CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Paulo Henrique Arantes avatar

Paulo Henrique Arantes

Jornalista há quase quatro décadas, é autor de “Retratos da Destruição: Flashes dos Anos em que Jair Bolsonaro Tentou Acabar com o Brasil”

194 artigos

blog

A antipolítica bolsonarista está nos estertores

"Com a provável derrota de Jair, o governo Lula terá de provar que sem política, a boa politica, não se constrói uma nação", diz Paulo Henrique Arantes

Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro (Foto: REUTERS)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Já lembramos neste espaço que o primeiro mandatário da República Checa, o escritor e dramaturgo Vaclav Havel, foi um intransigente defensor da resistência não-violenta. Líder da Revolução de Veludo, Havel é um ícone da “política da antipolítica”, tendo atuado contra o monopólio ideológico da vida pública. Gandhi e Luther King também foram expoentes da antipolítica, conduzindo rebeliões pacíficas.  

Nos três casos, nada a ver com o sentimento antipolítica que Jair fez despertar em tanta gente no Brasil, mesmo sendo ele um político no pior sentido da palavra, deputado folclórico e inoperante, viúvo e saudoso da ditadura, mau orador, péssimo negociador. Suas horas na Presidência da República estão contadas e sua antipolítica de fachada deverá ser substituída pela política em sua essência civilizatória, surgida para que os conflitos sociais deixassem de ser resolvidos por meio da força.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Para o ensaísta húngaro Gyorgy Konrad, dissidente durante a dominação soviética em seu país, “a antipolítica é a atividade política daqueles que não querem ser políticos e que recusam sua cota de poder” - algo que Jair nunca fez, nem de longe. Tampouco poderia, pois extrai benesses pessoais justamente da política em sua pior versão, aquela do compadrio, da adulação, do favorecimento a grupelhos. Corrupção, fisiologismo, patrimonialismo, caciquismo, mandonismo e nepotismo, somados a uma notável incompetência na gestão pública, caracterizam a política bolsonarista. 

Com a provável derrota de Jair no domingo, o governo Lula terá de provar que sem política, a boa politica, não se constrói uma nação. Será necessária uma nova transição, cujos resultados, se positivos, levarão as pessoas a compreenderem que sem política não há civilização. O desejo final dos eleitores é que as más práticas no exercício do poder político sejam extirpadas, não camufladas. Se o povo afirma odiar política, talvez passe a amá-la quando entender que ela pode estar a seu serviço.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO