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Claudio Corbo

Professor, geógrafo e mestre em Ciência Política.

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Polarize, já!

A burguesia e a imprensa sempre foram golpistas contra qualquer governo que seja contra privatizações e que defenda direitos básicos da população

Milhares na Esplanada dos Ministérios contra Bolsonaro em 2 de outubro de 2021 (Foto: Reprodução)
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Claudio Corbo, DCO

O tema do presente texto traz à tona a necessidade urgente de Lula e de todos os seus apoiadores fazerem um enfrentamento radical contra a burguesia e seus patrões, que vão fazer de tudo para impedir o ex-presidente de voltar ao poder em 2022. Esta primeira parte do artigo fará um resgate do golpe de 2016 contra a Presidente Dilma Rousseff e contra todo o povo brasileiro.

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Historicamente a questão da corrupção vem à tona no país como desculpa para derrubar qualquer governo que faça políticas no mínimo reformistas em prol da maioria da população. Foi assim com Getúlio, João Goulart, Lula e Dilma.

O que ocorre até o momento, 2021, é uma singularização da corrupção em torno de um partido político, ou seja, se define de forma oportunista o que é, e o que não é corrupção. A política no mundo neoliberal é por si só corrupta, pois é uma política comprada com o financiamento privado de campanhas causando a confusão dinheiro e poder.

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Nesse modelo a burguesia nacional opera com simplicidade comprando os políticos que depois de eleitos defendem os interesses de seus financiadores. Além disso a imprensa burguesa tem pleno poder para escolher os assuntos que são pauta do dia ou não.

O golpe de 2016 já havia sido ensaiado em 2005 na ação penal 470, conhecido como “mensalão”. Mas em 2005 não ocorreram manifestações expressivas da população que dessem uma ideia de descontentamento “popular” com o governo federal. Isso ocorre em junho de 2013 com as manifestações que marcam o ponto de mudança nas altas taxas de aprovação dos governos petistas.

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Existe uma linha clara de continuidade entre as glorificadas e midiaticamente manipuladas manifestações de junho de 2013, que alguns partidos míopes ditos de esquerda consideram um movimento revolucionário, as jornadas de junho, e o golpe de 2016.

A mídia usou essas manifestações para começar o golpe, federalizando os problemas, praticando diariamente violência ataques contra a Presidente Dilma que 2 meses após essas manifestações tem queda de 35% na sua popularidade, também deve-se desconfiar dessas pesquisas porque os institutos também são instrumentos da burguesia.

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Na época o Movimento Passe Livre (MPL) lutava contra o aumento nas tarifas de ônibus, eram estudantes de classe média, mas também da classe trabalhadora de São Paulo que começavam a manifestar um descontentamento que ia além do aumento das passagens. Pois, muitos dos jovens da classe trabalhadora, que faziam parte do movimento, tinham acesso à universidade, mas não tinham acesso a empregos.

Um fenômeno semelhante aconteceu com os jovens na Europa depois da segunda guerra mundial como aumento do acesso à educação na escola e na universidade.

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Nesse movimento parece-nos que Dilma perdeu as rédeas do processo em curso e por vezes acreditou na pseudoimparcialidade da operação Lava Jato.

Inicialmente a globo narrava os protestos de 2013, usando o termo vandalismo em referência aos atos, o que mudou 5 dias depois quando a mesma rede globo começou a chamar os protestos de pacíficos tendo a bandeira do Brasil como símbolo.

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Nesse momento as manifestações eram consideradas “expressões democráticas”. Começou-se a enfatizar bandeiras específicas, como os protestos contra os gastos da copa do mundo e abstratamente contra a corrupção. Esses pontos começam a tornar o debate federal.

Alguns dias depois esse mesmo jornal disse que “a globo pretende dar voz aos manifestantes”. Surgiu, então, a luta antipolítica e antipartidária. A inflação, corrupção e o custo de vida se tornaram as bandeiras que substituíram a questão da passagem de ônibus.

O projeto político que no governo federal que mais investiu em educação, saúde, moradia, combate à desigualdade, estava sendo desmoralizado. A mídia golpista confundia com facilidade a cabeça de parte da população sobre as atribuições de Município, Estado e União. Assim se inicia o golpe de Estado, consumado em 2016.

Em 2015 há uma criminalização quase exclusiva de lideranças do Partido dos Trabalhadores.

O golpe de Estado em curso se deu pela conspiração da imprensa servil ao dinheiro com os interesses corporativos do setor jurídico no comando da operação Lava Jato. É nesse momento que surge a figura do ex-juiz Sérgio Moro, representando o combate “objetivo” a corrupção que era abstrato nas “jornadas de junho”.

Em grande medida essa articulação acontece porque as forças reacionárias sabem que em um país onde poucos tem privilégios historicamente, um partido popular de esquerda minimamente organizado que promova minimamente o acesso a direitos básicos, negados, se perpetuaria no poder por muito tempo.

Agora a mídia e a classe exploradora arranjaram alguém dentro do Estado para dar uma legitimidade moral ao seu discurso de “éticos” para a população que por ter a maior parte de seu tempo roubada por longas jornadas de trabalho não consegue acessar meios que questionem com uma velocidade instantânea o discurso dos grandes meios de comunicação. A burguesia estimula e a mídia naturaliza uma grosseira oposição entre Estado corrupto e mercado virtuoso.

Como um golpe jurídico contra a presidenta Dilma Rousseff era impossível, devido a sua integridade e por vezes ingenuidade política, aparece o “golpe parlamentar”, com a impressão de grande apoio popular causado pela burguesia e por uma mídia que sempre foi golpista contra qualquer governo que seja contra privatizações e que defenda direitos básicos da população.

O golpe de Estado de 2016 teve no judiciário uma politização essencial personalizada na figura de Moro.

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