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Victor Maia

Professor e psicanalista, com pós-doutorado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro

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Hora de trocar armas por livros

Os próximos anos serão de árduo trabalho para a reconstrução do MEC e da educação pública no Brasil

(Foto: Agência Brasil)
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O país precisará ser reconstruído a partir de agora. A frente ampla em torno da candidatura vitoriosa de Lula não deve reduzir sua relevância apenas ao processo eleitoral, e sim auxiliar nos diferentes campos de interesse nacional nos próximos anos. Como tem dito o presidente Lula, este não será um governo do PT, mas de todas as forças políticas e sociais que anseiam por um país civilizado.

Restabelecida a normalidade democrática, cabe agora um esforço plural e razoável em torno de questões fundamentais e urgentes, como a segurança alimentar de milhões de brasileiros, o equilíbrio fiscal e a inclusão do auxílio emergencial no orçamento, além da reinserção no cenário internacional e da retomada do protagonismo nas questões climáticas. 

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Na educação, um desafio sem precedentes se impõe. Os efeitos da pandemia ainda se refletem na defasagem entre idade e aprendizagem no ciclo básico. Fomos o país com escolas fechadas por mais tempo. Além disso, o sucateamento de escolas, os repasses insuficientes para a merenda escolar e a precarização da carreira dos professores se somam a um cenário no geral desolador.

Na outra ponta, os cortes no orçamento para ciência e tecnologia dão poucas perspectivas aos pesquisadores e futuros pesquisadores que constroem a ciência brasileira, apesar da escassez de políticas públicas voltadas para este seguimento nos últimos seis anos.

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No último quadriênio o MEC foi desarticulado, o FNDE (Fundo Nacional para o Desenvolvimento da Educação) foi entregue ao Centrão, o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) foi desvalorizado, esquemas de corrupção envolvendo pastores não nomeados no ministérios e barras de ouro foram descobertos, dando a tônica de uma gestão educacional desavisada das carências das quais o Brasil padece. Os efeitos de toda essa inépcia ainda serão sentidos por muito tempo.

A próxima equipe do Ministério da Educação terá como um dos muitos dilemas a serem enfrentados a adequação de um plano de retomada do desenvolvimento educacional, nos níveis básico e superior, às limitações trazidas pelo rombo fiscal deixado pelo atual governo.

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Importa, porém, que voltemos a trilhar um caminho técnico para a gestão educacional no país. Requalificar os critérios de execução do PAR (Plano de Ações Articuladas), por exemplo, será fundamental para a justa distribuição de recursos da educação às cidades mais pobres. Sistema criado em 2007 para descentralizar os recursos de infraestrutura escolar, o PAR foi esvaziado durante o governo Bolsonaro, que passou a priorizar as cidades mais ricas.

Os próximos anos serão de árduo trabalho para a reconstrução do MEC e da educação pública no Brasil. Retomar a narrativa segundo a qual é o amor pelos livros, e não pelas armas, que pode nos tornar uma nação mais justa e desenvolvida não será fácil. Mas, ainda assim, é hora de reafirmarmos nosso compromisso com a educação enquanto vetor de transformação de subjetividades, e trocar armas por livros.

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