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Marina Utsch

Jornalista e permacultora. Co-fundadora do projeto Guia de Permacultura e do espaço LARboratorio, práticas de regeneração e tecnologias sociais como soluções para os desafios do esgotamento global dos recursos naturais. Bolsista da Soil Food Web School.

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Por que a ciência ainda fala em matar a doença quando cultivar a vida seria mais eficiente em nos livrar dos males?

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Conclusões novas estão chegando enquanto vasculho por conhecimento científico em microbiologia e atrevo-me a organizá-lo em palavras. Somos feitos de bactérias aeróbias e anaeróbias facultativas. As anaeróbias estritas aparecem mais em solos compactados e intestinos mortos, mas também em biodigestores, causando a liberação de gases combustíveis como o metano.

As aeróbias excretam gás carbônico. É muito difícil observar as aeróbias se você usa o método de investigação errado. Se você tenta reproduzi-las numa placa de cultura oferecendo açúcares a elas, elas podem se multiplicar tão rapidamente que morrem por falta de oxigênio ou aumento da temperatura.

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Num microscópio de campo claro, dificilmente você irá vê-las porque se confundem com a água. Para se ter uma ideia da importância delas, a cientista Elaine Ingham, referência nesta coluna, relata a seguinte história:

Um negócio de cria de ostras ia mal porque as ostras não cresciam e não se sabia por que. Ao coletar amostras de tecido das ostras debilitadas e comparar aos de ostras saudáveis, multiplicando as bactérias encontradas em placas de cultura, não houve nenhuma diferença. Porém ao comparar as amostras em microscopia de campo escuro, as ostras saudáveis apresentavam em seus tecidos bactérias aeróbias, como a Cristispira, o que não acontecia com as ostras subdesenvolvidas da criação comercial.

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Acontece que essas bactérias só crescem em ambientes extremamente despoluídos, sem resíduos petroquímicos, e níveis adequados de oxigênio. Nas águas que recebem esgotos ou tratamento, e na maior parte das águas que chegam às torneiras dos brasileiros, segundo levantamento recente da Repórter Brasil, existem xenobióticos derivados da adição de cloro, flúor, ou metais como alumínio. O oxigênio é consumido pela decomposição biológica e química. Os metais e poluentes orgânicos persistentes podem se acumular nas gorduras animais, causando doenças.

O criatório de ostras encontrava-se abaixo (a jusante) de uma cidade e as águas utilizadas apresentavam contaminações do esgoto e do tratamento. Foi preciso desativar o negócio. Não seria possível criar ostras com sucesso com tal qualidade de água.

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Da mesma maneira, segundo a Soil Food Web School, de Elaine Ingham, vegetais que tem uma concentração alta em bactérias aeróbias recobrindo suas folhas e raízes, tem maior resistência contra patógenos, como bactérias e fungos causadores de doenças ou nematóides do tipo comedores de raízes. Isso está comprovado em campo pelas inúmeras fazendas que adotam o método de compostagem aeróbia de Elaine e chegam a triplicar sua produtividade.

experimento
No experimento relatado, as ostras com bom crescimento e aptas à comercialização, apresentavam esse tipo de bactéria, a Cristispira, na composição dos tecidos do sistema digestivo

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