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Alex Solnik

Alex Solnik é jornalista. Já atuou em publicações como Jornal da Tarde, Istoé, Senhor, Careta, Interview e Manchete. É autor de treze livros, dentre os quais "Porque não deu certo", "O Cofre do Adhemar", "A guerra do apagão" e "O domador de sonhos"

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Fanáticos do apocalipse

"O título é bombástico: Bolsonaro prepara uma guerra civil. Um jornalista responsável só daria esse título se tivesse provas. Não é o caso", escreve Alex Solnik

Ruy Castro e Bolsonaro (Foto: Reprodução | Alan Santos/PR)
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Os fanáticos do apocalipse, neologismo criado e utilizado pelo jornalista Mino Carta nos tempos pós-redemocratização, nas redações que comandava, devem estar excitados com o artigo de Ruy Castro na Folha de hoje. 

O título é bombástico: “Bolsonaro prepara uma guerra civil”.

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Um jornalista responsável só daria esse título a uma matéria se tivesse provas, mensagens, declarações de uma conspiração. Não é o caso. 

O fanático de plantão começa declarando que a intenção de Bolsonaro “é provocar uma medida, vinda não se sabe de onde, que o impeça de disputar as eleições”. 

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“Uma medida”. “Vinda não se sabe de onde”. Nenhum editor deixaria publicar algo assim, se fosse uma reportagem. Mandaria o repórter apurar mais. Além disso, uma medida tão contundente não teria a menor chance de ser aprovada nos 60 dias que faltam para as eleições.

Indiferente a tudo isso, prossegue em sua tese distópica: “Isso insuflará o seu discurso de que só assim conseguem derrotá-lo e convocará para a briga seus seguidores que detêm, hoje, um poder de fogo maior que o dos quartéis”. 

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É verdade que há 600 mil pessoas com armas no país. Mas, diferentemente das 200 mil tropas das Forças Armadas, elas não estão organizadas, não têm comandantes, nem estão treinadas para uma guerra. Não têm tanques, nem aviões, nem navios. O poder de fogo dos quartéis é muito maior.

Se Ruy Castro sugere que farão as vezes de milícia de Bolsonaro, elas devem estar fazendo exercícios militares em algum lugar a essa altura. A ser assim, milhares de pais de família bolsonaristas, de classe média, ou jovens, sabe-se lá, estão sendo treinados para a guerra e ninguém ainda descobriu.

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O best-seller, que é candidato a uma vaga de imortal, garante que “Bolsonaro precisa de um 6 de janeiro antes de 2 de outubro”. E até estipula datas: “Talvez a 7 de setembro. Talvez antes”. 

Valendo-se de uma suposta bola de cristal, garante que a preocupação não é com “esteiras de lagartas e urutus que vão rodar pela orla de Copacabana no dia dos 200 anos da Independência”. “Bolsonaro terá de vir com algo muito mais bombástico. E virá”.

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Ele não sabe o que é, mas garante que haverá.

E termina como não podia deixar de ser:

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“Desta vez, será mais do que um golpe ou tentativa de. Será a senha para uma guerra civil”.

Essa guerra oporá quem contra quem? Milicianos de Bolsonaro contra as Forças Armadas? Milicianos de Bolsonaro contra petistas desarmados?

Com todo o respeito, seu artigo navega entre o delírio e a irresponsabilidade.

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