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Tereza Cruvinel

Colunista/comentarista do Brasil247, fundadora e ex-presidente da EBC/TV Brasil, ex-colunista de O Globo, JB, Correio Braziliense, RedeTV e outros veículos.

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Reginaldo Lopes: receita de campanha sem gastança

Candidatos de partidos de esquerda começam a planejar o que o ex-presidente Lula definiu, no lançamento da candidatura da deputada Jandira Feghali (PCdoB) a prefeita do Rio, como oportunidade para “uma nova experiência política”. O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), pré-candidato do PT à prefeitura de Belo Horizonte, está apresentando ao partido um roteiro de como faria sua campanha: só com os recursos do fundo partidário e as doações legais de pessoas físicas, como agora prevê a legislação

Candidatos de partidos de esquerda começam a planejar o que o ex-presidente Lula definiu, no lançamento da candidatura da deputada Jandira Feghali (PCdoB) a prefeita do Rio, como oportunidade para “uma nova experiência política”. O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), pré-candidato do PT à prefeitura de Belo Horizonte, está apresentando ao partido um roteiro de como faria sua campanha: só com os recursos do fundo partidário e as doações legais de pessoas físicas, como agora prevê a legislação (Foto: Tereza Cruvinel)
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A campanha eleitoral municipal começa dentro de poucas semanas e pela primeira vez serão proibidas as doações de empresas. O STF proibiu a prática que a Lava Jato escancarou como raiz mestra da corrupção. Candidatos dos partidos de esquerda começam a planejar o que o ex-presidente Lula definiu, no lançamento da candidatura da deputada Jandira Feghali (PC do B) a prefeita do Rio, como oportunidade para “uma nova experiência política”. A própria Jandira já contratou para fazer sua campanha eletrônica, em vez de um marqueteiro, a Mídia Ninja. O deputado Reginaldo Lopes (PT-MG), pré-candidato do PT à prefeitura de Belo Horizonte, está apresentando ao partido um roteiro de como faria sua campanha: só com os recursos do fundo partidário e as doações legais de pessoas físicas, como agora prevê a legislação. Para isso, abolirá os costumes que que levam à gastança eleitoral: marqueteiro, pesquisas exclusivas, rede de comitês, papelório, carros de som e cabos eleitorais remunerados.

 - Temos que romper o modelo eleitoral brasileiro atual, que está está falido e é injusto. Na democracia, deve haver igualdade de condições na disputa. Com o financiamento empresarial, quem arrecada gasta mais e tem mais chances de vitória. As práticas de campanha levam a uma desigualdade do processo eleitoral. Vamos fazer uma campanha completamente diferente. O PT errou, não devia ter entrado no jogo, embora as regras fossem legais e o partido sempre tivesse sido um crítico delas e um defensor do financiamento público de campanhas. Vamos começar a mudar nesta eleição municipal.

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Para começar, sua campanha não teria a figura do marqueteiro, que nos últimos anos passou a ditar o discurso e a dinâmica das campanhas, modelo a que o PT acabou aderindo e pagando caro por isso. “O marketing não pode se sobrepor à política", diz Reginaldo, recordando que a própria campanha da presidente Dilma Rousseff à reeleição não seguiu as orientações do PT e sim as do marqueteiro João Santana. "Isso foi muito danoso”, diz ele.

As inserções no horário eleitoral serão produções simples, que não farão uso de efeitos especiais e não recorrerão a artistas e apresentadores famosos, que cobram cachês altíssimos pela participação. Os grandes protagonistas serão os militantes, além do candidato a prefeito e a vice, é claro. Se um artista ou personalidade quiser declarar apoio, será bem vindo, mas na condição de cidadão.

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Reginaldo já estabeleceu também que, se for candidato, sua campanha não fará uso de material físico, abolindo aquelas toneladas de material gráfico que sujam as cidades, nem fará uso dos carros de som que produzem um ruído insuportável e irritante para os eleitores. Ele pretende também dar mais ênfase à Internet e às redes sociais em detrimento dos comitês físicos, que encarecem as campanhas. Pretende fazer debates realmente democráticos pela Internet, em que o eleitor terá direito a perguntar o que quiser, com direito a réplica se não ficar satisfeito com a resposta do candidato. 

Sua campanha também não contratará pesquisas, nem quantitativas nem qualitativas, para uso interno exclusivo. “A melhor pesquisa é a de rua, no contato com o eleitor,e a da própria votação”, diz Reginaldo. Em vez de cabos eleitorais remunerados para segurar bandeiras e distribuir santinhos, pretende valer-se apenas dos militantes e dos apiadores espontâneos. “O apoio tem que traduzir uma convicção política, uma avaliação das qualidades do candidato. Não pode ser uma relação mercantilista, como acabou prevalecendo nos últimos anos”.

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A proibição das doações eleitorais pelo STF será testada na eleição deste ano. Os grandes partidos não têm falado sobre as alternativas que adotarão mas é certo que levarão vantagem aqueles que tiverem militância. De duas uma. Ou ainda não encontraram resposta para a nova situação, ou pretendem continuar recebendo doações de empresas por debaixo do pano, o que será crime se for descoberto. 

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