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Ivan Guimarães

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Tanques da confusão

"As Forças Armadas bem que podiam contratar a fundação Dom Cabral para melhorar sua organização e reduzir custos"

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A polêmica sobre a aquisição de veículos de combate blindados (carros de combate), como tudo que diz respeito aos militares, é cercada por incompetência, má fé e uma dose excessiva de imaturidade.

As Forças Armadas não gostam de prestar contas do que fazem. Acham que podem comprar de leite condensado a tanques de guerra sem explicar os porquês. As FA são parte do serviço público e, como conduta, é obrigatório ser transparente, exceto nos assuntos classificados como sigilosos.

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O caso dos carros de combate ilustra isso. Às vésperas da troca de governo, o exército avisou a assinatura de um contrato para aquisição de 98 carros de combate, modelo centauro II, no valor de 5 bilhões. Foi o suficiente para que um FEBEAPA tivesse início. Dado que boa parte do atual governo é composta por militares da reserva, o debate nasceu da suspeita de que havia algo errado.

Bom, não sei se a licitação está 100% certa, mas não vi (na verdade ninguém viu) nada que pareça irregular.

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Forças Armadas existem para defender o País de qualquer ameaça. E desde que a guerra se tornou industrial, precisa de máquinas. Na guerra moderna, tanques são fundamentais. São peças de alta tecnologia - e a tecnologia de ponta custa caro –, para superar as ameaças conhecidas. O fornecedor é a Iveco, que vende para vários países suas máquinas de guerra. Já fornece outro blindado, menor, para o Brasil, o Guarani, que tem um contrato de fornecimento de 1500 unidades. O guarani serve para o transporte de soldados. Já o Centauro II serve para destruir tanques grandes, com muita blindagem. Ainda falta muita coisa para o Brasil atingir um número relevante de blindados modernos. Pelos sites de estudos militares devemos estarem 30º frota de blindados, nem todos em plenas condições de funcionamento. Alguns não conseguem nem dar um passeio na esplanada dos ministérios sem soltar fumaça preta.

Investir em armas pode parecer polêmico, mas é necessário. O submarino nuclear brasileiro vem sendo desenvolvido desde 1978, mas o projeto atual, de desenvolvimento do modelo Scorpene francês no Brasil, já consumiu 21 bilhões de reais. Já o programa de renovação da aviação de caça, com desenvolvimento da nova geração dos Gripen suecos, saiu até agora por 5.4 bilhões de dólares. E com certeza serão necessárias mais Gripen e também mais de outros modelos.

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Esses valores são expressivos, mas se referem a todo o período do contrato, o que dilui ao longo de anos. Em 2021 o investimento total da FA não chegou a 1 bilhão. Aproximadamente 80% do orçamento das FA é gasto com pessoal.

Enfim, não há nenhum escândalo na compra do Centauro II. Até porque, depois do desastrado anúncio o TCU leu a peça e descobriu que só dois carros de combate estão sendo efetivamente comprados, para teste. Os demais são promessas.

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Mas as FA bem que podiam contratar a fundação Dom Cabral para melhorar sua organização e reduzir custos. E como fazer a comunicação social. Quando lembramos da gestão do Gal. Pazuello na pandemia, dá um certo medo imaginar o País em guerra.

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