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Economia

Ibovespa cai mais de 4% com crise na economia brasileira e nova onda de Covid

Bolsa de Valores de São Paulo fecha em queda de 4,25%, volta aos 95 mil pontos e devolve quase toda a alta de outubro com crise no Brasil, que registra dívida pública elevada, e novos lockdowns na Europa

Ibovespa | Cena de São Paulo durante a pandemia de coronavírus (Foto: Reuters)
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247, com Infomoney - Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 4,25% nesta quarta-feira (28), a 95.368,76 pontos, com todos os 77 papéis de sua carteira em queda, ampliando as perdas na semana para 5,8%. O índice fechou com a maior queda diária percentual desde abril nesta quarta-feira, devolvendo boa parte dos ganhos em outubro.

No cenário, problemas internos na política e na economia, um dia depois de o Brasil ter registrado uma elevação na dívida pública brasileira, que tem alimentado a saída de investidores estrangeiros e o fraco crescimento econômico, e o governo ter anunciado um plano para colocar em tudo a privatização de setores básicos da saúde, como as UBSs (Unidade Básica de Saúde).

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No cenário internacional, um receio dos mercados de uma forte segunda onda do coronavírus, com o anúncio de França e Alemanha de decretar novo lockdown. Depois de a chanceler alemã, Angela Merkel, fazer acordo para um lockdown parcial de um mês no país, foi a vez do presidente francês, Emmanuel Macron, decretar lockdown em toda a França a partir da sexta-feira (30) até 1º de dezembro.

Países do bloco europeu já adquiriram mais de um bilhão de doses de vacinas que estão sendo desenvolvidas contra o coronavírus.

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Enquanto isso, mesmo sem medidas recessivas específicas, os temores em torno da economia americana também se avolumam. A média móvel de novas infecções pela Covid-19 nos EUA atingiu um recorde de 69.967, de acordo com dados compilados pela universidade Johns Hopkins. As internações por conta do doença cresceram 5% ou mais em 36 estados do país.

Ao mesmo tempo, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, admitiu que não haverá pacote de estímulos antes das eleições, frustrando uma das maiores expectativas dos investidores internacionais nas últimas semanas.

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Com isso, os índices Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq recuaram respectivamente 3,43%, 3,53% e 3,73%.

Economia brasileira

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Por aqui, as notícias também não são boas para investimentos. O ministro da Economia, Paulo Guedes, culpou a política pelo atraso na agenda de privatizações, ao passo que o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), culpou a base aliada do governo pela demora.

A queda de hoje também levou o benchmark à sua menor cotação de fechamento desde 2 de outubro, dia em que encerrou a sessão cotado em 94.015 pontos. Assim, a Bolsa praticamente apagou todos os ganhos do mês, já que em 30 de setembro o Ibovespa estava em 94.603 pontos.

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Enquanto isso, o dólar comercial subiu 1,43% a R$ 5,7620 na compra e a R$ 5,7630 na venda. Foi a quinta desvalorização do real ante a moeda americana consecutiva, levando o câmbio à mínima em cinco meses. Já o dólar futuro com vencimento em novembro sobe 0,95% a R$ 5,761 no after-market.

Em 2020 o real é uma das moedas emergentes com pior desempenho, desabando 30% em meio à soma dos temores acerca do coronavírus com as preocupações de que o governo brasileiro fure o teto de gastos para financiar programas sociais.

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No mercado de juros futuros, o DI para janeiro de 2022 subiu seis pontos-base a 3,53%, o DI para janeiro de 2023 teve alta de cinco pontos-base a 5,04%, o DI para janeiro de 2025 avançou dois pontos-base a 6,72% e o DI para janeiro de 2027 registrou variação negativa de cinco pontos-base a 7,49%.

Vale lembrar que hoje tem decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) depois do fechamento do pregão. Também serão divulgados os resultados de Bradesco (BBDC3; BBDC4), Petrobras (PETR3; PETR4) e Vale (VALE3). Para mais destaques de ações, clique aqui.

Perda de leitos e privatizações no SUS

Na terça-feira, um decreto do governo federal incluiu as unidades básicas de saúde no PPI (Programa de Parcerias de Investimentos), um programa de concessões e privatizações do governo federal. O documento é assinado pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e pelo ministro da Economia, Paulo Guedes.

O documento determina que sejam feitos estudos “de parcerias com a iniciativa privada para a construção, a modernização e a operação de unidades básicas de saúde”. O governo pretende estruturar projetos-piloto para esse tipo de parcerias, e afirmou à folha que analisa possíveis “modelos de negócios”.

A medida deve sofrer resistência, pois há temor de que afete políticas de saúde básica. Em vídeo divulgado na terça-feira, o presidente do Conselho Nacional de Saúde, Fernando Pigatto, disse enxergar a privatização dos postos de saúde. Ele afirmou que o conselho estuda possíveis medidas legais.

Além disso, a Folha de S. Paulo estampa como reportagem de capa o fechamento de leitos de UTI após a queda do número de casos de covid no Brasil. Até janeiro, o setor privado tinha 22.586 leitos de UTI, e o SUS tinha 22.841, segundo dados do Conselho Federal de Medicina.

A partir de abril, o governo abriu outros 14.843 leitos de UTI para adultos e 249 pediátricos. Quase dois terços foram fechados, e restam 5.233 deste excedente.

Agora, secretários estaduais de Saúde dialogam com o governo para que mantenha pelo menos 5.000 dos novos leitos em regiões que sempre tiveram falta. Os leitos extras podem se mostrar necessários caso o Brasil apresente a aceleração de novos casos de coronavírus, como vem ocorrendo nos Estados Unidos e na Europa, onde há temor de um novo colapso de hospitais devido a internações.

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