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Verônica Lima

Foi a primeira vereadora negra de Niterói pelo PT e está em seu terceiro mandato na cidade

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“A história não vai parar com esse processo”: Lula, Moro e o futuro da nossa democracia

Moro, em sua perseguição política à Lula, atentou não só contra o ex-presidente, mas contra a nossa democracia e as nossas instituições

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Em meio ao caos da pandemia e os trágicos recordes de mortes diárias por Covid-19, consequência da política desastrosa do Governo Federal, o Ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal, expediu, na segunda-feira (8), uma decisão que mobilizou o Brasil: transferiu todos os processos a que responde o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de Curitiba para Brasília. Com isso, Fachin derrubou todas as condenações impostas a Lula pela Operação Lava-Jato. O resultado: um dos maiores líderes políticos da história recente do Brasil, sentenciado injustamente à prisão, teve seus direitos políticos restabelecidos.

No dia seguinte (9), teve início no STF o julgamento da suspeição do ex-juiz e ex-ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Sergio Moro. O ministro Gilmar Mendes, presidente da turma que julga o caso, apontou, em voto contundente, que houve um “conluio” entre Moro e os procuradores da Lava-Jato desde a fase de investigação, impedindo que o processo fosse julgado de maneira imparcial. Em especial, as trocas de mensagem entre o então juiz e o procurador Deltan Dallagnol, membro da força-tarefa, demonstraram a articulação entre juiz e procuradores para condenar Lula. Diante dos fatos, Gilmar Mendes afirmou que se tratava do “maior escândalo judicial da história”, configurando a “maior crise da Justiça no Brasil”.

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A verdade é nítida: à época da corrida presidencial das eleições de 2018, Lula vinha liderando todas as pesquisas de opinião. O ex-presidente então foi perseguido, preso e retirado da disputa. Esse cenário é decorrente de um aprofundamento do golpe midiático-parlamentar que retirou a presidenta Dilma Rousseff do poder, sem qualquer prova de crime de responsabilidade, para dar início a um projeto de dilapidação da soberania do nosso país e das nossas instituições.

Na quarta-feira, Lula discursou na sede do Sindicato dos Metalúrgicos, berço de sua atuação política. Os olhos do mundo estavam voltados para o ex-presidente que, em mais de duas horas de fala, lavou a alma do povo brasileiro. Denunciou com firmeza todas as atrocidades cometidas por Jair Bolsonaro e por sua equipe de governo e demonstrou como um verdadeiro líder teria se comportado diante da pandemia da Covid-19.

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As diferenças entre ambos ficaram explícitas, dificultando ainda mais a já insustentável aproximação que alguns tentam construir a partir do termo "bolsopetismo”. Basta comparar: durante os governos do PT nosso país alcançou projeção internacional, disputando de igual para igual com os gigantes da geopolítica mundial. Hoje somos protagonistas de uma tragédia histórica, figurando em manchetes sobre a falta de uma política eficiente no combate ao vírus e de busca por vacinas para a população.

Muito embora a derrubada das condenações contra Lula seja uma vitória, não podemos nos perder em celebrações: Sergio Moro precisa ser julgado suspeito no processo que corre no STF, adiado após pedido do Ministro Kássio Nunes Marques, indicado ao tribunal por Jair Bolsonaro. Moro, em sua perseguição política à Lula, atentou não só contra o ex-presidente, mas contra a nossa democracia e as nossas instituições. Desde 2018 nós denunciamos o absurdo: como pode o juiz que condenou o principal adversário político de Bolsonaro tornar-se ministro no governo do mesmo? Se hoje estamos mergulhados nessa crise política e humanitária sem precedentes, Moro, a Lava-Jato e a “República de Curitiba” têm sua generosa parcela de culpa. 

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Durante um depoimento a Sergio Moro na fase de inquérito do processo do Triplex, Lula adiantou: “a história não vai parar com esse processo. A história vai julgar se houve abuso de autoridade nesse caso por parte do Ministério Público e da Polícia Federal”. De fato, parece que essa semana, a história começou, ainda que tarde, a cobrar os desmandos do ex-juiz e da Lava-Jato. Precisamos, porém, permanecer atentos e fortes, resguardando a nossa frágil democracia e cobrando que aqueles que tramaram para destruir nosso país sejam responsabilizados. 

Espero que em breve possamos estar todos vacinados e festejando a nossa democracia nas ruas. Brindando a força do povo, das mulheres, dos LGBTQIA+, do povo negro e de todas as minorias que tentaram silenciar. 

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