CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
Rafael Matos Felácio avatar

Rafael Matos Felácio

Professor, pesquisador CNPq e doutorando em geografia pela Universidade Federal de Santa Catarina. É integrante do Laboratório de Estudos sobre Circulação, Transporte e Logística (LabCit-UFSC) e do Grupo de Estudos em Desenvolvimento Regional e Infraestruturas (Gedri-UFSC) com foco em pesquisa sobre Redes, Organização Territorial e Políticas Públicas

2 artigos

blog

Eleições 2022: O processo está consolidado entre duas forças políticas: Lula representa a democracia, e Bolsonaro, a barbárie

Ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro (Foto: Ricardo Stuckert | ABr)
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

✅ Receba as notícias do Brasil 247 e da TV 247 no canal do Brasil 247 e na comunidade 247 no WhatsApp.

Os que pensam e desejam o Brasil de forma mais equânime. Os que viveram, vivem ou os que conhecem as variadas formas de violência que persistem no nosso país. Seja a violência escravocrata, que persistem até os dias atuais sobre o povo negro, seja a violência contra os povos indígenas, violência contra as mulheres e violência contra os pobres em geral. Todos que desejam e lutam para que essas formas de violência sejam eliminadas da nossa sociedade são alvos de violência por quem financia e pratica a violência, sobretudo quando temos alguém como chefe de Estado incentivando ou praticando todas formas de violência, como assim o faz o presidente atual.

Todos sabem que o momento de disputa eleitoral é quando forças democráticas antagônicas, interesses políticos e econômicos divergentes se contraditam e são colocados no crivo popular e legitimado pelo voto. Isso ocorre aqui no Brasil e em todo e qualquer país que se diz basicamente democrático. Porém, temos que destacar que em 2022 esse processo está consolidado entre duas forças: uma representa a democracia, Lula; e outra representa a barbárie, Bolsonaro. Portanto, não são duas forças democráticas, é apenas uma que está tentando reconduzir o país para o rumo em busca da civilidade, da humanidade, que é o movimento Lula presidente.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

É importante lembramos que, em 2014, tivemos uma disputa que colocou em oposição dois projetos de país: um representado pela presidente Dilma, que representava um projeto que buscava e ainda busca combater a pobreza, redução da desigualdade social e, sobretudo, da exclusão social. Em oposição, tínhamos o Senador Aécio (que está apoiando Bolsonaro), representante político de boa parte da sociedade brasileira que apoia as políticas de privatizações dos setores públicos, da política de concentração de renda, da forma de gerenciar o Estado brasileiro sob as regras do mercado, portanto, da classe que tem capital acumulado e muita riqueza. Porém, a partir do resultado das eleições de 2014, um grupo de pessoas que defendem a escravidão, exploração, concentração de riqueza conseguiram cooptar ainda mais o Congresso e retirar um grupo político que, pelo menos, buscou a duras penas eliminar em partes essas questões por 13 anos. Daí a explicação de tanto ódio de parte dos meios de comunicação que representam a classe política burguesa e fascista sobre os governos mais populares e com viés social presentes nas políticas do PT. O fato é que, mais uma vez, estamos próximos da eleição que escolherá o novo presidente do Brasil e, novamente, o Brasil segue para uma disputa entre o PT, agora com o ex-presidente Lula no pleito e com vitória quase certa – segundo o que apontam todas as pesquisas – contra uma figura inimaginável, desprezível, que nega a vida, faz apologia ao estupro, que idolatra torturador, que saiu dos porões da ditatura e de extrema direita: Bolsonaro. E aqui, diante dos últimos ataques aos movimentos sociais em que estava o presidente Lula, do lamentável ataque do bolsonarista ao petista que faleceu em Foz do Iguaçu, do caso do cidadão morto pela Polícia Rodoviária Federal no camburão da viatura, das variadas formas de violência contra a menina que foi estuprada e precisava fazer o aborto ou da mulher em trabalho de parto que foi violentada; todos esses e muitos outros fatos violentos precisam ser apontados para evidenciar como o Brasil está caminhando rapidamente para o mundo da barbárie orquestrado por uma ideologia perigosa demais da qual Bolsonaro é figura central.

São assustadoras as semelhanças entre o momento político atual no Brasil e a ascensão do nazismo na Alemanha, na década de 1930. Os nazistas tinham um inimigo a ser combatido, dizimado: os judeus, a quem imputavam todas as mazelas do país e a derrota na Primeira Guerra Mundial. No Brasil atual, para a extrema-direita, também há um inimigo a ser combatido, a ser dizimado: o PT, a esquerda, Lula e quem luta pelos mais vulneráveis e pobres do nosso país. É importante lembramos que o atual presidente, principal símbolo da ascensão da intolerância, sugeriu em 2018 fuzilar a "petezada" em comício no Acre. Os nazistas perseguiam comunistas, perseguiam os homossexuais, os quais eram identificados com um triângulo rosa antes de irem à câmara de gás. No Brasil atual, o principal símbolo da ascensão da extrema-direita profere os mesmos discursos homofóbicos, violento e flerta com o Estado totalitário todos os dias.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

A Alemanha vivia uma grave crise econômica na década de 1920 e começo da década de 1930. A moeda, o marco, derreteu, a hiperinflação atingiu números estratosféricos. Tudo isso agravado pela crise internacional de 1929. Os alemães passaram a desconfiar da democracia e do liberalismo, desejando assim um governo forte e centralizador. O terreno estava pronto para a ascensão de um regime totalitário. Assim, Hitler ascendeu ao poder, com apoio popular. O resto da história todos sabem. No Brasil atual, as coisas se parecem. A inflação voltou a patamares estratosféricos, uma grave crise econômica provocada pela política nefasta de Bolsonaro e Paulo Guedes assola o país fazendo com que 33 milhões de pessoas estejam passando fome, milhares delas morando na rua, outros milhares em insegurança alimentar. Uma condução negacionista e desastrosa que dilacerou mais de 670 mil famílias que perderam seus entes queridos para a COVID. Esse governo representa a destruição de todos os setores e políticas públicas construídas a duras penas nas últimas três décadas e destruindo o tecido social do Estado brasileiro, colocando em dúvidas todos os dias, inclusive, o processo eleitoral em busca de um golpe.

Concordamos que o Brasil precisa de novas mudanças, mas é importante que saibamos e tenhamos consciência de que estão em questão no Brasil duas concepções políticas completamente diferentes e, pelo que tudo indica, irão disputar o segundo turno das eleições presidenciais. De um lado, Bolsonaro, que defende claramente as privatizações de empresas e instituições públicas como tem feito, prega a desregulamentação do mercado e da economia – como se precisasse de mais desregulamentação. Bolsonaro não tem e não apresenta compromisso com a redução das desigualdades sociais, regionais e econômicas deste país. Além do mais, a figura política em questão, se é que podemos assim chamar Jair Bolsonaro, apresenta questões e ideias excludentes que afundaram econômica e socialmente o nosso país e aprofundará nossas desigualdades sociais e econômicas, fazendo o Brasil retroceder ainda mais, seja no campo econômico, social e/ou político – isso se ele não der o golpe com que tanto flerta todos os dias.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

A outra concepção, neste caso representado por Lula, é em prol das instituições públicas, contra as privatizações, a favor do Estado como responsável indutor das políticas econômicas e sociais. Uma ideologia política que defende e busca diminuir as desigualdades sociais e regionais, sobretudo, que busca fazer do Brasil um país menos desigual e com mais desenvolvimento social e econômico. Lula quer o Estado a serviço do povo e para o povo soberano. Bolsonaro quer um estado totalitário contra o povo.

É impossível pensar que iremos resolver os problemas do Brasil sem um Estado forte e atuante nos setores sociais, culturais e econômicos. Não será possível resolver o problema de 13 milhões de desempregados e mais milhares na informalidade sem um Estado forte indutor do desenvolvimento. Não é, e não pode ser reduzindo o papel do Estado nas políticas públicas de Investimento em Educação, infraestrutura, saneamento básico, habitação, saúde e tudo que nós estamos carentes que cabe ao Estado promover. Bolsonaro/Guedes são e querem continuar sendo oposto disso.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Não cabe mais acreditar que não cabe ao Estado resolver os problemas da violência que citei anteriormente, que gera mais de 60 mil mortos por homicídio todos os anos, que tem uma taxa de violência contra a mulher que conforme o Instituto Maria da Penha, que faz com que a cada 7,2 segundo uma mulher seja vítima de violência física. Essa realidade que só poderá ser modificada se o Estado agir rapidamente com eficientes políticas públicas.Ademais, não podemos aceitar que em nosso país um contingente de 33 milhões de pessoas estejam passando fome. O Brasil, entre 2003 e 2016, conforme dados da ONU, serviu como modelo e exemplo no que diz respeito ao combate à pobreza, com a redução da miséria, a diminuição de dependentes do próprio Bolsa Família e com a criação do Cadastro Único, que visa identificar a quantidade de pessoas em extrema pobreza no país.  Algo que o governo Bolsonaro não faz, pelo contrário, ele não gera crescimento, restringe a receita, gera desemprego e acelerada ampliação da pobreza e contribui para ao aumento da extrema pobreza.

O que estará em disputa nessa eleição não é o PT/Lula e os movimentos que com eles estão contra Bolsonaro. O que estará em disputa é se você quer o Estado atuando em políticas públicas que buscarão reduzir as desigualdades sociais, regionais e direcionar o Brasil para o rumo da civilidade.  Se você quer um projeto de país em que educação esteja nas notícias por melhorias constantes com a retomada das políticas educacionais e inclusivas. Se você quer um país em que tenhamos cada vez mais investimento público para retomada do emprego e da renda, da retomada das políticas habitacionais no campo e na cidade. Esse projeto de governo é representado pelas forças progressistas, não necessariamente do Partido dos Trabalhadores, mas que é drenado sim para a figura e candidato à presidente, ou seja, o ex-presidente Lula.

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Agora, se você quer viver em um país em que o racismo irá aumentar, a pobreza será vista como escolha do indivíduo, em que o Estado não deve investir em políticas públicas para reduzir a desigualdade e combater a fome, tampouco que coloque o Estado como principal financiado das infraestruturas; se você quer um país em que não se priorize habitação e melhoria da condição de vida das pessoas mais carentes; ou que veja a atuação da mulher na sociedade como algo secundário e subordinado aos tentáculos do machismo; um país em que educação seja tratada como repressão e não como emancipação, esse projeto de país está sendo feito e representado pela figura nefasta de Jair Bolsonaro.

É grave o momento. Não é ser petista, comunista ou esquerdista. O problema é moral e humanitário. É ter bom senso. Precisamos nos unir para derrubar nas urnas essa crescente ascensão da intolerância, do ódio, da misoginia, do racismo, do preconceito contra índios, gays, homossexuais e toda forma de violência física ou verbal. O Brasil precisa de um presidente que trabalhe para que as pessoas sejam respeitadas pelo que querem ser. Precisamos de um presidente que faça com que o Estado seja o principal gerador de oportunidades para que vivamos mais e melhor. Sem dúvida, se se concretizarem as pesquisas, essa pessoa é o ex-presidente Lula.

iBest: 247 é o melhor canal de política do Brasil no voto popular

Assine o 247, apoie por Pix, inscreva-se na TV 247, no canal Cortes 247 e assista:

Carregando os comentários...
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO

Cortes 247

CONTINUA APÓS O ANÚNCIO
CONTINUA APÓS O ANÚNCIO