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Edwald José Winand

Livreiro, historiador e compositor

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E os ônibus no contexto da pandemia?

Enquanto os supermercados e outros comércios tentam disciplinar a prevenção do contágio, as empresas de transporte coletivo retiram muitos carros das linhas, comprimindo o contingente diminuído de usuários de transporte coletivo

(Foto: Rovena Rosa/Agência Brasil)
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Em Juiz de Fora, na sexta feira passada, dia 20 de março, dois dias após o governo federal ter revelado uma MP para cortar jornada de trabalho e salários em 50%, empresários do transporte urbano que aqui constituem um cartel imoral e inexpugnável extremamente favorecido por antigas e naturalizadas relações de poder com a prefeitura, resolveram, sem aviso e sem acordo prévio, na surdina, cortar em 50% o adiantamento de salário que sempre é feito nesta data. O que seria 40% do salário virou 20%

Assim que a categoria profissional ficou sabendo o que ocorria nos terminais bancários, imediatamente quase todos os carros do transporte coletivo paralisaram atividades, parando os carros nas ruas e avenidas. Somente à noite o sindicato local da categoria conseguiu reverter a decisão oportunista estimulada por Bolsonaro. Eu estava na rua à pé, voltando pra casa com algumas compras básicas, ainda chovia um pouco e foi aí que conversei com alguns motoristas indignados.

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De lá para cá, atravessando este período de afastamento social conturbado pelas indecisões e contradições necropolíticas do executivo federal, aqui nesta cidade, as orientações da prefeitura sobre a pandemia são sensatas, recomendado as precauções mais conhecidas. No entanto, apesar de a maioria das lojas do comércio terem acatado a essas orientações, quase 15 dias depois do início dos procedimentos preventivos em relação à pandemia no Brasil, aqui em Juiz de Fora ainda se vê muita gente nas ruas, usando máscaras ou não, e também muitos e muitos carros pra lá e pra cá. Estarão todos fazendo delivery?  Uma coisa se sabe: automóveis transportam pessoas e pessoas transportam microrganismos. Quando se vê fotos e filmagens  de cidades estrangeiras em regime de isolamento social, são pouquíssimos os carros parados ou circulando. Aqui não. Muitos motoristas estão nas ruas todos os dias e em qualquer horário,  mascarados ou não, inclusive, se sentindo mais à vontade para praticar aquele esporte radical que consiste em avançar sobre o sinal vermelho onde não há câmera de fiscalização.

E o transporte coletivo? E os ônibus? Bem, enquanto os supermercados e outros comércios de alimentos e farmacêuticos tentam disciplinar a prevenção do contágio de formas variadas*, as empresas de transporte coletivo retiram muitos carros das linhas, comprimindo o contingente diminuído de usuários de transporte coletivo como sempre fizeram em condições normais, mantendo a alta taxa de ocupação por carro em nome de margem de lucratividade. Os motoristas e cobradores não estão protegidos com máscaras ou limpeza das mãos e estão sujeitos à contaminação junto com os usuários porque, além do mais, não há prescrição de distanciamento mínimo entre as pessoas dentro dos ônibus. Um amigo já me disse há muitos anos, que entre os empresários inescrupulosos do Brasil, há a categoria especial dos donos de empresas de  transporte urbano, estes que se regozijam com as superlotações dos carros nos horários de ida e volta  do trabalho. É preciso dizer ainda que as empresas de ônibus  de Juiz de Fora, não diferentemente da grande maioria das congêneres de todo o país, estão sucateadas, carros velhos,  maquiados, desconfortáveis e sem segurança, péssimos serviços, baixos salários e ainda concessões municipais  que alimentam apenas a ganância dos empresários e que não melhoram e nunca melhoraram a qualidade deste importante serviço público e importante direito social.

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* ...porque não há entre estes estabelecimentos consenso nesta matéria, não há, ao que tudo indica, por enquanto, uma unidade nacional de pensamento sobre estas questões...

https://marcelobarca.jusbrasil.com.br/artigos/396850015/a-precariedade-do-transporte-publico-coletivo-de-passageiros

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https://www.redebrasilatual.com.br/cidadania/2016/01/tarifa-zero-e-adotada-em-86-cidades-de-24-paises-no-brasil-sao-12-municipios-que-aboliram-a-cobranca-3066/

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