denunciado irregularidades no processo de privatização do Polo Potiguar da Petrobras no Rio Grande do Norte, que incluiu 32 campos de exploração e a refinaria Clara Camarão.

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Publicadas no diário “Agora RN” e em seu blog pessoal, as reportagens de Girotto revelaram que a 3R entrou na disputa pelos ativos da Petrobras sem as qualificações técnicas e financeiras exigidas, além do fato de o atual presidente do Conselho Administrativo da 3R, Roberto Castello Branco, ter sido o presidente da Petrobras quando o Polo Potiguar foi posto à venda.

Em junho de 2023, quando a 3R concluiu a compra dos ativos, Castello Branco já chefiava a empresa. Nas palavras do jornalista, "ele pôs à venda e mudou de lado a tempo de comprar o Polo Potiguar".

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3R tenta remover reportagens do ar

Logo após a divulgação das reportagens, a 3R Petroleum notificou o autor e os veículos de comunicação pedindo a remoção dos conteúdos. Diante da recusa em ceder à censura, a empresa os acionou na Justiça.

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Na ação, a 3R Petroleum de Castello Branco alega que o conteúdo “associa a imagem da 3R a figuras do alto escalão do antigo governo brasileiro, de forma claramente pejorativa”.

Sem citar nomes, a 3R refere-se à montagem de capa de uma das matérias de Girotto em seu blog que ostenta o Bolsonaro e seu ministro da economia para dizer que o jornalista “continua perseguindo a 3R, buscando a todo momento descredibilizá-la injustamente e caracterizá-la como uma companhia corrupta, inidônea e que pauta sua atuação em uma estratégia predatória de aquisição de ativos da Petrobras”.

Apesar do presidente do Conselho de Administração da 3R e ex-presidente da Petrobrás, Roberto de Cunha Castelo Branco, ter sido indicado ao posto na estatal por Paulo Guedes, seu amigo pessoal desde os tempos da Universidade de Chicago e depois sócios do IBMEC - Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais juntamente com Claudio Haddad, hoje a 3R considera que associar a 3R a Paulo Guedes é uma ofensa à honra da empresa.

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O que dizer do BTG Pactual de Paulo Guedes e André Esteves, que adquiriu know-how com a compra do banco suíço BSI, o centro nervoso do escândalo do malaio Jow Low, e que no Brasil indica compra de ações da 3R Petroleum simplesmente poque é sócia dela?

A ligação de Paulo Guedes à 3R não parece uma narrativa especulativa do jornalista perseguido. É um dado da realidade devido à estratégia de atalho que empresa escolheu seguir para seu crescimento rápido. Foram os ensinamentos do IBMEC onde toda a família Castello Branco estudou para atuar na EBX de Eike Batista, no Conselho da Eneva (BTG Pactual), na Siemens, no escritório Siqueira Castro, no escritório de advocacia americano Thacher Proffitt & Wood, na FGV, na Vale...

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Alegar que a associação da 3R Petroleum com Paulo Guedes coloca a petroleira como corrupta e inidônea é, no mínimo, reconhecer que o ex-presidente da Petrobrás não deveria compor os quadros do Conselho de Administração assim como a BTG Pactual não deveria ser sócia na 3R Petroleum.

Indenização de R$ 500 mil

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Além de apagar as reportagens, a 3R exige meio milhão de reais em indenização. Para a advogada de Girotto, Rebeca Alves, "o valor exorbitante da indenização pedida mostra claramente que há um esforço dos litigantes em dificultar a defesa e desestimular que meu cliente prossiga com suas apurações".

Angelo Girotto declarou que continuará investigando qualquer ato empresarial contrário aos interesses do país. "O que eles fizeram com o Rio Grande do Norte não tem preço. Tomaram para si a maior indústria do nosso estado em circunstâncias até hoje nebulosas, mesmo após a publicação das reportagens. São muitos sigilos e respostas vazias, enquanto a sociedade fica na dúvida sobre o que foi feito de seu patrimônio. Por trás de um verniz de civilidade, são tão truculentos com a imprensa livre quanto são no mercado de financeiro. Podem tentar calar um trabalhador da imprensa, mas não conseguirão calar o jornalismo investigativo", disse o jornalista.

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