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Fernando Lavieri

Jornalista, com passagens pela IstoÉ e revista Caros Amigos

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Erdoğan é um líder independente

No momento crucial da geopolítica o presidente da Turquia se mostra como o grande jogador de xadrez no Oriente Médio

Recep Tayyip Erdogan (Foto: Reuters/Umit Bektas)
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O apoio ao Hamas proferido por Recep Tayyip Erdoğan em discurso em Istambul, frente a uma multidão pro-palestina, demonstra que o líder turco mexe as peças no tabuleiro de forma complexa e assertiva.

Ao posicionar o jogo no sentido de ataque, disse Erdoğan: “O Hamas não é uma organização terrorista, é um grupo de libertação mujahideen que trava uma batalha para proteger as suas terras e o seu povo”.  Continuou ele. “Os perpetradores do massacre e da destruição que ocorrem em Gaza são de Israel”. A complexidade nessa situação está no fato de a Turquia continuar tendo boas relações comerciais e diplomáticas com Israel. Mas Erdoğan, nesse sentido, irá suspender o tráfego de gás para Israel que passa pelo gasoduto turco? Apesar da forte retórica, tal atitude não deve ser colocada em prática, pois representaria importante perda de recursos para Turquia que ainda enfrenta os prejuízos do terremoto ocorrido em fevereiro, no Sudeste do país. 

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Então, o que fará Erdoğan? A resposta: o seu apoio aos palestinos é patente, e esse apoio ficará apenas na forma discursiva.

Em outro período, no contexto da guerra da Ucrânia Erdoğan também manteve os interesses da Turquia em primeiro lugar. Ele assumiu certa neutralidade. Ele não criticou a Rússia abertamente, como, aliás, queria o Ocidente e a Otan, a qual a Turquia integra, Erdoğan optou corretamente por manter e ampliar suas relações comerciais com a Rússia no aspecto dos transportes marítimos. Ele assumiu o papel de mediador. “Juntos, precisamos encontrar uma solução diplomática razoavelmente prática que dê a ambos os lados uma saída digna da crise”, disse Erdogan na sessão de abertura da Assembleia Geral das Nações Unidas. Por outro lado, em relação a Ucrânia, ele até ofereceu suporte. Ou seja, rainha, bispo e cavalo à frente cercando por todos os lados. No caso do terrível massacre sionista aos palestinos, mais uma vez Erdoğan age de maneira independente, sem pedir a opinião ou a permissão dos Estados Unidos (o que parece ser fácil, mas não é), ação muito diferente de seus colegas europeus, por exemplo.

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