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Ivanildo di Deus Souto

Professor da Rede Pública Estadual de Ensino do Piauí/Teresina-PI

8 artigos

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Brasil 2022 e a bipolarização eleitoral: dois projetos de nação e só um caminho a seguir

Derrotar a candidatura nazifascista de Jair Bolsonaro e eleger Lula da Silva ser o único caminho à estabilidade e à reconstrução nacional

Lula e Bolsonaro estão em empate técnico no Rio e SP 16/08/2022 (Foto: REUTERS/Ueslei Marcelino)
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Neste segundo turno eleitoral o PT, Lula e a Frente Aliada Antinazifascista precisam ficar atentos e reagir contundentemente ao projeto de reeleição de Bolsonaro. Algumas observações:

1)As duas campanhas eleitorais e o governo  de Bolsonaro alinham-se aos PRECEITOS das GUERRAS HÍBRIDAS e seguem uma  cartilha projetada em simbologias, suspense, sofisticação de narrativas e fatos e determinada por agentes locais e estrangeiros para atingir seus objetivos com vistas à CRIAÇÃO de um ESTADO NEOCOLONIAL NAZIFASCISTA e SUCURSAL do IMPERIALISMO ANGLO-SAXÔNICO, EUROPEU e NIPÔNICO;

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2)O espectro do projeto fundamenta-se no ideário nazifascista e tem como pilastras exponenciais: A)a DESORDEM e o CAOS; B)a DISSEMINAÇÃO da MENTIRA e do MEDO, do ÓDIO e do TERROR, da  VIOLÊNCIA e da MORTE; C)a NATURALIZAÇÃO da MALANDRAGEM e da CORRUPÇÃO; D)o ANIQUILAMENTO dos INIMIGOS PROPOSTOS, sejam eles instituições, agentes públicos, entidades ou estados nacionais e, no caso específico nesta eleição de 2022, o candidato oposicionista LULA DA SILVA e os seus aliados; E)a UTILIZAÇÃO da MÁQUINA PÚBLICA ESTATAL dos PODERES EXECUTIVO, LEGISLATIVO e JUDICIÁRIO, transformando-a em instrumento eleitoreiro e num verdadeiro rolo compressor financeiro a serviço da reeleição do presidente nazifascista; F)o USUFRUTO do APARATO ELITISTA da ESTRUTURA PRODUTIVA e da  ESPECULAÇÃO FINANCEIRA PRIVADAS; da ESTRUTURA dos CONGLOMERADOS MIDIÁTICOS TRADICIONAIS, de CANAIS CONSERVADORES das REDES SOCIAIS e de EMPRESAS RELIGIOSAS (estas usam a fé como mercadoria e manipulação ideológica); G)o USO dos INSTITUTOS DE PESQUISAS DE OPINIÃO PÚBLICA (nestas eleições, pesquisas de alguns institutos têm corroborado diretamente a um “suposto” crescimento eleitoral  do candidato de extrema-direita; H)UTILIZAÇÃO do APARELHO das MILÍCIAS ORGANIZADAS/do CRIME ORGANIZADO; I)além, o USO de QUAISQUER OUTROS MEIOS ao intento eleitoral à produção de factóides eleitoreiros, falcatruas, etc. 

3)A narrativa usada para consolidar o projeto nazifascista e neocolonial alicerça-se na HIPOCRISIA, no PSEUDO-MORALISMO, no PSEUDO-NACIONALISMO, na DISTORÇÃO DE FATOS e na MANIPULAÇÃO de DADOS SÓCIO-ECONÔMICOS e da  OPINIÃO POPULAR, fitando os valores e a temática da FÉ CRISTÃ (sobretudo a dos evangélicos neopentecostais), dos BONS COSTUMES, do BEM-SER-ESTAR FAMILIAR TRADICIONAL, do PATRIOTISMO e da BONANÇA ECONÔMICO-SOCIAL.

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Bolsonaro tem usado durante todo o seu governo de inúmeros artifícios temáticos sócio-políticos, falas e atitudes nefastas  como cortina de fumaça para confundir a opinião pública e esconder as mazelas e a barbárie construídas por ele, seus filhos e seus auxiliares, como a fome, a miséria, o desemprego, a corrupção institucionalizada, a inflação (alta dos preços dos alimentos, gás de cozinha, combustíveis e etecetera), a precarização do trabalho e da assistência social pública, a “precarização da precarização” da educação pública básica e universitária e da pesquisa científica, o esfacelamento da cultura, a privatização das estatais, a destruição e a entrega dos biomas da Amazônia e dos Cerrados e dos recursos naturais estratégicos nacionais ao grande capital estrangeiro, a misoginia, o racismo e a xenofobia (destaque-se a perseguição institucional às mulheres, aos quilombolas e pretos favelados e aos povos indígenas), o ataque às instituições democráticas, à Suprema Corte e ao Sistema Eleitoral, além de tentar aniquilar a descrença na afirmação da soberania e do desenvolvimento da  Nação Brasileira.

As elites econômico-financeiro-agrárias, as instituições, a mídia tradicional e as mídias sociais conservadoras, como co-artífices, naturalizaram e fecharam literalmente os olhos ao oceano bárbaro e político-sócio-econômico construído a partir do Golpe de 2016 que destituiu a presidenta Dilma Roussef, em especial no governo de Jair Bolsonaro. Chancelada pelas Forças Armadas, há uma cumplicidade revelada, escabrosa e consubstanciada desses atores políticos com o projeto neocolonialista e a transformação do Brasil num território expatriador dos seus recursos naturais estratégicos e apenas produtor de matérias-primas à exportação, em detrimento a um estado nacional industrializado e desenvolvido; um retorno à reprimarização da economia e ao modelo agro-exportador, como assim era o país na República Velha e pré Era Vargas.  Na verdade, isso implica num retrocesso histórico e sem precedentes de mais de nove décadas, quase um século , portanto, e que redunda no subdesenvolvimento nacional.

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Na pré-campanha eleitoral a maioria da esquerda e parte do campo progressista “navegavam em céu de brigadeiro” quando Lula mantinha distância razoável de, em média, dez pontos percentuais nas pesquisas de opinião em relação ao segundo colocado e candidato de extrema-direita que ora tenta a reeleição. Isso constituiu-se em ledo engano por parte desses atores políticos ao subestimarem a sofisticação do projeto golpista iniciado com as tais “Jornadas de Junho” (2013), a criação da Lava Jato e da campanha “Não Vai Ter Copa” (2014), o impeachment de Dilma Roussef (2016), a prisão de Lula e a Eleição de Bolsonaro (2018). Sim! Há o continuísmo do Golpe. E é isso sobretudo um projeto das elites locais e dos impérios que, no contexto geopolítico e imperialista, agora utilizam-se do nazifascismo como instrumento para atenderem os seus interesses, manterem-se hegemônicos e supremacistas e satisfazerem seus privilégios, elegendo títeres nas nações-objetos que escolhem para usurpar e espoliar. (Vide, só para citar um exemplo de fora, a eleição de Volodimir Zelenski  na Ucrânia e a “Guerra por Procuração” criada naquele país e envolvendo a OTAN -Organização do Tratado do Atlântico Norte, pelos Estados Unidos contra a Rússia).  Enfatize-se que o Brasil é um país continental e de relevância suprema no cenário geopolítico mundial e ora é a “peça da vez” nesse macro tabuleiro de xadrez onde tentam prevalecer-se os mais sórdidos interesses dos impérios capitalistas mundiais, sejam países ou conglomerados empresariais.A euforia com a possibilidade da derrota do candidato de extrema-direita no primeiro turno esvaiu-se com o resultado das urnas. Por pouco o candidato de esquerda e do campo democrático, Luís Inácio Lula da Silva, não foi eleito. Mentiras, fake news, o Orçamento Secreto do Centrão, grana, muita grana, bilhões (um gigantesco rolo compressor mentiroso e financeiro), utilizados por Jair Bolsonaro, seus filhos, apoiadores e seus seguidores, produziram um processo eleitoral fraudulento, como o de 2018, e conduziram o desfecho das eleições ao segundo turno, que ora caracteriza-se  numa verdadeira guerra entre a esquerda/campo democrático/nacionalistas versus a extrema-direita/nazifascistas/neocolonialistas.  A guerra eleitoral tem, de um lado, aqueles que querem a reconstrução nacional, fazendo novamente do Brasil um país soberano e visando o seu desenvolvimento (partidos de esquerda, centro-esquerda e movimentos sociais), e, do  outro lado, aqueles que persistem na destruição nacional e na manutenção do “estado mínimo”, anti-democrático e de barbárie político-sócio-econômica, um estado neocolonial, de viés ditatorial, criado no pós Golpe de 2016 (partidos de direita e de extrema-direita e elites econômico-financeiro-agrárias que são, historicamente, hipócritas, retrógradas e colonialistas e nunca pugnaram nem pela soberania, nem pelo desenvolvimento nacional e  muito menos pelo empoderamento político-sócio-econômico do povo latino-americano brasileiro).

A campanha do candidato nacionalista Luís Inácio Lula da Silva debruça-se nesse contexto eleitoral no enfrentamento à utilização da máquina estatal federal e das outras esferas de poder como instrumento eleitoreiro e à “fábrica de mentiras e de fake news” criada pelo candidato nazifascista e neocolonialista Jair Bolsonaro e seus filhos no intento de implementar sua reeleição. Tarefa hercúlea, mas não impossível de tornar-se exitosa. Lula, conforme as pesquisas de opinião, tem mantido-se à frente do candidato adversário e inimigo do país por, em média, cinco pontos percentuais; porém, somente um mega esforço fervoroso,  ostensivo e contíguo da coordenação da campanha, dos  correligionários e aliados de Lula até o dia das eleições garantirá-lhe a vitória. 

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Esse mega esforço eleitoral, num curto espaço de tempo, implica no esmero da coordenação da campanha de Lula e deve articular-se e conjugar-se com a apresentação do programa de governo da Frente Aliada Antinazifacista, contemplador da soberania e do desenvolvimento nacional,  e com a apresentação de propostas concretas que estabeleçam soluções diretas aos problemas vividos pela imensa maioria dos brasileiros miseralizados e pelas classes medianas, vitimados que foram e são pela atual política econômica neoliberal do Estado/Governo Federal, que subtraiu-lhes direitos sociais e trabalhistas historicamente conquistados e beneficia apenas os setores elitistas do país. Alie-se a esse mega esforço eleitoral, também, a mobilização popular e de todos os segmentos sociais e da classe trabalhadora insatisfeitos com a gestão federal, conscientes da gravidade conjuntural nazifascista e da necessidade de construir-se um projeto de nação democrática, soberana e desenvolvida. É preciso ocupar as ruas, as periferias, os rincões distantes e todos os lugares para denunciar-se o caos político-sócio-econômico vigente no país e combater o nazifascismo que, se mantido no poder, causará mais transtornos e retrocessos históricos e irreparáveis à Nação Brasileira.    

Nesta reta final do pleito, a coordenação da campanha de Lula deve ainda observar minunciosamente os fatos e factóides eleitorais surgidos e criados na tentativa de desestabilizar a candidatura antinazifascista e nacionalista, suas vertentes e nuances que possam criar imbróglios à aceitação do candidato pelo eleitor ainda indeciso e aquele que pretende abster-se da votação. Não pode haver nem falhas e nem titubeios em momentos cruciais e decisivos. Em entrevistas Lula tem saído-se muito bem, em debates não. Daí há a necessidade de uma orientação, inclusive a psicológica, que garanta ao candidato manter a estabilidade emocional quando defrontar-se com episódios e temáticas melindrosas ao seu partido e a ele próprio, como é o caso do tema da corrupção, que tem sido utilizado desde o primeiro turno por seus adversários como “mote de fritura” para minar sua candidatura ante à preferência do eleitorado. Aliás, é com esta temática central, sempre embasada nos malfadados casos do “Mensalão”, do “Petrolão”/“Lava-Jato”, que  o corrupto candidato de extrema-direita, cujo governo está imerso em inumeráveis escândalos de corrupção,  apega-se para tentar desmoronar o adversário e a torna relevante e apoteótica nas vinhetas publicitárias em canais abertos  e fechados de TV e nas redes sociais. O contra-ataque a essas mídias deve pautar-se como esteio à destruição da desinformação produzida por elas e não apenas como fator atenuante, bem como propor-se a caracterizar e a determinar que o verdadeiro corrupto e o governo mais corrupto da história é o e é o do próprio nazifascista presidente e candidato à reeleição. E lembrar, ainda, que Lula da Silva foi vítima de lawfere, condenado sem provas, preso e absolvido pela Suprema Corte Nacional e pelo Comitê de Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas (ONU).Outra tarefa primordial da coordenação da campanha de Lula é acionar o setor jurídico para impetrar ações solicitando ao Superior Tribunal Eleitoral (STE) a cassação da chapa do candidato nazifascista à reeleição por uso escancarado de mentiras e fake news, utilização da máquina estatal como instrumento eleitoreiro e abuso do poder econômico, dentre outros crimes. Como as instituições são elitistas, o TSE já arquivou processo de igual teor contra Jair Bolsonaro e o General Mourão impetrado durante a campanha de 2018, o que permitiu-lhes ascenderem ao poder; e, nestas eleições, também tem titubeado em não punir a chapa do candidato nazifascista e do seu vice pela prática de atos não republicanos, alheios e ilegais ao processo eleitoral, o que tem favorecido seu desempenho nas pesquisas em detrimento da chapa opositora de Lula da Silva e Geraldo Alckmin.  Contudo, mesmo que a instituição não tenha mudado o seu caráter elitista, o contexto é outro e há a carência da representação criminal-eleitoral para assegurar-se a normalização da escolha democrática, ilibada e transparente dos mandatários do país. Eis a razão da imprescindibilidade de tais ações judiciais.  O contexto eleitoral é histórico, melindroso e sui generis. Instiga reflexão, compreensão e ação por parte dos brasileiros. É uma escolha entre dois projetos claramente distintos de país: o projeto situacionista, de um estado nacional neocolonialista, subdesenvolvido, empobrecido e com o seu povo miseralizado, representado pelo candidato de extrema-direita Jair Bolsonaro, que pretende ser ditador se reeleito; e o projeto oposicionista, de um estado soberano, desenvolvido e com auto-determinação popular, representado pelo candidato e líder popular e democrático Lula da Silva. 

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Ao país e ao povo apenas uma escolha interessa à afirmação soberânica e desenvolvimentista da Nação Brasileira. Daí, derrotar a candidatura nazifascista de Jair Bolsonaro e eleger Lula da Silva ser o único caminho à estabilidade e à reconstrução nacional.

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