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Leonardo A Nunes Soares Filho

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O Imperador, o bobo e a corte

Podemos observar os EUA e seus vassalos do OTANistão mantendo e aumentando a aposta na Ucrânia como ponta de lança para a derrocada russa

(Foto: Reprodução)
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Bombardeios pesados foram realizados pela Rússia em dezembro e, ao que tudo indica, continuarão durante o início de 2023. Sobre o ataque do último dia 16, a Ucrânia alega ter um índice de interceptação de 79%, apesar de ⅓ do país estar em semi-permanente falta de energia e todo o país sofrer com racionamento, como aponta o (sempre OTANista) jornal “Extra”. 

Apesar do altíssimo índice de interceptação ucraniano, os EUA planejam enviar para Kiev mais um pacote de $1.85 bilhões em ajuda militar, o que inclui uma bateria de mísseis antiaéreos “patriot”, a primeira desta classe a ser enviada ao teatro de guerra ucraniano. Além disso, o congresso estadunidense planejou votar um pacote de gastos que inclui cerca de US$ 45 bilhões em assistência emergencial à Ucrânia. No entanto, tal ajuda não parece ser suficiente: 

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“Enquanto os rumores de uma transferência do Patriot se espalhavam no final da semana passada [segunda semana de dezembro], os analistas de defesa disseram ao Breaking Defense que, embora o sistema pudesse fornecer aos militares ucranianos um salto à frente na capacidade de defesa aérea, eles não tinham certeza do impacto que uma bateria causaria no campo de batalha, além da defesa de uma única área chave.
‘Este é um gesto político de apoio’, disse na ocasião Tom Karako, um especialista em defesa de mísseis do CSIS. ‘O que estamos enviando, que acredito ser uma bateria, não vai proteger as cidades ucranianas, no plural. Vai proteger um ponto em algum lugar’ [...] ‘A área defendida do que estamos enviando vai ser bastante limitada’.”

Por que agora?

O pronunciamento perante o legislativo estadunidense tem um motivo muito claro: os democratas sabem que o apoio à Ucrânia, como o primeiro capítulo da escalada contra o mundo multipolar em gestação, sofre oposição até mesmo no seio do império. Doravante, a ajuda de Washington tende a perder força com a renovação do legislativo, que apresentará uma maioria republicana na câmara dos deputados e uma minoria larga no senado, sendo 51 senadores democratas e 49 republicanos. Essa configuração explica o motivo de Zelensky — o bobo da corte no reino do OTANistão — realizar uma viagem tão distante e em um momento tão agudo da guerra. 

Os conselheiros de Biden, o imperador senil, sabem que o apoio bipartidário à guerra é condição sine qua non para continuar o envio de dólares e equipamentos militares para Zelensky, já que o partido democrata tornou-se minoritário no congresso nacional e conta com uma maioria estreita no senado. Nesse sentido, a sinalização de que os republicanos  estariam “menos dispostos a seguir a política de ‘assinar cheques em branco’ para a Ucrânia" significa que a fonte de apoio (virtualmente) ilimitado, vindo dos EUA, pode secar ainda no início de 2023. Com um inimigo mais vulnerável, o avanço russo se aproxima. Moscou já prepara uma ofensiva no início do ano, como apontou Valery Zaluzhny, Comandante-em-Chefe das Forças Armadas da Ucrânia, no início de dezembro.

O General afirma:

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“A segunda tarefa estratégica muito importante para nós é criar reservas e nos prepararmos para a guerra, que pode acontecer em fevereiro, na melhor das hipóteses em março, e na pior das hipóteses no final de janeiro. Pode começar não em Donbas, mas na direção de Kiev, na direção de Belarus, eu não excluo a direção sul também. [...] Estimamos que [os russos] tenham uma reserva de 1,2 m-1,5 m de homens. Os russos estão preparando cerca de 200.000 novos soldados. Não tenho dúvidas de que eles terão outra oportunidade em Kiev.”

Pressionado sobre como a Ucrânia tentaria pôr um fim ao conflito, Zelensky rejeitou o enquadramento de Biden de uma “paz justa”, dizendo: “Para mim, como presidente, 'paz justa' não é um compromisso”. Ele disse que a guerra terminaria quando a soberania, a liberdade e a integridade territorial da Ucrânia fossem restauradas, assim como a “compensação por todos os danos infligidos pela agressão russa”. “Não pode haver 'paz justa' na guerra que nos foi imposta”, acrescentou o bobo da corte quando esteve no congresso estadunidense, que contribuiu aplaudindo a apresentação e soltando gargalhadas ao ouvir o stand up de Zelensky.

Apesar de sua inflexibilidade, um vídeo divulgado pelo gabinete presidencial após sua visita a Bakhmut, Zelensky recebeu uma bandeira ucraniana assinada por soldados do front e aludiu à sua entrega aos líderes Norte-americanos. "Somos gratos pelo apoio deles, mas não é suficiente", disse ele. "É uma dica: não é o suficiente". Mas o que é real, a Ucrânia nunca se renderá e esmagará o inimigo, ou o apoio não é suficiente? A Rússia está com soldados de baixa qualidade técnica, pouco equipamento e munições, ou o apoio conjunto de toda a OTAN não será suficiente? Ambos, ao mesmo tempo, não podem ser verdade.

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Tendências para o início de 2023

O desenho da guerra é claro, o efetivo russo no conflito mais que dobrará no próximo ano, saindo de 150 mil, para 300 mil homens no mínimo. Ao mesmo tempo, podemos observar os EUA e seus vassalos do OTANistão mantendo e aumentando a aposta na Ucrânia como ponta de lança para a derrocada russa. Definitivamente, como bem aponta Zelensky e seu Comandante-em-chefe, o apoio oferecido até agora não será o suficiente para vencer a guerra, em especial porque tal apoio não se expressa com tropas da OTAN no front. Vencer um monstro militar, como a Rússia, em uma guerra total, só é possível com a participação direta da OTAN, o que ainda não ocorreu, nem tende a ocorrer por conta da capacidade dissuasória nuclear russa.

Sendo assim, podemos enxergar uma Rússia que se projeta para expandir a operação militar especial em uma guerra aberta, ampliando seu efetivo para avançar até Kiev. Agora, com tropas o suficiente para ocupar todo o Leste ucraniano. Essa guerra aberta está para ocorrer no início de 2023, entre o final de janeiro e março, quando os novos soldados estarão bem treinados e equipados.

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