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Rodrigo Lamore

Rodrigo Lamore é cantor, músico e compositor. Possui trabalho autoral e atualmente vive de shows voz e violão em barzinhos do Rio de Janeiro. É oriundo da cidade de Guanambi - BA e tem quase trinta anos de carreira musical.

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Moscow Music Peace Festival, festejando o desastre

Que o acontecimento foi criado e articulado pelos EUA como uma das armas para a demolição da URSS não há dúvidas. Porém, uma nova informação chegou recentemente

Moscow Music Peace Festival (Foto: CC BY-SA 3.0)
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Se você acha que os EUA utilizam, apenas contra os países latino americanos, a tática de acusá-los de tráfico e consumo de drogas para justificarem uma intervenção militar e cultural nesses territórios, saiba que isso também foi praticado no processo de destruição da antiga União Soviética, no século passado.

Anteriormente, o processo de demolição do regime, feito por dentro, a partir das ações do agente ocidental quinta coluna, Mikhail Gorbatchov, com seus programas conhecidos como Glasnost e Perestroika, durante a segunda metade da década de 80, desencadeando uma imensa crise, que foi propagado pelo imperialismo como o início do regime democrático no leste europeu, mas que na década seguinte, todos viram no que realmente resultariam: fome, diminuição da população, surgimento de gangues e oligarcas, etc.

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No plano cultural e artístico, o movimento estadunidense que já atuava durante a Guerra Fria, instrumentalizando o rock como arma de guerra, para estimular na mente dos soviéticos a noção de que o sistema politico daquela região era um verdadeiro censor, tendo como “prova”, a proibição da música do Tio Sam (na verdade um erro crasso de Stalin e continuada por seus sucessores de associar a cultura ocidental ao individualismo, algo que segundo o Partido, poderia inviabilizar o conceito de coletividade do comunismo, mas foi aproveitado pela CIA para criar a imagem de “ditadura” nos países onde havia o modelo de bem estar social). Mas talvez o ponto máximo tenha sido o Moscow Music Peace Festival.

Criado com o subterfúgio de combate ao tráfico e uso de drogas em terras eslavas, esse festival, que ocorreu no ano de 1989 (meses antes da queda do muro de Berlin), foi organizado por dois indivíduos interessantes: Doc Mcghee, empresário das bandas que participaram do festival e... traficante de drogas (!), e Stas Namin, músico, compositor, ator e um dos precursores do rock russo, que se tornou um personagem muito valioso para a politica do Ocidente, no tema da repressão artística e liberdade de expressão, citado acima com relação ao erro do regime em reprimir a cultura norte americana. (Stas era um apreciador da cultura norte americana, logo... era “perseguido”). Não havia pessoas melhores para serem as fachadas na produção do evento.

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Com mais de 100 mil pessoas no antigo Estádio Central Lenin, apelidado como “Woodstock Russo”, o espetáculo foi um show no palco... e nos bastidores. O que se poderia esperar de um projeto musical voltado ao combate às drogas, produzido por um traficante e seu casting de artistas composto por viciados em drogas e álcool?

Segundo relatos dos próprios músicos, houve diversas brigas por detrás das cortinas, já que Mcghee era empresário da maioria das bandas presentes, e rolou o famoso ataque de egos entre eles, com supostas preferências e benefícios para umas bandas, em detrimento das outras, gerando desconfortos. O consumo de drogas, obviamente, se fez presente, apesar da mensagem central do evento, promovido pela “Make a Difference Foundation”.

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Que esse acontecimento foi criado e articulado pelos EUA, como uma das armas para a demolição da URSS, não há dúvidas. Pra quem estuda política e geopolítica, é até clichê nos dias de hoje esse tipo de iniciativa. Porém, uma nova informação nos chegou recentemente, no podcast “Wind of Change”, disponível na plataforma Spotify, que sugeriu que a canção, lançada um ano depois, inspirada no festival, “Wind Of Change” da banda alemã, Scorpions, foi na verdade composta pela CIA, como uma continuação do ataque pela via cultural e de entretenimento, para a destruição do regime. Claro que isso foi negado veementemente pela banda. Mas quem tem olhos, conseguem ver com nitidez.

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