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Chico Junior

Jornalista, escritor e comunicador

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Sobra alimentos no Brasil. Mas há fome, sim senhor

Segundo o IBGE, 54,8 milhões de brasileiros estão abaixo da linha da pobreza (dados de 2017). Essas pessoas, por razões óbvias, podem não estar passando fome, mas certamente estão se alimentando muito mal

(Foto: Reprodução)
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É impressionante a capacidade de Jair Bolsonaro de falar asneiras, bobagens. A cada dia ele se supera. Na última sexta-feira (19), entre as várias declarações estapafúrdias  em um dia repleto de asneiras, ele disse que não existe fome no Brasil. Há sim, no Brasil e nos demais países do chamado Terceiro Mundo. Dados da ONU, IBGE e Ipea, publicados na edição deste (20) sábado no Globo mostram que “a desnutrição alcançou até 5,2 milhões de brasileiros entre 2025 e 2017”. A situação já foi pior, é claro, mas o programa Bolsa Família lançado pelo governo Lula amenizou o problema, considerando que no triênio 2000-2002 18,8 milhões sofriam com a fome”.

Segundo o IBGE, 54,8 milhões de brasileiros estão abaixo da linha da pobreza (dados de 2017). Essas pessoas, por razões óbvias, podem não estar passando fome, mas certamente estão se alimentando muito mal.

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Isso tudo nos remete a uma outra questão: como é que pode o país que é um dos maiores produtores de alimentos do mundo conviver com a fome de milhões de seus cidadãos?

O Brasil, bem como o mundo todo, produz comida suficiente para alimentar toda a sua população. Então por que muita gente passa fome?. Simples: essas pessoas, por diversas razões, não têm acesso à comida. Duas dessas razões são a falta de políticas públicas que objetivem fazer com que o alimento cheguem aos mais carentes e a ação das multinacionais produtoras de alimentos.

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Não existe falta de alimentos no Brasil e nem no mundo; portanto, não deveria haver fome. O que existe é uma política perversa que não permite que populações do Terceiro  Mundo tenha acesso à comida. 

O historiador Henrique Carneiro, autor do livro “Comida e Sociedade – Uma história da alimentação”, publicado em 2003, citando Susan George em “O mercado da fome”, diz que o principal fator causador da fome no Terceiro Mundo é o controle do mercado mundial pelas grandes multinacionais (Cargill, Nestlé etc), cuja estratégia básica é ampliar seus lucros, manipulando as cotações internacionais de preços e opondo-se ao estabelecimento de estoques internacionais reguladores de preços em mãos de organismos estatais para assistência de populações famintas”.

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E continua: “A fome contemporânea não se limita à fome causada pelos cataclismas naturais que destroem colheitas. É na distribuição que se concentra o problema do abastecimento alimentar contemporâneo, dado que os índices de produção crescem avolumando uma quantidade nunca antes vista de estoques disponíveis nos países ricos”.

De 2003 até hoje, a situação não melhorou no mundo. Ao contrário.

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Resumindo: a tarefa do governo brasileiro é desenvolver um meio de fazer chegar comida aos que têm fome. E parar de falar bobagem.

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