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Rodrigo Vianna

Jornalista desde 1990. Passou por Folha, TV Cultura, Globo e Record; e hoje apresenta o "Boa Noite 247". Vencedor dos Prêmios Vladimir Herzog e Embratel de Jornalismo, é também Mestre em História Social pela USP. Blogueiro, integra a direção do Centro de Estudos Barão de Itararé.

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A eleição em Minas e no Rio: os palanques de Lula

"Lula está na frente nas pesquisas no Rio e em Minas. Mas se não amarrar bem os palanques locais, corre risco de ver Bolsonaro crescer ao colar em Zema e Claudio Castro", observa o jornalista Rodrigo Vianna

Lula (Foto: Reprodução/Youtube)
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Encerrada a CPI da Pandemia, que cumpriu papel decisivo ao desmascarar com fatos e depoimentos a responsabilidade de Bolsonaro e seu bando, o Brasil entrará numa fase de decantação política entre novembro/2021 e abril/2022 - como escrevi em coluna anterior.

Está claro que Bolsonaro não será afastado por impeachment (como seria desejável) e que a decisão ficará mesmo para 2022: o Brasil irá às urnas, tudo indica, em meio à recessão. Nesse quadro, Lula é o favorito, apesar de a maior parte da elite financeira não aceitar bem a volta do petista.

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Mas gostaria de chamar atenção para os arranjos locais da política, especialmente em dois estados que costumam ser decisivos nas eleições brasileiras: Rio e Minas.

Desde 2002, nas últimas cinco eleições presidenciais, a geografia do voto no país parece bastante consolidada. 

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O PT (com Lula, Dilma ou Haddad) ganha com folga no Nordeste (que tem cerca de 27% do eleitorado) e em parte do Norte. A margem aberta pelos petistas nessas regiões costuma compensar a dianteira dos candidatos da direita em São Paulo, no Sul e no Centro Oeste.

A eleição, portanto, decide-se em Minas e no Rio - que são, no Brasil, o que os norte-americanos costumam chamar de "swing states" (estados que flutuam, sem um eleitorado tão definido).

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Em 2014, apesar de todas as dificuldades, Dilma colheu surpreendente vitória sobre Aécio no estado de origem do tucano. O mesmo deu-se no Rio: apesar de ficar atrás do candidato do PSDB na capital fluminense, garantiu dianteira na Baixada e no interior do Estado. 

Em 2018, o quadro se inverteu. Haddad ganhou de lavada no Nordeste e no estado mais populoso do Norte (Pará). A novidade foi que Bolsonaro (ao contrário do que aconteceu com os candidatos tucanos nas eleições anteriores) foi capaz de avançar no Rio e em Minas.

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Os dois estados serão fundamentais mais uma vez em 2022. E chama atenção que o PT não tenha candidatos próprios em Minas ou Rio. Depende de alianças.

Em Minas, o atual governador Zema (Novo) está na frente nas pesquisas. O adversário dele deve ser o prefeito Kalil (PSD), que só é conhecido em BH e na região metropolitana. 

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Como se sabe, Minas são muitas... O Norte do Estado e o Vale do Jequitinhonha têm um eleitorado fortemente lulista, enquanto o Triângulo e o sul de Minas seguem a tendência antipetista de estados vizinhos.

Por isso, uma aliança de Lula com Kalil parece fazer sentido político (puxando o eleitor "centrista" para o lado de Lula) mas também geográfico: a popularidade de Kalil pode ajudar o petista na Grande BH, enquanto Lula puxaria voto para o candidato do PSD no Norte mineiro.

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No Rio, o quadro é mais complexo. A militância petista parecia ter mais simpatia pela candidatura de Freixo (PSB), mas lideranças do PT avaliam que o deputado socialista tem dificuldades para dialogar com setores conservadores, e que um palanque exclusivo Lula/Freixo poderia deixar a avenida aberta para Bolsonaro (especialmente na Baixada e no interior do Estado).

O ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves (PDT) é visto como nome mais palatável para dialogar com o "centro", sem falar no advogado Felipe Santa Cruz (PSD), apoiado por Eduardo Paes. 

Lula está na frente nas pesquisas no Rio e em Minas. Mas se não amarrar bem os palanques locais, corre risco de ver Bolsonaro crescer ao colar em Zema e Claudio Castro - dois governadores com esquemas políticos bem azeitados para 2022.

A melhor fórmula para Lula parece ser: palanque fechado com Kalil em Minas; palanques múltiplos no Rio. A vitória nacional de Lula depende de arranjos bem feitos nesses dois estados.

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