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Luciano Cerqueira

Pesquisador do Grupo Estratégico de Análise da Educação Superior (GEA-ES) da Flacso Brasil; Pesquisador associado do Laboratório de Políticas Públicas (LPP-UERJ) e Doutor no Programa de Políticas Públicas e Formação Humana (PPFH) da UERJ

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Nota 10 na avenida, nota zero nas urnas: descompassos entre a folia popular e eleições no Rio de Janeiro

O Rio de Janeiro, que já foi considerado o “Estado vanguarda” do Brasil (especialmente por sua música, pelo despojamento comportamental, pela moda etc), hoje, flerta abertamente com o conservadorismo e vem elegendo um número cada vez maior de parlamentares ligados às forças militares e às igrejas

(Foto: RioTur)
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Não lembro ao certo quando comecei a gostar de samba enredo, mas foi muito novo, disso eu sei. Quando garoto, morador de Vilar dos Teles (município de São João de Meriti, Baixada Fluminense), cantava a plenos pulmões os sambas da Beija-Flor. Na época, era escola de 90% das pessoas que moravam na Baixada. Nessa caminhada pelo mundo do samba enredo, tem um fato que me lembro com exatidão. Foi em 1989 que a genialidade de Joãosinho Trinta[2], com o enredo “Ratos e urubus, larguem minha fantasia”, me despertou para o samba enredo com críticas sociais. Não era um adulto ainda e sentia minha pele arrepiar todas as vezes que cantava “xepa de lá pra cá xepei, sou na vida um mendigo da folia eu sou rei”. Naquele ano, a Beija-Flor mostrou o contraste entre o luxo das elites e a pobreza dos mendigos que vivem no meio do lixo. A escola ficou em segundo lugar e seu desfile é mais lembrado que o da escola campeã. Naquele ano, o destaque que ficou marcado no carnaval foi o desfile da escola de Nilópolis com o Cristo Redentor coberto (ele estava vestido de mendigo, mas foi coberto por conta de uma ordem judicial que a Arquidiocese do Rio conseguiu proibindo a alegoria) onde lia-se: mesmo proibido, olhai por nós. Naquele ano, a escola não fez carnaval, fez história. 

A partir de então, comecei a gostar de samba enredo de qualquer escola, desde que tivesse algo que eu considerasse especial, algo que tocasse minha recém descoberta “indignação social”. Não deixei de cantar os sambas que eu considerava pura alegria: Mocidade Independente de Padre Miguel em 1991 e 1992 (Chuê, chuá... As águas vão rolar e Sonhar não custa nada! Ou quase nada); Acadêmicos do Salgueiro em 1993 (Peguei um Ita no Norte); e cantei com a Mangueira, em 1994, minha arqui-inimiga do carnaval (Atrás de Verde e Rosa só não vai quem já morreu). 

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Em 1996, volto a me arrepiar quando uma das escolas mais antigas e tradicionais do Rio volta a misturar alegria e luta por justiça social e me faz cantar mais alto: o Império Serrano homenagiou um dos maiores brasileiros do século XX: Herbert José de Sousa, o Betinho[3]. O Império foi certeiro e cantou o que hoje ainda é uma realidade:

“Quero ter a minha terra
Meu pedacinho de chão, meu quinhão
Isso nunca foi segredo
Quem é pobre tá com fome
Quem é rico tá com medo”

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Depois desse ano, tivemos mais sambas que traziam algum tipo de crítica social, mas eu, sinceramente, não lembro de nada que merecesse um grande destaque. Quando muita gente achava que o momento do “desfile protesto” tinha acabado, em 2018, três escolas do Grupo Especial (Mangueira, Beija-Flor e Paraíso do Tuiutí) surgem na avenida com sambas enredos contendo críticas sociais. O destaque do ano foi a modesta Paraíso do Tuiutí que, com seu samba enredo “Meu deus, meu deus, está extinta a escravidão?”, leva para a avenida o ex-presidente Michel Temer caracterizado como o “vampiro neo-liberalista”, um vampiro da escravidão moderna. O público, mais uma vez, pulou, cantou e protestou em uma só voz! 

Em 2019, nova catarse coletiva! A Mangueira (e o Brasil inteiro) canta o samba “História para ninar gente grande”, que desconstrói as narativas oficiais ensinadas ao longo de gerações para todos os brasileiros e brasileiras. Descobrimento? Que nada. Invasão! O samba ainda faz uma linda – e justa – homenagem à ex-vereadora Marielle Franco, do PSOL. O samba/hino da Estação Primeira faz a voz ficar embargada quando homenageia Marielle:

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“Salve os caboclos de julho
Quem foi de aço nos anos de chumbo
Brasil, chegou a vez
De ouvir as Marias, Mahins, Marielles, malês”

Um samba potente e lindo que, toda vez que é cantado, nos faz lembrar da seguinte pergunta: Quem mandou matar Marielle?[4] 

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Nas próximas semanas, ouviremos (cada vez mais) os sambas enredos de 2020 e, neste ano, temos um número recorde de escolas de samba[5] que optaram por letras com forte crítica social, que evidenciam as mazelas vivenciadas pelo povo brasileiro, em especial os mais vulneráveis, aqueles que são vítimas do descaso estatal e que sofrem nas mãos de uma sociedade extremamente conservadora, machista, racista, homofóbica, classista e autoritária. 

O Rio de Janeiro, que já foi considerado o “Estado vanguarda” do Brasil (especialmente por sua música, pelo despojamento comportamental, pela moda etc), hoje, flerta abertamente com o conservadorismo e vem elegendo um número cada vez maior de parlamentares ligados às forças militares e às igrejas. No quesito eleitoral, o Rio não foi a vanguarda, o Estado (e a Cidade) apenas vêm seguindo a maré do antiesquerdismo (iniciada com o antipetismo) desde 2013. Desde então, o Rio (seguindo a tendência nacional) começou a achar ruim a população mais pobre comprar carro, casa, frequentar a universidade, viajar de avião e (a maior das heresias que um pobre pode cometer) viajar para Disney. 

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A onda de protestos iniciada em 2013 (momento em que a cidade do Rio protagonizou uma das maiores manifestações contra o governo federal e as obras para Copa do Mundo e as Olímpiadas), teve efeito direto nas eleições de 2016[6]. Na eleição para Prefeito, tivemos um segundo turno entre Marcelo Crivella (PRB – Partido Republicano Brasileiro) e Marcelo Freixo (PSOL). Crivella ganhou com 27,28% dos votos válidos enquanto Freixo teve 18,26%. Como a cidade conhecida por ser uma das mais alegres do mundo (com o maior carnaval do planeta) elege um bispo para ser Prefeito? Justamente um bispo neopentecostal que considera o carnaval um pecado?

No mesmo ano, vimos que, dentre os 51 vereadores e vereadoras eleitos, a Câmara acabou composta por 10 representantes de partidos de esquerda e apenas 7 mulheres[7]. Eram 8 com Marielle Franco. A representatividade racial também ficou longe da Câmara de Veradores. Foram eleitas apenas cinco pessoas negras para ocupar o cargo parlamentar na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. Como é possível justamente em um Estado com mais de 50% da sua população auto-declarada negra?

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Em 2018, a guinada conservadora se acentua no Estado do Rio. Na eleição para ALERJ[8] (Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro), o Partido Social Liberal (PSL) elegeu 12 deputados/as, seguido por PSOL, DEM e MDB, com 5 cada um. Das 70 cadeiras disponíveis, a esquerda ocupou menos de 20% (apenas 13)[9] e foram eleitas apenas 10 mulheres. Nessa onda conservadora, a ALERJ recebeu parlamentares com seus nomes ligados à formação policial-militar: um coronel (Polícia Militar); dois capitães (um do Exército e outro da Polícia Militar); um delegado (Polícia Civil); e um subtenente (Polícia Militar). 

Na eleição para Deputado Federal, a situação não se alterou muito. Dos 46 eleitos pelo Estado do Rio, foram apenas 9 deputados/as ligados a partidos de esquerda. Dentre os 5 mais votados, temos um do PSOL e um do PSB. Mas, nem isso não pode ser comemorado. O PSL (que era o partido do atual presidente) elegeu 12 deputados, seguido pelo DEM e pelo PSOL, cada um com 4 parlamentares. Dentre os eleitos do PSL, tivemos, mais uma vez, parlamentares ligados à área policial-militar: um Sargento (Polícia Militar), uma Major (Polícia Militar) e um Delegado (Polícia Civil).[10]   

Dentre os deputados eleitos, destacar destacam-se Daniel Silveira (em Brasília) e Rodrigo Amorim (na ALERJ). Destaque nada positivo, por sinal. Os dois (ambos deputados do PSL), durante a campanha eleitoral de 2018, protagonizaram o macabro evento de quebra da placa de rua feita em homenagem à vereadora Marielle Franco. Importante ressaltar que, contando com o apoio próximo da família Bolsonaro, Rodrigo Amorim foi o deputado mais votado no Rio de Janeiro, com mais de 140 mil votos[11]. Hoje, esses dois deputados se destacam no cenário nacional especialmente por (em nome de uma suposta Escola sem Partido) invadirem escolas para realizar perseguição midiática em uma suposta busca por professores/as que (segundo eles) realizam doutrinação de estudantes. 

Para o governo do Estado, foi eleito um ex-juiz federal do Partido Social Cristão (PSC), Wilson Witzel. O governador, que obteve 60% dos votos contra 40% de Eduardo Paes (ex-prefeito da cidade)[12], coleciona episódios em que celebra o comportamento violento da polícia do Estado, e produz frases do tipo: “o correto é matar o bandido que está de fuzil. A polícia vai fazer o correto: vai mirar na cabecinha e... fogo! Para não ter erro”. Em maio de 2019, Witzel protagonizou uma cena desastrosa. O governador postou nas redes sociais vídeo em que aparece em uma operação da Coordenação de Recursos Especiais (CORE) da Polícia Civil, na região de Angra dos Reis, posicionado como um repórter de programa policial e narrou a cena que se desenrolava enquanto as imagens mostravam o cano das armas carregadas no helicóptero. A legenda do vídeo dizia algo nesse sentido: a ação visa a “acabar com a bagunça” e “botar fim na bandidagem”. Apesar da repercussão negativa, o governador não se arrependeu e, tampouco, aprendeu. Em agosto do mesmo ano, um homem sequestra um ônibus na ponte Rio-Niterói e faz os passageiros de reféns. Após horas de tensão, o homem é assassinado e os reféns são libertados. Witzel foi de helicoptero até o local (ação desnecessária e puramente exibicionista) e, quando desceu da aeronave, não pôde se conter, erguendo os braços e saltando, como se estivesse comemorando um gol. 

Para fechar com chave de ouro, o Estado elegeu para as cadeiras do Senado Flávio Bolsonaro (PSL) e Arolde de Oliveira, do Partido Social Democrático (PSD). Ambos, retratos do conservadorismo. E foi aqui que o atual presidente teve uma das mais expressivas votações no segundo turno da eleição presidencial: 68% dos votos válidos, contra 32% dados a Fernando Haddad. 

O Estado do Rio, berço eleitoral de Jair Bolsonaro, tendo à frente Wilson Witzel, Flávio Bolsonaro, Rodrigo Amorim e Daniel Silveira, dentre outros, tem sido o principal representante (praticando com muita eficiência) a necropolítica[13]. Esse é o retrato do Estado do Rio de Janeiro, em 2020: escolas de samba revivendo seus momentos de protesto e denúncia contra as injustiças sociais e preconceitos, enquanto a população se mostra, cada dia mais, conservadora. 

Mas como esse parece ser um comportamento nacional (ou melhor, mundial) temos de nos perguntar o porquê de, neste momento, as escolas de samba parecerem um “oásis de resistência”, no meio de tanto conservadorismo e conivência com a desigualdade? 

Não vejo uma resposta definitiva para essa pergunta, mas posso apontar algumas pistas. O primeiro fato que chamo atenção é que é possível que, nos últimos 15 anos, os enredos tenham sido menos políticos por conta da situação do país. O Brasil não virou uma Noruega (ou uma Suécia), mas começou – lentamente – a dar às pessoas mais pobres, àquelas que cantam o samba da escola na Marquês de Sapucaí, motivos para cantar mais felizes. O cenário econômico favorável e a vida com mais dignidade, fez com que as escolas voltassem seus enredos para outras áreas ou, simplesmente, fizessem críticas mais pontuais e esporádicas. A vida no país estava melhor e essa realidade chegou aos integrantes (dos compositores até a ala das baianas) das escolas de samba.

O segundo fato, que é uma consequência do primeiro, é o período que o país volta viver depois de 2016. Temos uma economia em recessão; falta de empregos; ataque às artes e à educação; violência descontrolada nas comunidades; a desvalorização da cultura negra (a base do carnaval); incêndios nas florestas, massacres dos índios etc. As letras dos sambas refletem essa dura (e triste) realidade. Não se trata de querer agradar, ou desagradar, determinado governo ou partido, essa é a atual situação do país e, por isso, as escolas de samba vão cantá-la!

Outro fato é que, hoje, temos uma nova leva de autores(as), compositores(as) e carnavalecos(as). Essa nova geração que chegou ao comando do carnaval tem um perfil inovador e politizado (não que os mais antigos não tivessem, continuo achando Joãosinho Trinta o maior de todos). Eles viveram a experiência de governos diferentes, viram e viveram em um país em recessão e, depois, em um país em desenvolvimento, com distribuição de renda e menos injusto. Hoje, eles não colocam na avenida um país que poderia existir. Eles vão para avenida pedir a volta de um Brasil que já existiu, que tornou realidade os sonhos de milhares de amantes do carnaval. 

Claro que existem outros fatores que podem explicar a dissociação entre eleitores do Estado e as escolas de samba. Além do fato, óbvio, de que dentro das escolas temos eleitores de todas as tendências. 

Mas, é importante atentarmos para um fato inegável: hoje, o Estado do Rio é um lugar hostil para as artes; para as religiões de matizes africanas; para a criatividade, para o amor em todas as suas formas etc., tudo aquilo que o carnaval sempre representou. Sem dúvida, este ano será um ano diferenciado para escolas de samba do Rio, que levarão para avenida a inquietude das passistas, das baianas, dos mestre-sala, das portas-bandeira. Os enredos deste ano representam um grito de “BASTA” de todas as pessoas apaixonadas pelo carnaval e, sobretudo, pela arte. 

Nesse ano, as escolas de samba saem na frente dos partidos progressistas do Estado e, de maneira informal, juntam-se para pedir justiça social, igualdade e amor ao próximo. Elas transformarão a Marquês de Sapucaí (de 21 a 24 de fevereiro) em uma Ágora; uma Praça de Maio; uma Floresta; um Quilombo; uma Cinelândia; um Terreiro; uma Aldeia; uma Ação da Cidadania; uma Parada do Orgulho Gay. Tudo junto! Tudo misturado!

Já vimos que temos bons enredos para o Rio, agora precisamos evoluir. Se, durante todo ano e com atenção especial para as próximas eleições, seguirmos o exemplo das nossas escolas e nos juntarmos para denunciar as injustiças e combater as desigualdades, tenho certeza de uma coisa: isso vai dar samba!

[1] Doutor em Políticas Públicas e Formação Humana pela UERJ. 

[2] Na minha modesta opinião, enquanto existir carnaval, o carnavalesco Joãosinho Trinta será o maior de todos.

[3] Herbert José de Sousa (ou Betinho), dentre tantas coisas que podemos falar dele, foi o criador da Ação da Cidadania e do Ibase, onde tive a honra de trabalhar por 6 anos. Ele é o exemplo de que pessoas que contraíram o vírus HIV não são párias ou despesas para nossa sociedade. São seres humanos que merecem amor e respeito e que podem colaborar para construção de um país mais justo e menos desigual.

[4] Marielle Francisco da Silva, conhecida como Marielle Franco, nasceu em 27 de julho de 1979. Elegeu-se Vereadora para a legislatura 2017-2020 pelo PSOL (Partido Socialismo e Liberdade), durante a eleição municipal de 2016, com a quinta maior votação. Marielle era uma árdua defensora dos direitos humanos, criticava a intervenção federal no Rio de Janeiro e a Polícia Militar. Em 14 de março de 2018, foi assassinada a tiros junto de seu motorista, Anderson Pedro Mathias Gomes, no Estácio, Região Central do Rio de Janeiro.

[5] Salgueiro, Mangueira, Portela, Beija-Flor, União da Ilha, São Clemente, Grande Rio, Mocidade Independente e Unidos da Tijuca. É importante dizer que a São Clemente é uma escola que tem em sua tradição grandes enredos sobre movimentos sociais e, nesse ano, o enredo realizará um resgate de toda sua história. 

[6] Nas eleições de 2014, o Estado do Rio já dava sinais de que iria pegar o “caminho” à direita. Mostra disso foi a queda de eleitores do PT no Estado. Em 2010, Dilma obteve 60% dos votos contra 39% de José Serra. Já em 2014, pouco mais de um ano após o início dos protestos, Dilma obteve 54,94% de votos contra 45,06% de Aécio Neves. https://especiais.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2018/resultados/relembre-2014-votacao-presidente-municipios/. Acesso em 12 de fevereiro de 2020.

[7] Os partidos de esquerda que elegeram veradores/as, em 2016, foram: PSOL (6); PDT(2) e PT(2). 

[8] Disponível em http://www.alerj.rj.gov.br/Deputados/QuemSao. Acesso em 12 de fevereiro de 2020.

[9] Os partidos de esquerda que elegeram deputados/as foram: PSOL (4); PDT(2); PT(1) e PCdoB (1) e PSB(2). 

[10] Disponível em https://especiais.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2018/resultados/candidatos-eleitos-no-rj/. Acesso em 13 de fevereiro de 2020.

[11] Para o dissabor do parlamentar, a Mangueira (sua escola do coração) homenageou Marielle, no samba enredo de 2019.

[12] Disponível em https://especiais.gazetadopovo.com.br/eleicoes/2018/resultados/candidatos-eleitos-no-rj/. Acesso em 13 de fevereiro de 2020.

[13] Necropolítica é um conceito desenvolvido pelo filósofo negro, historiador, teórico político e professor universitário camaronense Achille Mbembe que, em 2003, escreveu um ensaio questionando os limites da soberania quando o Estado escolhe quem deve viver e quem deve morrer. O ensaio virou livro e chegou ao Brasil em 2018, publicado pela editora N-1. Para Mbembe, quando se nega a humanidade do outro qualquer violência torna-se possível, de agressões até morte.

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