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Fernando Horta

Fernando Horta é historiador

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Assim não pode continuar

"Não é possível que o governo mantenha as coisas como estão", aponta

Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Ricardo Stuckert)
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O presidente Lula só poderá trocar Augusto Aras por um indicado seu em setembro de 2023. São oito meses até lá. A Câmara dos deputados terá, ao que tudo indica, a presidência venal de Arthur Lira, e a votação no Senado será apertada, podendo o candidato da oposição ser sim eleito. Na composição do Congresso é possível perceber uma maioria raivosa que hoje está silente. Alguns trocando apoio por participação no governo, mas fica uma espécie de “energia golpista” latente. Esperando apenas um sinal.

Veja-se que o mesmo ocorre nas Forças Armadas. A atitude de Lula em trocar o comandante do exército foi acertada, porém parar as mudanças aí significa que não estamos tratando o problema. Demos um paracetamol ao golpismo e mandamos para a cama. Como se fosse uma “virose” e não um câncer.

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Todo o trabalho de Dino e Capelli está sendo silenciosamente sabotado. As instituições já começaram o seu paciencioso trabalho de se modificar para não mudar nada. O projeto de criação de uma Guarda Nacional já recebeu da governadora em exercício, Celina Leão, críticas e deve ter muita resistência para ser aprovado no Congresso. Ao mesmo tempo, o ministro Dino já avisou que não pretende federalizar a segurança do Distrito Federal.

O que se vê nesse início é que está se tomando medidas provisórias para resolver um problema permanente. As instituições entraram em modo de autodefesa e já bloqueiam qualquer avanço para desconstruir o golpismo contra governos progressistas. Mesmo depois dos erros crassos do início do ano, nenhuma instituição fez qualquer mudança efetiva no sentido de fortalecer o poder civil, ou mesmo a democracia.

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A mesma situação ocorreu com o judiciário. Mesmo depois dos absurdos da Lava a Jato, e de Moro e Dallagnol estarem eleitos (como sempre havia sido o plano), o judiciário não aprovou sequer uma mudança em regimento que viesse a proteger alguns dos aspectos utilizados pela Lava a Jato para destruir o Brasil. Nem as propostas no Congresso, com esse sentido, têm qualquer chance de serem votadas.

Na prática, estamos nos equilibrando no fio da navalha. Lula hoje é intocável. Seu carisma, o encanto do povo pela democracia (novamente), e a forma ágil como tem se movido no cenário internacional, garantem ao presidente uma certa imunidade quanto à armadilha do golpe que – como descrita acima – segue intocada, e com as mesmas pessoas nos mesmos lugares.

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A questão será toda a economia. Joga-se em Haddad toda a responsabilidade de manter Lula intocado, ou de colocar o país novamente numa espiral de crises e golpes. Já sabemos que não se pode confiar nas instituições brasileiras. Ainda mais se capitaneadas por Arthur Lira e Antônio Aras. O bolsonarismo segue acumulando energia, a partir da “indignação” pelo tratamento (justo) recebido pelos terroristas da Quartelada do dia 08, e as lideranças todas trabalham para seguirem intocadas.

Não é possível que o governo mantenha as coisas como estão. Oito meses é tempo suficiente para ataques sobre a economia (como vivenciou Dilma), e a armadilha com Lira-Aras-Forças Armadas estará a postos para ser usada. É possível lidar com cada uma destas arestas golpistas em separado. Com as três juntas, não. Que o presidente entenda que a coisa está “mal-parada”, como dizia a minha avó.

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