Implosão da OTAN, quando se dará?

Sonho com o dia em que for amplamente anunciado: acabou a OTAN! Será o dia em que o mundo multipolar se confirmará e a paz se estenderá, quem sabe, por séculos ou milênios. Muitos dirão que é mero sonho, quimera. Mas se olharmos para trás, desde o começo da história da humanidade quando ela forma cidades e estados e estes se transformam em impérios, temos assistido a sucessão destes a dominar grande parte de mundo. Ninguém se lembra que a perdida Mongólia confinada nas estepes asiáticas já dominou boa parte do mundo, incluindo parte da Europa. E Portugal, um dos menores países europeus, não estendeu seu império pela primeira vez na história pelos quatro grandes continentes? E por que o atual império do norte há de ser eterno? A história mudou, ou acabou, como disse o ideólogo norte-americano Fukayama?

Ora, dirão muitos, a OTAN encontra-se forte, teve agora a adesão do que restava de independente na Escandinávia, com a adesão da Finlândia e a colocação da Suécia na antessala e tudo faz para poder ter adesão da Ucrânia, cercando a Rússia. O ingresso da Finlândia é compreensível dado a sua histórica rivalidade com os russos e ao apoio que deu aos nazistas na II Guerra Mundial. Estranho é a Suécia, país que sempre manteve uma postura neutra e independente, de repente se ajoelhar ante o xerife do norte. Quanto à Ucrânia, a história é outra...

A OTAN está sofrendo uma fragorosa derrota na guerra que promove por procuração na Ucrânia. Suas armas, por mais modernas desde que não nucleares ou de potencial nuclear, não conseguem penetrar nas defesas russas e o general inverno está voltando no hemisfério norte. Homens e equipamentos militares são perdidos aos milhares na mal fadada contraofensiva ucraniana. E o palhaço Zelenski – não tenho nada contra os palhaços e reconheço Zelenski como grande ator a ponto de enganar continuamente os líderes ocidentais – mas tudo tem limite, e a OTAN começa a indicar que este está chegando, e busca uma fórmula mágica para encerrar a guerra sem aumentar a humilhação da derrota. Ucrânia na OTAN, isto sim, é mera quimera!

A paz no mundo, de forma sustentável e pelo menos secular, somente se dará quando os instrumentos de guerra tipo a OTAN forem descartados. É simples observar que todas as guerras nas últimas décadas tiveram a OTAN ou seus líderes maiores, ocidentais, como provocadores: Vietnam, e todo sudoeste asiático, Afeganistão, Iraque, Líbia, Síria; p aóio a Israel para promover o genocídio palestino; não esquecer o bombardeio da OTAN contra a Sérvia, em 1999, quando 2.500 civis sendo 89 crianças foram assassinados. Bem, alguém dirá, mas a iniciativa da guerra da Ucrânia foi dos russos. Verdade. Os russos tomaram a iniciativa da ação militar num gesto de autodefesa face à tentativa de cerco da OTAN e a recusa de seus membros em defender os tratados por eles assinados em Minsk. Assim, pois, sempre a OTAN!

Sempre a OTAN como principal patrocinadora de guerras. E para que? Para garantir a hegemonia econômica, política e militar do decadente império do norte que sobrevive com as guerras que alimentação de seu complexo industrial-militar. A OTAN um mero instrumento de guerra a serviço dos EEUU.

Claro que de repente não ouviremos repórteres extraordinários anunciado: “implodiu a OTAN!” Por certo, a NATO como eles chamam nos states, ainda durará anos, quem sabe décadas, mas não muitas. Com certeza já viveu mais da metade de sua vida útil. A cada dia se torna mais inútil, ou nociva. Claro, é sempre de estranhar como governos até progressistas da Europa, como Portugal, Espanha, Grécia, ou a própria social democrata Alemanha ou a sempre orgulhosa França, se submetem ao papel de meros capachos dos EEUU. Ou mesmo a Turquia, amiga tradicional da Rússia e país que não é atlântico, mas mediterrâneo e oriental. A qualquer momento o povo de um destes países, ou de outros, resolve avaliar custos e benefícios desta aliança e proclamam sua independência. Então se iniciará uma reação em cadeia. O fim da OTAN está mais próximo do que muitos pensam. Chega de guerras, a paz, no mundo, prevalecerá!