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Fernando Lavieri

Jornalista, com passagens pela IstoÉ e revista Caros Amigos

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O futuro da Rússia

A esmagadora vitória eleitoral de Vladimir Putin, no domingo 17, era o que faltava para que o seu país se torne a principal nação na arena geopolítica

Putin na Semana Energética Russa, Moscou, Rússia 11/10/23 (Foto: Sputnik via Reuters)
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A enorme vitória de Vladimir Putin nas eleições presidenciais de domingo mostrou muito mais que somente o fato de a população russa valorizar os seus êxitos políticos internos e externos mais recentes. Oferece aos observadores internacionais os caminhos que a Rússia poderá seguir. Pensando em termos de médio e longo prazo, vamos às questões que saltam aos olhos.  

Em caso de escalada da batalha na Ucrânia, a Rússia demonstrará ao mundo o seu poderio bélico. É bom que fique patente que o presidente Putin não blefou em suas declarações. Um ataque russo à Europa e aos Estados Unidos seria algo brutal, simétrico, rápido e indefensável. Para além de inovar nos armamentos, o conflito proporcionou aos combatentes russos farta experiência no campo de batalha. Tal expertise é essencial para conter o avanço da Otan, por exemplo, na fronteira com a Finlândia. Por enquanto, a atenção se volta para o logro ocidental. A majoração da guerra é hipótese apocalíptica, mas ela tem de ser considerada . 

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Agora, para a Rússia, é fundamental que o teatro de operações, na Ucrânia, se mantenha como está, ou seja, sob controle russo. Nesse caso, rapidamente Putin alçará voos em outro patamar para o seu país.

Em aspectos econômicos, a Rússia está em ótimo momento de crescimento. E a tendência é de alta. Putin, percebeu que a Europa não é confiável, não cumpre contratos que desagradam os EUA. Em outras palavras, os acordos comerciais russos serão voltados para o Oriente Médio, especialmente ao Irã e a Síria, ao continente africano, a Coreia do Norte e China. A parceria ilimitada entre a Rússia e a China é sem precedentes e fará ambas as nações elevarem significativamente os seus mercados. O detalhe é o seguinte: diferente da China, Putin não terá acesso à totalidade de mercados globais e, como suas ações estão permanentemente no radar de Washington, ele percebeu que é necessário acelerar as parcerias econômicas com países não ocidentais. Putin vai aproveitar o fato de a Rússia presidir o Brics para avançar nessa questão. 

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E, por qual motivo a Rússia, nesse contexto, se tornará a principal nação na arena geopolítica? Para além dos enfoques econômicos e políticos, a parte cultural foi ressignificada. Putin atingiu o âmago da população ao restaurar a grandiosidade da Rússia, após o colapso da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS); coisa que o Ocidente, especialmente os EUA, não contavam. O aspecto da fé religiosa também foi revigorado, a força militar russa, historicamente exaltada pela população, com Putin, voltou a ser motivo de orgulho. Ainda, dentro da visão cultural, sentimental russa, o povo vislumbra o país como a Grande Mãe Rússia, nação capaz de acolher os seus filhos, como aconteceu com regiões rusófonas que foram integradas a federação russa após a investida com a Operação Especial. O presidente Vladimir Putin, por essa óptica, é considerado o atual pai da nação. E, essa união em torno de sua liderança, alçará o país a esse status.

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