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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Até quando Lira e Pacheco vão engolir Bolsonaro?

"Pressionaram pela queda do ministro da Saúde. Conseguiram. Pressionaram pela queda do chanceler que provocava infantilmente a China. Derrubaram. Derrubaram, mas não fizeram os sucessores. Lira e Pacheco tiraram de cena duas enormes pedras. Bolsonaro colocou outras duas no lugar", escreve Alex Solnik

Presidentes da Câmara e do Senado, Arthur Lira (PP-AL) e Rodrigo Pacheco (DEM-MG), respectivamente (Foto: Marcos Corrêa/PR)
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Por Alex Solnik

Ao assumirem seus elevados cargos de, respectivamente, presidentes da Câmara e do Senado, Lira e Pacheco prestaram solene juramento de colocar em primeiro lugar o combate à pandemia. Daí pra frente tudo seria diferente.

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Pressionaram pela queda do ministro da Saúde, um general que confundia Macapá com Manaus. Conseguiram.

Pressionaram pela queda do chanceler que provocava infantilmente a China. O que atravancava a vinda de insumos para vacinas. Derrubaram.

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Derrubaram, mas não fizeram os sucessores.

Nas Relaçṍes Exteriores, Bolsonaro colocou um aprendiz de embaixador que não tem nenhum estofo para ir atrás de vacina porque é um ilustre desconhecido na diplomacia internacional.

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Na Saúde, um patético Pazuello 2, que treme de medo do capitão e faz tudo o que ele mandar. Deu prova disso ainda hoje, ao afirmar que “evitar lockdown é a ordem” ao mesmo tempo em que o “bombardeiro de vírus” (“virusbomber” em alemão) dizia a mesma coisa na periferia de Brasília, ao lado do novo ministro da Defesa.

Pois é. Lira e Pacheco tiraram de cena duas enormes pedras. Bolsonaro colocou outras duas no lugar.

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Depois, o “virusbomber” arquitetou aquela fraude chamada união nacional, na qual Lira e Pacheco caíram feito patinhos. Fux quase caiu. Se Lira e Pacheco não pularem fora dessa armadilha vão se dar mal.

Eu me lembro muito bem que naquele dia ficou decidido que a última palavra sobre a pandemia seria do novo ministro da Saúde. Agora já se vê que é a penúltima. A última é do ministro de fato, que é Bolsonaro.

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Também ficou acordado que Pacheco coordenaria as coisas com os governadores. Outra cilada em que caiu. Ainda hoje Bolsonaro voltou a criticar o que ele chama de “política do fecha tudo dos governadores”, com a qual “a maioria dos prefeitos não concorda”, segundo ele.

Mais ou menos na mesma hora, no Rio de Janeiro, o prefeito Eduardo Paes praticamente implorava à população para aguentar mais uma semana de “fecha tudo” porque só assim evitam-se mortes enquanto 70% da população não está vacinada.

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E não está vacinada porque Bolsonaro não comprou vacinas no ano passado, quando a Pfizer ofereceu 70 milhões de doses. Refugou com os argumentos mais estapafúrdios. As cláusulas eram leoninas. Quem tomasse podia virar jacaré. Hoje voltou a mentir dizendo que comprou vacinas no ano passado.

A cena de Bolsonaro e Braga Netto na Associação Beneficente Cristã Casa de Maria Beth Myrian lembrou filme de Sacha Baron Cohen.

Bolsonaro foi lá, onde almas caridosas distribuem sopa em sacos plásticos aos miseráveis, provar que os brasileiros estavam passando fome, como se fosse o líder da oposição e não o presidente da República.

A fome é culpa dos governadores, não dele.

Nessas horas não passa pela sua cabeça que ele é o manda-chuva.

Só na hora de humilhar generais.

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