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Lindbergh Farias

Senador pelo PT do Rio de Janeiro

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Golpe está fadado ao lixo da História

"A peça de impeachment contra Dilma, que o Brasil inteiro viu Eduardo Cunha acolher por pura vingança, é incapaz de citar um único fato desabonador de participação direta da presidente. É público e notório, e até os juristas defensores do impeachment admitem envergonhados, inexistir comprovação de dolo ou participação direta da presidente em quaisquer crimes", lembra o senador Lindbergh Farias; "A República do Galeão já passou. A de Congonhas não passará de uma tenebrosa transação fadada à lata de lixo da história. É golpe contra o Brasil"

Brasília – A presidente Dilma Rousseff, durante Conferência de Imprensa no Palácio do Planalto (Antônio Cruz/Agência Brasil) (Foto: Lindbergh Farias)
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A peça de impeachment contra Dilma, que o Brasil inteiro viu Eduardo Cunha acolher por pura vingança, é incapaz de citar um único fato desabonador de participação direta da presidente. É público e notório, e até os juristas defensores do impeachment admitem envergonhados, inexistir comprovação de dolo ou participação direta da presidente em quaisquer crimes.

O jurista Dalmo Dallari já respondeu a essa questão, arguindo o artigo 84 da Constituição, ao demonstrar que ali está escrito claramente que "crimes" são "os atos" do presidente. Não havendo os atos, a intenção expressamente manifestada, não se caracteriza o crime.

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Dilma não cometeu crime e é muito mais honesta que seus algozes.

O que existe são denúncias vazias em torno das tais "pedaladas fiscais". Caso pedaladas acarretassem perda de mandato, a maioria dos governadores e prefeitos de todos os partidos igualmente seria cassada. Foi e é prática corriqueira.

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O voto do parecer do senador Acir Gurgacz (PDT-RO) na Comissão Mista de Orçamento, favorável à aprovação das contas de Dilma em 2014, após consulta a especialistas, desmonta brilhantemente o argumento das pedaladas. Não houve crime nem dolo, pelo simples motivo de a pedalada não configurar contratação de crédito, mas atraso de pagamento. Ademais, a Presidência não é a responsável legal pela execução das despesas orçamentárias.

Participei ativamente da campanha pela destituição de Fernando Collor. Posso testemunhar que a proposta de impeachment só prosperou após serem colhidas, por uma CPI Mista do Congresso, provas documentais e testemunhais de contas fantasmas administradas por PC Farias, que, entre outros delitos, repassava dinheiro para cobrir gastos pessoais, inclusive para subsidiar despesas da residência oficial.

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Contra Dilma não há nada. Pode-se discordar de seu governo, mas ninguém contesta sua honestidade. Não existem, portanto, parâmetros históricos de comparação entre as campanhas de impeachment de Collor, em 1992, e as tentativas canhestras de deposição de Dilma.

Na época, o Brasil uniu-se para afastar Collor. As provas eram claras para todos. A campanha do impeachment de hoje divide tragicamente o país, criando uma crise política permanente e paralisando a economia. Decidiu-se primeiro que Dilma não pode governar. Buscou-se depois um pretexto qualquer para o impeachment.

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Neste domingo ocorrerão manifestações em todo o Brasil. Respeito todas por formação democrática. Discordo democraticamente, todavia, de quem não se constrange em participar de passeatas com Bolsonaros da vida, que em pleno século 21 defendem a volta à ditadura.

No dia 18, os movimentos sociais e a Frente Brasil Popular irão às ruas contra o golpe. Lá, ao contrário, seremos todos pela democracia e o Estado democrático de Direito.

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Nos dias de hoje, tenta-se voltar às campanhas golpistas do passado pela deposição de Getúlio Vargas e Juscelino Kubitschek. O espírito do Galeão baixou em Congonhas, com suas conduções coercitivas ilegais, vazamentos seletivos e prisões provisórias arbitrárias.

Em 1954, na República do Galeão, como ficou conhecido o inquérito dirigido por integrantes da FAB à revelia das autoridades constituídas, a deposição do presidente era conspirada e depois partia-se para arranjar um pretexto.

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Espalhava-se que o governo de Vargas –cuja honestidade pessoal a pesquisa histórica comprovou– estava afogado em "um mar de lama". Resultado: o presidente ofereceu o próprio corpo em sacrifício e adiou o golpe por 10 anos.

A República do Galeão já passou. A de Congonhas não passará de uma tenebrosa transação fadada à lata de lixo da história. É golpe contra o Brasil.

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