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Carlos Carvalho

Doutor em Linguística Aplicada e professor na Universidade Estadual do Ceará - UECE.

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E agora, Jair?

Como o bicho-do-mato que sempre foi e o covarde que é, você pensa em fugir, Jair, para onde?

Jair Bolsonaro e detento em presídio (Foto: ABr | Fellipe Sampaio/SCO/STF)
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Naquele famoso poema que Drummond nunca escreveu, verso após verso as coisas vão se complicando para Jair: a festa acaba, a luz se apaga, os seguidores desaparecem. O poeta de Itabira nada nos diz a esse respeito, mas sabemos que Jair é do tipo que come frango assado e se lambuza com farinha numa barraca de beira de estrada, toma café com leite, mastigando um pedaço de pão como se fosse o último, na tentativa vã de aparentar aquilo que não é.  Jair corre contra o tempo, e até a malta que o alçou ao patamar de “mito” agora o deseja ver pelas costas. E agora, Jair?  

E agora, você, que zomba dos outros, que humilha jornalistas e que tantas vezes imitou em rede nacional de televisão a agonia dilacerante das vítimas de uma pandemia, cujas perdas você mesmo poderia ter minimizado. Ao contrário do José, daquele poema escrito por Drummond, Jair não faz versos, pois é rude e bronco demais para tal ofício. Homens como Jair sequer amam, não protestam. São vazios e já não nos servem os homens ocos. Jair, dizem, ainda está com mulher, mas está sem discurso, sem carinho. Devido sua condição de cadáver insepulto, Jair já não pode beber, fumar já não pode. Com sorte, queiram seus falsos profetas, Jair ainda consiga cuspir. Mas quem se importa?  

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O dia não veio, Jair, e sua casa caiu. Hoje, o riso, a alegria e a decência voltaram ao Palácio, aquele mesmo palácio que seus asseclas vandalizaram outro dia. Não há mais tempo para suas baboseiras ideológicas, Jair, e muito menos para louvações ao caos e apologia à violência. Ainda há juízes em Berlim, Jair, mas você jamais leu o conto do Moleiro de Sans-Souci, não é? Muitos dos seus ratos já estão presos. Tudo ruiu, tudo mofou. Tudo em sua volta está deserto. E agora, Jair? Ninguém mais deseja saber das suas palavras doentes, sua febre, seu ódio e seu hálito fétido. Alguns ainda buscam sua lavra de ouro, suas joias e seu Rolex, pois sabem que o butim é muito maior do que se imagina. O cerco se fecha Jair, e agora?  

Jair acredita piamente que a justiça brasileira não tocará em nenhum fio dos seus cabelos, uma vez que não é pobre, e muito menos preto. Como todo homem branco, rico e poderoso, Jair tem amigos nas cortes, nas grandes corporações de mídia, nas igrejas e, principalmente, nos quartéis. Jair finge não saber, mas já lhe faltam paredes nuas para se encostar, Jet skis para ostentar, motocicletas para vadiar e cavalos pretos que fujam a galope para Miami. E se você gritasse e se você gemesse, Jair? Você marcha, anda em círculos, balbucia nomes, destrói provas, pica papel, memoriza senhas, Jair. Como o bicho-do-mato que sempre foi e o covarde que é, você pensa em fugir, Jair, para onde? Não! Não ouse nos pedir empatia, Jair. A farra acabou. Acabou, porra!   

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