Lira esgrima impeachment com reforma tributária
"Lira está mostrando o que a oposição já previa: não é confiável e está afinadíssimo com o governo, e assim afronta a independência entre os Poderes e ofende a constituição", avalia o jornalista Alex Solnik
Por Alex Solnik
Numa clara tentativa de ocupar espaço na mídia, desviar o foco da CPI da Covid que começa na próxima terça-feira e justificar o descaso com os pedidos de impeachment que se acumulam em seu escaninho, blindando Bolsonaro, o presidente da Câmara, Arthur Lira agendou o pontapé inicial da reforma tributária para o dia 3 de maio.
É uma óbvia tabelinha com o Palácio do Planalto, em especial com Paulo Guedes que está doido para aumentar impostos, que é o que a reforma pretende e sinal de que ficou satisfeito com a Secretaria Geral e com a permanência de R$ 10 bi em emendas no orçamento que deveria priorizar o combate à peste.
Seu discurso ao assumir, de que combatê-la seria a prioridade, foi para as calendas gregas. Sua parceria com Rodrigo Pacheco, presidente do Senado, também não é mais a mesma.
Lira está mostrando o que a oposição já previa: não é confiável e está afinadíssimo com o governo, e assim afronta a independência entre os Poderes e ofende a constituição.
E não honra os votos que recebeu, pois foi eleito para atender aos interesses dos eleitores e não do governo.
* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.

