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Virgilio Almansur

Médico psiquiatra e psicanalista, músico e bacharel em direito, se dedica ao jornalismo e à ciência política

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Te liga, bico de luz

São acachapantes as ocorrências da semana passada que, lamentavelmente, apontam para novos golpes

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Tem muita gente de touca no Congresso e mais: há um ponta de lança no Senado…

   Surpreendi-me numa sessão do senado federal em que Contarato questionou o sereno juiz ladrão acerca das condenações em segunda instância. 

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   Acrescentou o representante do Espírito Santo, como alerta ao lavajatista, que ele se mostrara venal quando expôs Dilma, montara acordos para condenar Lula e que teria sido “condenado por suspeição”. 

   O marreco tirou de letra; fez-se de vítima dizendo que não estava ali para sofrer ataques pessoais e ainda devolveu ao nobre representante capixaba as patranhas do PT, enlameado sob denúncias que fizeram por um bom tempo tornar o STF defensor das condenações após 2a. instância e que somente em novo entendimento livrou a cara de Lula, que foi condenado no TRF-4 (uma unanimidade, impossível, ainda não respondida a contento…) e por cinco desembargadores do STJ que sustentaram o juizeco de 1º. piso, num provável “acordo” sem mérito, única e exclusivamente exigência formal. 

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   A marca recorrente ou as insinuações repetidas, tinham o condão de mostrar-se como vítima, uma estratégia levada a cabo de cabo a rabo numa exposição vitimizadora para sensibilizar os pares senadores e em especial o interlocutor um pouco mais ferino, Contarato, desafiado pelo vagabundo de Maringá. 

   Figuras como moro são esvaziadas de princípios. Todo e qualquer fascistóide é perigosíssimo e sua folha corrida há que ser revelada dia e noite. Quê seus pares distintos o fustiguem em toda e qualquer oportunidade nas sessões do Senado. O sujeito não pode ser poupado em nenhuma circunstância. Nenhuma!!!

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   Parlamento pede desenvoltura e tais ocorrências teriam normalidade implícita não fosse o ocorrido ligado às bandalheiras que a Vaza Jato revelou e à sentença obtusa do ex juiz, um cartapácio repleto de incoerências que jamais poderia ter sido sustentado em instâncias superiores. 

   Em recente entrevista, Janio de Freitas, após breve análise das possíveis armações, “esperadas e com mais aderentes”, saiu com esta: “— Só na Rússia de Putin moro seria senador…”

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   Não surpreende a blague… No entanto, aquele corpo não parece estranho aos 80 co-irmãos que integram a Câmara Alta. Deixá-lo solto e faceiro, com o mesmo discursinho de quando se escondia sob a toga, é dar de ombros à violência contida nos atos das ocorrências farsa-jatistas que se quer ressuscitar. 

   Todos somos sabedores de como essas situações vão se dando… Ninguém condenou as diatribes bolsonazísticas, vistas como asnices, durante o périplo daquele indigente que chegou onde chegou! 

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   Ninguém poderá negar o 17/04/16, um domingo, quando brilhante ustra foi servido de bandeja ao Congresso que votava o sim pelo impedimento de Dilma sob eduardo cunha. 

   Ali, autorizou-se a tortura, mais uma vez, como instrumento de trabalho banal — e que viria no bojo da política miúda com o uso e abuso das persecuções a Lula e à própria Dilma, nas horas de grampo ilegal (aliás… quê deferência haveria à presidenta, agredida como foi, por moleques congressistas e nas passeatas imundas da ralé arendtiana?), no desastre perpetrado pelo traidor de Tietê, um “pedófilo confesso” que enterrou o país. 

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   Mais, ainda, viria na banalidade como foi tratada a pandemia, nas imitações vergonhosas e nojentas de nossos irmãos sob agonia e sofrendo pela dispnéia imposta, último sopro das vítimas da Covid. 

   O país, assaltado, perdia desde 16 seu parque industrial. Quatro milhões de desempregados, agentes (dezesseis se revezando..) do FBI em Curitiba, acertos e conchavos que destruíram vidas e levaram ao atraso conquistas sociais. 

   Trinta e cinco advogados foram grampeados pelo juiz ladrão, uma sentença foi gerada, preparou-se o campo para as reinvestidas da milicada e todos vimos onde se chegou…

   Um presidente foi preso, humilhado, teve sua família investigada, um neto morto (e sob sequestro de um game-tablet arrancado pelo juiz ladrão) e irmão impedido de ser velado. 

   O ícone das barbáries continua flanando — e já conta com a presença de seu irmão siamês mentindo no dia da mentira que foi a nojenta mentira que se disse 31 de Março…

   Lula é ainda objeto de ódio! Ao defender pobres e sugerir vida dígna a uma massa amorfa, execrada pela medianidade de uma classe que não se reconhece, torna perigosa sua caminhada e, muito mais, quando essa massa, aquém das próprias frações da classe almejada, se irmana ao projeto neoliberal confundindo-se num protofascismo perigosíssimo, caldo para novas insurgências com Supremo e tudo…

   Todo regime democrático tem, às vezes, claro, medidas autoritárias no seu interior, no seu cotidiano. Pedro Serrano costuma referir-se a elas como disfunções. E são disfunções.     

   Acrescentaria algo que a psicopatologia me autoriza e, sob aprendizado do mestre Janio de Freitas que se mete na seara mental (provável influência do filho psiquiatra), observando políticos e magistrados em diversas manifestações, uma medida de exceção pode estar conectada a uma patologia, indecifrável de início, mas que carrega vício narcísico irrecuperável. 

   Não se tratando de medidas de exceção isoladas e sim de uma patologia, será na intensidade ampliada — muito maior do que seria admissível ou imaginável, sempre indesejado num sistema (democrático) de intensidade regular — que o bom observador acusará. 

   Na ótica do e sob o autoritarismo que se revela líquido, o mecanismo engendrado é mais evoluído e sempre estará sob camuflagem.    

   O elemento autoritário está mais além de um princípio prazeroso e é percebido como algo estável, numa constância de mínimos detalhes e sempre sob mínimo desgaste…

   Maquiavel falava, com muita propriedade, entre tantas outras, que há uma virtude que acompanha o político que visa o poder e consegue manter-se quase imóvel, haja vista ser essa  a perspectiva nobre ao alcançar o poder e nele permanecer o máximo de tempo possível. 

   Um sistema autoritário busca permanecer autoritário e consegue no engodo tal sucesso. No entanto, mais tempo de permanência, em tese, corroendo por dentro o sistema, voluntária ou involuntariamente, tem-se uma dinâmica que, apesar dessa correta percepção, sustenta-se nela uma incorreção: a perversão da pseudo virtude, envolta no componente de uma estrutura narcísica fcilmente manipulável e que carrega um legado como mentira patológica, um desejo compulsivo de mentir sobre assuntos importantes e triviais, independente da situação.

   Imaginemos uma figura sem nenhuma empatia e que busca ser encantador para aproximar-se de suas “vítimas”, impedindo-se à críticas e com nuances agressivas (escamoteadas e sublimadas) às contrariedades, vendo-se único mas com ímpetos de interesseiras atitudes que a conduta trai; some-se a arrogância latente, manifesta na crítica crônica ou na inveja e ciúme enquanto afetos primários que a convicção (julgamento, pois) indica sempre como auto-estima elevada e tão somente elevada quando se ataca a auto estima e confiança alheias num vicioso embate para confundir, mentindo inveteradamente, sempre posicionando-se como vítima na perspectiva perfeccionista da imutabilidade.

   Essa figura existe aos borbotões! Quando pega na suspeição, já não se pode tolerar! Ela carrega, inevitavelmente, a tirania sob verniz democrático e a fraude sempre será companheira, sintoma grave de uma mentira patológica. 

   São acachapantes as ocorrências da semana passada que, lamentavelmente, apontam para novos golpes, uma essência de nossa gente cuja identidade carece de decência. 

   Somos ou estamos indecentes?

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