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Julimar Roberto

Comerciário e presidente da Contracs-CUT

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Na pressão, vai!

Em mais uma de suas picaretagens constitucionais, Bolsonaro tentou retroceder o Brasil a um regime trabalhista sem direitos, uma verdadeira escravidão moderna, tanto na iniciativa privada, como na administração pública

Na pressão, vai! (Foto: Roberto Parizotti - Fotos Públicas)

“O poder emana do povo”. Essa frase, presente no parágrafo único do Artigo Primeiro da Constituição Federal, tem uma força indescritível. E, na noite desta quarta (1º), nós pudemos comprovar a veracidade dessa afirmação e acreditar que, sim, o poder é nosso. 

Com 47 votos contra e 27 a favor, o Senado Federal derrubou a terrível Medida Provisória 1045. A classe trabalhadora mobilizada em atos e os protestos nas redes sociais impuseram aos senadores a vontade popular e deixaram bem claro: trabalhador não vota em traidor!  

Em mais uma de suas picaretagens constitucionais, Bolsonaro tentou retroceder o Brasil a um regime trabalhista sem direitos, uma verdadeira escravidão moderna, tanto na iniciativa privada, como na administração pública. E fez isso de forma traiçoeira, através de seus asseclas no Congresso, que enfiaram “jabutis” na reta final de tramitação de uma medida que já havia sido debatida, numa atitude antidemocrática e repulsiva, como é de seu costume.  

Se não fosse a pressão dos trabalhadores e trabalhadoras, mais esse embuste, que beneficiaria patrões e empresários, e precarizaria ainda mais as relações de trabalho, teria sido aprovado. 

E vendo a vontade popular se sobressair, meu coração se esperançou ainda mais, ao me lembrar da força citada no início deste texto.  Esse poder emanado do povo que, em 1983, conquistou as ‘Diretas Já!‘ e trouxe a redemocratização ao país.  

Quantos embates não foram vencidos nas ruas, com bandeiras, faixas e gritos de guerra entoados a plenos pulmões. O poder é do povo e o povo está voltando a se apropriar dele.  

Outro exemplo é o crescimento dos atos convocados pelas centrais sindicais e movimentos populares em defesa do emprego, da vacina, da democracia e por ‘Fora Bolsonaro’, que cresceram significativamente. E essa mesma efervescência veremos no dia 7 de Setembro, quando, por todo o país, marcharemos em defesa de um país livre e igualitário.  

* Este é um artigo de opinião, de responsabilidade do autor, e não reflete a opinião do Brasil 247.