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Fernando Lavieri

Jornalista, com passagens pela IstoÉ e revista Caros Amigos

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Biden, Trump e Jonathan Glazer

Aclamado diretor inglês ofereceu correta estatura ao genocídio contra os palestinos. Já os presidenciáveis falaram mais do mesmo

Jonathan Glazer (Foto: Foto: Carlos Barria/Reuters)
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Jonathan Glazer, diretor do filme Zona de Interesse, que ganhou o Oscar de melhor longa internacional, foi ao púlpito de congratulações e fez discurso muito mais importante que Donald Trump e Joe Biden, na semana passada.

Em sua exposição de agradecimento, Glazer não falou com todas as letras, mas, como para bom entendedor pingo é letra, na verdade, ele fez uma analogia entre o Holocausto sofrido pelos judeus durante a Segunda Guerra Mundial e o genocídio contra os palestinos, hoje.

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Empunhando a mais importante estatueta da Sétima Arte, Glazer disse que os palestinos estão sofrendo processo de desumanização. “O nosso filme mostra como a desumanização leva ao pior cenário, moldando nosso passado e presente. Neste momento, estamos aqui como pessoas que refutam que os judeus e o Holocausto sejam sequestrados por uma ocupação que levou muitas pessoas inocentes ao conflito, sejam os israelenses vítimas do sete de outubro ou os palestinos do ataque em Gaza”, disse ele a cerca de dezoito milhões de telespectadores somente nos Estados Unidos. O diretor também denunciou a situação de invasão ilegal do território palestino por Israel, mesmo após a desaprovação da Organização das Nações Unidas (ONU). 

Tal ação de Glazer merece efusivos aplausos porque todas as pessoas presentes no Dolby Theatre sabem perfeitamente o que está ocorrendo com o povo palestino, mas apenas o diretor inglês teve coragem para dizer o que tinha de ser dito.

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A ação de Glazer foi muito mais importante que os discursos de Donald Trump, ex-presidente dos EUA, e postulante ao mesmo cargo nas eleições desse ano. A postura do chefe de set inglês mostrou ao mundo o principal assunto a ser debatido hoje, diferente de Joe Biden, atual presidente estadunidense. Trump, como de costume, disseminou o seu ódio e racismo contra imigrantes, na terça-feira 5, no evento chamado Superterça, quando os candidatos consagram os seus nomes para representar o partido no pleito. Biden, por sua vez, rebateu Trump e, assim como já fizeram outros presidentes daquele país, ele mentiu ao dizer que os EUA somente querem manter a estabilidade e levar democracia pelo mundo. Mas, justiça seja feita: Biden cumpriu importante papel ao validar os números do massacre em Gaza, que antes eram tidos como refutáveis.

É bom que fique patente que ambos os candidatos à presidência dos Estados Unidos não têm interesse no cessar-fogo, nesse momento. Pelo contrário, há interesse em fazer do Oriente Médio um caldeirão. Agora, o que o cinema precisa é de mais gente corajosa como Jonathan Glazer.

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