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Arthur Virgílio Neto

Diplomata, foi deputado federal, senador, líder por duas vezes do governo Fernando Henrique Cardoso, ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, líder das oposições no Senado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e três vezes prefeito da capital da Amazônia - Manaus.

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O que está faltando para encararmos o desenvolvimento sustentável?

(Foto: REUTERS/Adriano Machado)
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Nos últimos meses tenho feito uma viagem de volta ao interior do meu Estado, coisa que não fiz nos oito anos em que estive como prefeito de Manaus, não por falta de vontade, mas por falta de oportunidade. Nessas passagens que tenho feito ao interior, tenho me deparado com a imensa alegria, receptividade e calor da população, sempre pronta a abraçar e a emprestar seu carinho. Foi assim em todos os municípios em que estive. 

Por outro lado, também vi muita falta de perspectiva. Por onde andei ouvi sempre as mesmas queixas: falta emprego, faltam atividades que proporcionem renda e ocupação para as milhares de famílias e, por muitas vezes, vi a fome que assola nossos municípios. Não é uma situação exclusiva do Amazonas. Dados oficiais apontam que 25% da população brasileira vive em situação de pobreza ou extrema pobreza, o que representa algo em torno de 52,7 milhões de pessoas.

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Mas, no Amazonas, tudo é mais grave, dada a complexidade da região, o distanciamento geográfico dos grandes centros e falta de políticas integradas e de uso sustentável de seus recursos. Aqui, o risco social e a pobreza extrema atingem mais de 50% da população, ou seja, mais de 2 milhões de pessoas vivem com renda entre R$ 145 e R$ 453. E olha que estamos na região com o maior percentual de floresta nativa preservada, apesar dos ataques a que é submetida, sistematicamente. 

Meu questionamento é: o que está faltando para nos dedicarmos de vez ao desenvolvimento sustentável como solução para o Amazonas?

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É imprescindível trabalharmos para restabelecer as bases de uma economia forte, tanto para o Brasil como para o Amazonas. Precisamos ter foco nas ações de infraestrutura de curto, médio e longo prazos e nos voltarmos para o desenvolvimento sustentável e o investimento em novas tecnologias.

Insisto que o aproveitamento dos recursos naturais da floresta amazônica, de forma sustentável, é a saída para o Amazonas e, especialmente, para o interior do Estado. Precisamos gerar oportunidades de negócios e empregos neste que é o setor mais promissor da economia contemporânea e do futuro, a bioeconomia, com movimento de R$ 2 trilhões de euros no mercado mundial. 

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São amplas as oportunidades de negócios, garantindo desenvolvimento regional com redução de desigualdades de renda e de oportunidades no interior do Amazonas. É urgente, urgentíssimo que o Centro de Biotecnologia da Amazônia assuma protagonismo como agente promotor de P&D em inovação e sustentabilidade; a expansão da Embrapa para o desenvolvimento de pesquisas de bioeconomia e biotecnologia; criar “cluster” de pesquisa, tecnologia e desenvolvimento sustentável envolvendo todos os órgãos científicos, de pesquisa de campo e universidades afins; fortalecer as cadeias produtivas que usam os recursos naturais sem degradar o meio ambiente.

Temos a oportunidade de dar um salto de qualidade para a vida dos amazonenses, não podemos desperdiçá-la e entregar o ouro nas mãos de exploradores e depredadores ou até mesmo, de países que podem usar a nossa falta de habilidade na gestão inteligente e sustentável de nossos recursos e no cumprimento de acordos para o equilíbrio do planeta, para adornar-se da nossa floresta amazônica. 

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