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Coronavirus

Com veto à Sputnik, Pfizer poderá inundar mercado brasileiro e custará R$ 1 bilhão a mais aos cofres públicos

Após a Anvisa rejeitar a vacina russa Sputnik V, governo Bolsonaro pretende inundar o mercado brasileiro com a vacina da fabricante estadunidense da Pfizer, mais cara, mas com poder de imunização semelhante ao do imunizante russo

(Foto: Reuters | ABR)
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Por Laís Gouveia, para o 247 - Após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) rejeitar a vacina russa Sputnik, o governo de Jair Bolsonaro pretende inundar o mercado brasileiro com 100 milhões de doses da vacina da fabricante Pfizer, que possui poder de imunização semelhante ao do imunizante russo. Enquanto o imunizante estadunidense possui 95% de garantia de imunização contra a Covid-19, a Sputnik V garante a eficácia de 91,6%.

Brasil: um mercado valioso 

A vacina da Pfizer custará ao Brasil US$ 12 a unidade, preço 20% maior do que o negociado no primeiro contrato com a farmacêutica americana. Já a vacina Sputnik custa US$ 9,95. Se o governo brasileiro fizesse a aquisição de 100 milhões de doses do imunizante russo, economizaria aos cofres públicos mais de 200 milhões de dólares, no momento em que o país enfrenta um grave cenário de crise econômica e miséria.

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Convertendo este valor para o real, a soma ultrapassa 1 bilhão de reais

Anvisa: rejeição sem critérios técnicos 

A vacina Sputnik V foi a principal aposta dos governadores do Nordeste. No dia 17 de março,  o governador do Piauí, Wellington Dias (PT), que comanda o Fórum de Governadores do Nordeste, anunciou em vídeo que o grupo estava celebrando o contrato para adquirir 37 milhões de doses da vacina Sputnik V, mas a alegria pela aquisição do imunizante durou pouco tempo.

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A Anvisa rejeitou no dia 26 de abril a importação da vacina Sputnik V, enquanto explodem os casos da Covid-19 no Brasil. O argumento da agência é de que a vacina possui  “adenovírus replicante”, sem fazer análises clínicas para embasar tal teoria.

Após a decisão, em nota, a Sputnik classificou a ação como "política" e destacou que, ao contrário do que foi afirmado pelo órgão regulador brasileiro, a vacina russa contra a Covid-19 não possui qualquer adenovírus replicante em sua formulação. 

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A farmacêutica russa também estuda processar a Anvisa pela difamação mundial da vacina, que já atua na imunização em sessenta países e não possui casos de mortes ou graves rejeições, como no caso da vacina AstraZeneca, que forma, em condições raras, a criação de coágulos sanguíneos e chegou a  ser restringida em alguns países europeus. 

O Instituto Gamaleya, responsável pela fabricação da Sptunik também afirmou que o governo de Jair Bolsonaro foi pressionado por Trump e concordou em vetar o imunizante russo. 

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Aparelhamento do órgão

Apesar da Anvisa argumentar que seus pareceres são baseados em critérios técnicos, sua diretoria é composta também por bolsonaristas, que aparelham o órgão. 

Como revelou reportagem do jornal Folha de S.Paulo em outubro, a diretoria da Anvisa é liderada pelo militar Antonio Barra Torres e tem defensores da cloroquina dentre seus integrantes. 

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Antonio Barra Torres, presidente da Anvisa, é chegou a contra-almirante na Marinha, é bolsonarista convicto e amigo pessoal de Bolsonaro, participando das lives presidenciais das quintas e de manifestações de rua ao lado do amigo. 

Já a diretora Cristiane Rose Jourdan Gomes é constantemente vista em suas redes sociais fazendo postagens em defesa de Jair Bolsonaro e também da cloroquina, droga que não possui eficácia alguma no combate à Covid.

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