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Ângelo Cavalcante

Economista, cientista político, doutorando na USP e professor da Universidade Estadual de Goiás (UEG)

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Manual do bom-viver para o trágico ano que chega

Na seara política seguimos atordoados com a pior e maior das crises; são partidos que não politizam; políticos que não mobilizam; lideranças que não lideram; ideologias sem horizonte ou utopia. Vagamos como folha seca sobre as ondas do mar. Nada pode ser pior do que isso! Se não gerimos nossas vidas é que porque alguém ou "alguéns" estão a fazê-lo!

Reveillon na Praia de Copacabana Foto: Gabriel Monteiro | Riotur (Foto: Ângelo Cavalcante)
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Não salte ondinhas, não guarde sementes, não sonhe, não creia, não faça preces, não tenha desejos porque lamentavelmente, é preciso que se diga que o tal do ano novo será péssimo.

Aliás, para além de péssimo, será inusitado, sacrificante, perverso e danoso para a imensa maioria dos brasileiros. Será isso... Na verdade, sequer teremos um "ano novo". O 2018 será decisiva e obrigatoriamente uma extensão piorada, um "puxadinho" de 2017 e que, por sua vez, fora um extensivo do azedume de 2016.

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Conseguem acreditar que ainda estamos em 2016? Bom... Politicamente estamos sim! Teremos decisivo desdobramento no ano que chega; ao que consta, o melhor das forças sociais não é capaz de apresentar alternativas reais e viáveis ao flagelo do golpe que enviesou, mais ainda, o país e as filigranas de conquistas sociais ainda advindas dos governos do PT.

Não me odeie! E não é verdade que eu seja um pessimista; nunca fui! É apenas uma analise que toma como base os aspectos fundamentais da vida humana e que respeita às dimensões sociais, políticas, culturais e econômicas. Aprendi assim nos melhores manuais de sociologia acerca da feitura crítica de analises de conjuntura.

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Sob o olhar social, seguimos dispersos, fragmentados e afundados em uma crise de difícil entendimento porque, além de tudo, agrega influências globais e internacionais decisivas; aspectos tecnológicos e novas formas de produção e consumo; entender esse embornal de coisas, fenômenos e influências não é moleza!

Na seara política seguimos atordoados com a pior e maior das crises; são partidos que não politizam; políticos que não mobilizam; lideranças que não lideram; ideologias sem horizonte ou utopia. Vagamos como folha seca sobre as ondas do mar. Nada pode ser pior do que isso! Se não gerimos nossas vidas é que porque alguém ou "alguéns" estão a fazê-lo!

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No campo da cultura a crise se expressa em um nível de decadência demonstrada em todas as manifestações da construção artística, simbólica e humana do cotidiano. A cultura que é, ou ao menos deveria ser, um ponto em comum entre todos os brasileiros; um consenso na civilização brasileira perde da sua aura, da sua força de arregimentação e é liquidificada pelas impiedosas manufaturas do capital.

No mundo da economia os dados e suas tendências não poderiam ser piores... Desnecessário falar do desmonte do país, de suas empresas púbicas e de seus efeitos negativos sobre a vida das populações; esse processo, não por acaso, financiado por um Estado capturado pelo império de uma geopolítica que carece de afundar suas raízes nos profundos da vida social é de um tal nível de perversão que sua continuidade e intensificação é, em definitivo, a própria anulação do sentido e da razão prática de nação. Termos como soberania, independência, nacionalidade e abstrações substantivas afins perdem completamente sua razão de ser.

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Objetivamente desaparecemos, juntamente com nossa história de lutas, resistências e muitos enfrentamentos. Para onde toda essa história vai? Para alguma prateleira empoeirada de um sebo pouco frequentado; para discursos empolgados de algum comunista romântico ou ainda, e quem sabe, será convertida em planilhas que combinam identidade, população e pertencimento com o preço das suas terras ancestrais. Ao fim, em tempos de moedas virtuais, essas negociações devem ser ligeiras ou nossa história, esse índio arredio e ainda vivo, pode aprontar surpresas

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