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Enio Verri

Deputado federal pelo PT-PR

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Não é o Lula, são a democracia e a soberania

A soberania será entregue, caso o Judiciário não retome o ordenamento constitucional e restabeleça o Estado Democrático de Direito, sob pena de assistir à cassação dos dois por forças que desejam exatamente o colapso da democracia. A democracia e a soberania são assuntos de todos os brasileiros

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Moro utilizou a instituição pública Ministério da Justiça para desqualificar, como mentirosa, a denúncia da agência Intercept, contra os sórdidos diálogos travados entre a 13ª Vara Federal de Curitiba e o Ministério Público Federal. Eles revelam um criminoso conluio entre acusação e juiz, que vai da perseguição seletiva a partidos e personagens políticos, à destruição da engenharia pesada brasileira, passando pela entrega da soberania nacional. Moro e Dallagnol embrenham-se ainda mais no pantanoso labirinto da mentira criada, como denunciou o ex-presidente Lula. Vem à tona a justiça de insistente denúncia da defesa contra a parcialidade de Moro, jamais levada a sério pelos órgãos corregedores. Pelo contrário, a Lava Jato tem largo apoio no Supremo Tribunal Federal, com um ministro que enaltece o poder de um juiz de piso sobre um de última instância que questionava justamente o desconhecimento de limites da operação.

As atitudes institucionalmente disparatadas desse governo, ao mesmo tempo em que não se vê um único aceno das instituições corregedoras, faz o Brasil viver à beira de linha muito tênue entre a democracia e um estado totalitário e beligerante. Em países onde os poderes da república não tratam pactos em tertúlias com um presidente que poderia estar, também, num circo, por exemplo, Moro já teria renunciado, Dallagnol sido afastado e Lula e demais envolvidos que tenham sido prejudicados pela operação estariam em liberdade. Porém, infelizmente, de um STF que autoriza a venda das empresas brasileiras e de todas as suas reservas energéticas, e negou entrevista de Lula não se pode esperar alguma simpatia pela democracia e pela soberania nacional. Estamos na iminência de abrir um espaço que ofereça as condições para se declarar algum risco de “segurança nacional” e implantar um governo tão ou mais autoritário e entreguista que o de Bolsonaro. É a democracia que está em jogo.

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Apesar de o absurdo das denúncias nem sequer tremerem a cadeira do Palácio da Justiça, a agência já anunciou que publicou cerca de apenas 3% das informações que possui, caso Moro, Dallagnol e Bolsonaro precisem de mais vergonha para passar. Ou os órgãos corregedores entram em cena e salvam a democracia, ou todos os poderes vão entrar em crise, abrindo espaço para aventureiros vendedores da salvação. Até o momento, a Força Tarefa não apresentou os supostos hackeamentos, jogando por terra a teoria da invasão, sem uma única explicação. Agora o argumento é que as informações são mentirosas, mas a Força Tarefa já foi desafiada pelo Intercept a apresentar os diálogos originais. É urgente e preciso que instituições de envergadura, dignas de serem, não permitam que a mídia venal e entreguista torne esse escândalo uma coisa normal. A adoração sem crítica à operação, criada e mantida pela parte da imprensa que quer ver o Brasil como um país-fazenda, conferiu a Moro e Dallagnol superpoderes, ou a condição de enviados para travar a luta capital do bem contra o mal.

Somente num país onde um presidente é eleito por meio de mentiras um fato dessa gravidade ficaria impune. A reportagem desnuda a promiscuidade abjeta, que ganha contornos de crueldade e desumanidade, a ponto de se usar o nome da falecida esposa de Lula, D. Marisa Letícia, para acusá-lo de tê-la culpado. Durante o tempo de cárcere, Lula não pôde enterrar o irmão e compareceu ao enterro do neto sob forte esquema bélico de segurança, para evitar que ele fosse abraçado pelo povo que o ama. Por meio de táticas rasteiras e ilegais, a Lava Jato interferiu nas eleições, impediu uma entrevista de Lula a poucos dias do primeiro turno, com medo que pudesse favorecer o professor Fernando Haddad. Em países sérios, seria o suficiente para cassar o último pleito eleitoral. A quadrilha, na verdade, é usada pelos EUA como ponte para colonizar a nação. Lula é uma questão geopolítica. Seus adversários e inimigos do Brasil sabem que ele foi impedido ele luta pelos interesses nação brasileira.

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A declaração de Dallagnol sobre o trâmite da operação depender de uma “articulação com os americanos” não deixa dúvidas quanto ao futuro do Brasil, caso a sociedade não reaja e exija a redemocratização do País, com eleições livres. Fora disso, o País viverá num limbo, no qual, as instituições e os poderes serão utilizados para favorecer não mais que 30% dos mais de 207 milhões. É muito difícil para as pessoas que depositaram as suas mais irrestritas confianças na operação Lava Jato, depararem-se com fatos de tamanha gravidade. Porém, depois do estarrecimento há a reação, que deve ser urgente. A maturidade de cada brasileiro é exigida, nesta hora. O Brasil está na iminência de um colapso institucional e o Executivo aposta no poder da mídia para manter o brasileiro confiante num processo que se mostrou fraudulento. Haja vista não apenas os diálogos abjetos, mas a tentativa de se criar uma fundação bilionária, gerida pelo MPF. Trata-se, é claro, de um projeto de poder. Se hoje é contra o Lula, amanhã será contra você.

A Lava Jato se jacta de ter devolvido ao erário mais de R$ 1 bilhão, mas não conta que causou um prejuízo à nação, superior a R$ 160 bilhões. A VolksWagen fraudou laudos sobre emissão de poluentes de determinados modelos. Os envolvidos foram demitidos e processados e a empresa pagará uma multa que passa dos US$ 4 bilhões. Porém, vai continuar funcionando, gerando emprego, renda, impostos e tecnologia. Em 2017, o vice-presidente da Samsung foi preso por corrupção. A produção da Samsung não parou por causa disso. Os governos alemão e sul coreano não tentaram fechar as empresas. Já no Brasil, o governo nacionalista de Bolsonaro entrega suas superavitárias estatais para o capital internacional e para estatais de outros países. A soberania será entregue, caso o Judiciário não retome o ordenamento constitucional e restabeleça o Estado Democrático de Direito, sob pena de assistir à cassação dos dois por forças que desejam exatamente o colapso da democracia. A democracia e a soberania são assuntos de todos os brasileiros.

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