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Igor Corrêa Pereira

Igor Corrêa Pereira é técnico em assuntos educacionais e mestrando em educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Membro da direção estadual da CTB do Rio Grande do Sul.

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O lado certo na briga

Tem uma briga no Palácio do Planalto ignorada pela oposição. A contradição entre o neoliberalismo de Paulo Guedes e a necessidade de manter o auxílio emergencial para preservar apoio popular de Bolsonaro

Modelo para previdência do Bolsonaro e Guedes assalta o trabalhador e rouba o Estado — E o ladrão é o Lula (Foto: Sérgio Moraes - Reuters)
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Tem uma briga no Palácio do Planalto ignorada pela oposição. A contradição entre o neoliberalismo de Paulo Guedes e a necessidade de manter o auxílio emergencial para preservar apoio popular de Bolsonaro. Nesse conflito, o lado nosso deve ser claro pela conquista que foi articulada no Congresso Nacional pela oposição. Por que o silêncio? 

Paulo Guedes tentou anunciar essa semana o programa Renda Brasil com R$247 para cada família, 47 reais a mais do que a proposta inicial do governo para o auxílio emergencial, que foi derrotada pelo Congresso. Insatisfeito com valor, Bolsonaro segura anúncio do Programa. Ele sabe que precisa mais. Atualmente, um em cada três apoiadores do governo são beneficiados. 

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Contudo, o valor praticado de 600 reais é uma afronta ao mercado financeiro. Consegue unir Globo, Paulo Guedes e Rodrigo Maia. A acusação a Dilma usada para sua derrubada foi pedalada fiscal. Guedes já ameaçou publicamente e nas entrelinhas deu o recado: se Bolsonaro tentar infringir a regra de ouro, será apeado. Para bom entendedor, meia palavra basta.

Miriam Leitão, porta-voz do mercado financeiro, já deu o tom com as palavrinhas mágicas. Chamou o governo de populista e comparou a Venezuela por querer continuar com auxílio emergencial. Evidente que existe uma contradição entre a ala militar, que essencialmente é estatal, com a doutrina do enxugamento da máquina pública da qual Paulo Guedes é fiador.

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Parece que a leitura dessa briga por parte da oposição é de que se Bolsonaro consegue aprovar a manutenção do auxílio, se reelege, portanto valeria a pena se calar. Nada pode ser mais equivocado por dois motivos. O primeiro é o lado na luta de classes. Entre as famílias beneficiadas e o rentismo, a esquerda não pode vacilar para apoiar essas famílias. Não pode querer o sofrimento delas para com isso conquistar seu apoio. É uma lógica perversa e burra.

Segundo, Bolsonaro não tem condições de enfrentar Paulo Guedes. É seu refém, pois sabe que por trás do ministro está o verdadeiro poder. Em torno de Guedes pela manutenção da regra de ouro do "equilíbrio fiscal" se unem interesses poderosos demais para que prevaleça as pretensões do capitão. Por isso tudo, nossa bandeira deve ser a manutenção dos 600 reais. Esse é o centro da luta de classes no Brasil de agosto de 2020. Enfrentar o rentismo, os neoliberais, estar do lado da base da pirâmide, organizar essa força capaz de grandes mudanças, caso se convença de seu poder. Essa é uma posição capaz de abrir caminhos entre as trevas.

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