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Carlos Carvalho

Doutor em Linguística Aplicada e professor na Universidade Estadual do Ceará - UECE.

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Cai, não fica nada!

A punição para os peixes graúdos responsáveis pelos ataques à democracia no dia 08 de janeiro deve ser exemplar

(Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)
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Uma batida na porta de casa traz em si a possibilidade de uma surpresa. Pode ser alguém em busca de uma informação, como pode ser a chegada do livro Um defeito de cor, da Ana Maria Gonçalves, que você jurava que não chegaria mais. Se a batidinha for na porta do quarto ou do banheiro, sua significação pode ser a mais diversa possível. A questão é que, seja lá qual for o local onde se bata à porta, quem bate costuma ouvir a pergunta: “quem é?”.

Dependendo do que você tenha feito no verão passado, três batidinhas na sua porta às 6h da manhã pode ser o prenúncio de algo maravilhoso, chegando na forma de um buquê de rosas e uma rica cesta de café da manhã ou um mandado de busca e apreensão e/ou até mesmo de prisão. No segundo caso, a resposta para a pergunta “quem é?” tem sido: “é a Polícia Federal”. Como somos levados a crer que a “hora da verdade” chegou, poucas têm sido as batidinhas acompanhadas de flores e cestas de café para aquelas pessoas acostumadas a chafurdar na lama da impunidade, que o poder, o dinheiro e as pepitas de ouro de garimpos ilegais podem comprar. 

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É claro que a onomatopeia das batidas na porta tem impedido que muita gente durma o sono dos canalhas, digo, dos justos. As três batidinhas da Polícia Federal na porta de empresários, políticos e militares graduados que tramaram um golpe contra o Estado Democrático de Direito são vistas com bons olhos por aquelas pessoas que jamais viram a justiça agir contra os poderosos, ricos e fardados. Essa mesma justiça que é sempre célere em condenar pretos e pobres precisa mostrar que não existe só para isso, mas demonstrar na prática que “todos são iguais perante a lei”. 

A justiça que encarcera os miseráveis tem a obrigação de, decorrido todo o processo legal, mandar para a cadeia todos aqueles que golpearam a Constituição Federal, atentaram contra a democracia e apunhalaram o país. Muitos dos servidores públicos envolvidos, de cujas mãos ainda pinga sangue, usufruem de salários absurdamente altos (está tudo no Portal da Transparência), mordomias infindáveis e pensões imorais. Tais servidores devem ser, quando trânsito em julgado, banidos do serviço público, sem direito a um centavo do contribuinte, tendo em vista tratar-se de crime de lesa-pátria. Essa gente não pode mais continuar “caindo pra cima”. O contribuinte brasileiro não pode continuar pagando salários estratosféricos a indivíduos que planejam golpes de Estado e a derrubada de presidentes democraticamente eleitos, assim como prisão e morte de membros da Suprema Corte do país. 

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A punição para os peixes graúdos responsáveis pelos ataques à democracia no dia 08 de janeiro deve ser exemplar. Nesse contexto, o Brasil não pode mais continuar sob a tutela de uma casta militar que não produz nada, é incompetente, perdulária, despreparada e arrogante. Da mesma forma, não pode permitir que meia dúzia de empresários fascistas e uma horda de políticos extremistas ditem os caminhos da nação. E assim, enquanto a Justiça trabalha, entre as conjecturas e refutações que são divulgadas, escutamos Ivan Lins cantar: “Cai o rei de espadas/Cai o rei de ouros/Cai o rei de paus, e cai, não fica nada”. Toc toc toc. Que caiam todos! 

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