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Ricardo Cappelli

Ricardo Cappelli é secretário da representação do governo do Maranhão em Brasília e foi presidente da União Nacional dos Estudantes

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Bolsonaro tem noção

Ricardo Cappelli analisa com frieza os últimos acontecimentos na caserna, incluindo os embates, sem cair na armadilha de analistas políticos que passaram os últimos dias dizendo que Bolsonaro é “louco”, “inepto”, um “sem noção”, e constata que a “democracia está derretendo no Brasil”; para Cappelli, “[Bolsonaro] ficando ou caindo, diante do caos, as condições para um fechamento democrático estarão dadas. Quem empurrou o Brasil para esta situação talvez não tivesse noção do que fazia. Bolsonaro está sendo coerente”

Bolsonaro tem noção (Foto: Marcos Corrêa/PR)
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Analistas políticos passaram os últimos dias dizendo que Bolsonaro é “louco”, “inepto”, um “sem noção”. Será? Vamos analisar os fatos com frieza.

Rodrigo Maia convida Bolsonaro para um almoço com Toffoli e Alcolumbre. O presidente aceita o convite, mas leva com ele 14 ministros.

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É uma prática manjada em Brasília. Quando você não quer conversar, mas não quer ser deselegante, você enche a sala de pessoas. Se o principal projeto é a reforma da previdência, faz sentido implodir uma reunião com os comandantes do processo?

Vamos seguir os sinais. Moro fica irritado com a decisão de Maia de adiar a análise de seu pacote anticrime. Faz cobranças. O presidente da Câmara reage chamando o ex-juiz de “funcionário de Bolsonaro” e desqualificando o “copia e cola” do ministro da Justiça.

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O que faz Moro? Solta uma nota e dobra o ataque ao Congresso: ”Talvez alguns entendam que o combate ao crime pode ser adiado indefinidamente, mas o povo brasileiro não aguenta mais.” Carlos Bolsonaro sai na defesa do ex-juiz e ataca Maia nas redes.

Nos EUA, o “guru” Olavo de Carvalho chama Mourão – que vinha sinalizando moderação e entendimento – de idiota. Bolsonaro leva Olavo e Bannon para reuniões na terra do Tio Sam.

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Temer é preso. Segundo Bolsonaro, “acordos políticos feitos em nome da governabilidade” levaram Michel e Moreira para o xilindró.

A prisão do ex-presidente é acompanhada de uma ofensiva nas redes contra o STF. Ela foi uma evidente reação - novamente arbitrária e ilegal - da Lava Jato às suas derrotas recentes na Suprema Corte. A República de Curitiba resolveu mostrar quem manda.

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Acompanhando Bolsonaro no exterior, Felipe Martins, assessor da presidência da República, é claro e direto. Defende nas redes a união da ala “anti-establishment” do governo, a mobilização popular, a “quebra da velha política” e a Lava Jato.

Surgem sinais preocupantes na caserna. Circula a informação que o ministro da Defesa, tido como moderado, resolveu condecorar o “Torquemada” Deltan Dallagnol.

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A proposta de reforma da previdência dos militares é uma peça de ficção. A economia de 1 bilhão por ano é irrisória. A proposta é acompanhada de uma reorganização das carreiras, privilegiando os mais graduados. Descuido? Trapalhada?

O mercado fica apavorado com a briga de rua entre Bolsonaro e Rodrigo Maia. O “Botafogo” foi chamado de namoradinha de beicinho pelo Capitão. A crise escala. Demonizaram a política e desestabilizaram a democracia. Esperavam o quê?

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O Capitão vota no Congresso? Os generais votam? O MPF vota? De quem é o dever constitucional de aprovar leis? O executivo encaminha a proposta, mas quem vota?

A derrota na previdência e o caos financeiro podem ser o “pretexto final”. Bolsonaro já disse que não gostaria de fazer a reforma. Os militares são contra. As corporações da Lava jato, elite do funcionalismo público, idem.

Que tal o desemprego subindo, a miséria aumentando e a culpa do caos ser dos políticos que só pensam nos seus próprios interesses e de ministros do STF que “vivem de soltar corruptos”?

A aliança entre a turma Olavo-Bannon, militares e Lava Jato está emparedando o STF e o Congresso. Rodrigo Maia parece iludido. Ainda não percebeu que ele e seus amigos do Centrão são os inimigos, os próximos na fila do Dr. Bretas.

Se a reforma não passar, a aliança entre o mercado e os grandes grupos de mídia vai tentar derrubar Bolsonaro. O Capitão vai reagir. Pode até cair descartado como excesso indesejável, mas nenhum país resiste a tanta instabilidade.

Ficando ou caindo, diante do caos, as condições para um fechamento democrático estarão dadas.

Quem empurrou o Brasil para esta situação talvez não tivesse noção do que fazia. Bolsonaro está sendo coerente. Tem noção do que faz. Veio para destruir um sistema político definido como “velho e podre” por Merval Pereira e sua trupe..

A gravidade do momento exige que liberais e socialistas, democratas e ativistas de todas as matizes sentem e conversem. A democracia está derretendo no Brasil.

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