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Antonio Nogueira

Poeta e mestre em história social. Autor do livro "O oráculo me seduz ao vácuo" (2020); interessado em marginalidades e discursos afins.

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Caminhar para o futuro ou marchar para o passado?

"Entre tática e estratégia, são muitas desvantagens de 2016 pra cá, e o que perdemos nos últimos 6 anos para essa mesa de negociações?"

Bolsonaristas e militares (Foto: Rodolfo Buhrer/Reuters | ABr)
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Como construir o novo mundo com homens do velho mundo? A frase de Lênin é um convite aos desafios do século XXI. Velhos personagens, nessa fase de transição, insistem nas incumbências dos anos 1950: conservar a submissão pós II guerra aos Estados Unidos da América e sua hegemonia, dada a formação (e uso) de militares latinos americanos via escolas de guerra, vide resultado dos anos 1960/70.

Assim, um mundo binário foi militarmente edificado na periferia do capitalismo, na lógica “nós x eles”: comunismo x capitalismo, bem e mal, certo e errado, preto e branco, tico e teco. A partir dos anos 1980, propaga-se o mundo unipolar ao bel prazer do império que contou com frutos dos tempos de ditadura: o bloqueio midiático e formação militar subserviente. O primeiro pariu a Globo, o segundo o bolsonarismo no parlamento.

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O progressismo do início do século não descortinou estruturas periféricas, exceto a Venezuela rebelde ao centro. O lulismo oscilou entre erros e acertos que exponho dois; o erro: enviar militares para o Haiti, deixando-os próximos do império seus usos e abusos; acerto: BRICs. Reflexo direto entre um mundo uni ou multipolar. O unipolarismo, é dirigido pelo império, sem respeito as “colônias do Sul” nas palavras Biden, o multipolarismo, questiona essa lógica pela cooperação emergente; e precisa ser descortinado como peça chave no governo Lula.    

Antes da desnazificação ucraniana, Putin e Xi Jinping acordaram acelerar o multipolarismo, que por exemplo, reforça a cooperação Sul-Sul entre chineses e africanos, com juros zero e dívidas perdoadas nas obras de infraestrutura, sem tutela imperialista. Recentemente o ministro das relações exteriores russo, Sergey Lavrov, afirmou ter no mínimo 12 países para entrada no BRICs que se tornaria BRICs+, ou o pulo do gato do presente artigo: soberania.  

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Soberania será determinante nas entradas e saídas no BRICs+. Essa semana, o conselheiro de segurança nacional estadunidense, Jake Sulivan, se encontra com o Almirante Flávio Rocha, secretário Especial de assuntos estratégicos do presidente derrotado nas urnas e Lula. O derrotado pelo visto, está descartado pelo partido militar e contente com a segunda aposentadoria pelos serviços prestados aos mesmos.       

O mundo mudou, nessa fase transitória, Lula terá um encontro particular com seu passado, frente a frente com seus erros e acertos; em desvantagem pela estreita relação ente Washington, militares, e o bloqueio midiático, que assim como o bolsonarismo, distorce a realidade a favor de sua Meca. Ao seu favor, diferente dos algozes, Lula terá seu poder de negociação e patriotismo.

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Para ir de encontro ao mundo multipolar, 12 nações mais o próprio BRICs, deverão rever seus subjetivos fantasmas, entretanto, estes, têm em comum a subserviência doméstica ao império que provocará no mínimo, revoluções coloridas no conluio entre Washington e seus subalternos. Tudo para retardar o futuro. 

O BRICs+ quer um líder para chamar de seu, Sulivan estará de frente para ele e não hesitará destruí-lo nos próximos anos, para tal, tem todo deep state tupiniquim, indisposto a olhar para frente e “construir um novo mundo”, multipolar, respeitando cada território. Entre tática (inimigo interno) e estratégia (inimigo externo), são muitas desvantagens de 2016 pra cá, e o que perdemos nos últimos 6 anos para essa mesa de negociações? A soberania. O novo líder não estará fardado.

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